Reforma Política

A reforma política foi tema dos comentários. É uma questão fundamental para a democracia brasileira. Contudo, não vai ocorrer qualquer transformação mais radical do sistema que estamos vivendo. Considero impossível que seja adotado o voto distrital. A maioria do Congresso é contrária. Além do que, não teríamos um voto por cabeça, seria um voto distrital capenga. O máximo que podemos esperar é que a cláusula de barreira seja aprovada, agora como emenda constitucional, pois o STF vetou a aprovação como projeto de lei. A adoção significa uma sensível diminuição do número de partidos com representação no Congresso Nacional, algo próximo a 8 ou 9. Isto criará as condições para um outro tipo de política, acabando com os partidos de aluguel (ou, ao menos, criando dificuldades para sua existência). Pensar numa reforma mais ampla, que seria o mais adequado, não creio que seja viável.

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    # por Ed Carlos - 12 de maio de 2010 às 13:06

    Pois é Villa, imagine o tamanho de um distrito no Amazonas?
    Os partidos legislam em causa própria nesse tema (em qual que não?), ao menos nesse caso deveriam fazer a coisa certa, se pensarem bem perceberão que terão que dividir menos o bolo do fundo partidário.
    Será um dos casos onde para usar um termo do Smith "a mão invisivel" realmente beneficiará todos.

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    # por Cristiano Rodrigues - 12 de maio de 2010 às 23:59

    Concordo com vc quanto a não prioridade do tema no debate. Dúvido que seja aprovado e dúvido que Dilma mexa nesse vespeiro, pois estará amarrada até o pescoço com o PMDB. Talvez o Serra trabalhe para aprovar as medidas pontuais como cláusula de barreira e o projeto ficha limpa. Seu foco será amplamente econômico e na saúde-educação. O que está embutido ai é que a reforma política, embora necessária, não seja de interesse e muito menos indica que haverá mudanças de atitudes com o fisiologismo em geral. Pode sim, e acho que vai, diminuir a corrupção no varejo, mas no atacado, que é onde está o grosso da grana, via empreiteiras que depois repassam grande parte aos partidos para financiarem suas campanhas. Esse mecanismo está assegurado quem quer que seja o presidente. Ai entra um outro tema no debate que nunca devemos nunca esquecer quando falamos de corrupção: o Sistema Judiciário lento, leniente, e co-respondável pela crise moral que assola o país.