A piada do dia.

Deu no Estadão:


TCU descobre 'farra dos benefícios' em tribunais trabalhistas e barra repasses

TRTs fizeram cálculos equivocados e repasses irregulares a servidores e magistrados; do passivo de R$ 2,4 bi, revisão mostrou que somente a metade desse valor seria de fato devida, mas R$ 1,5 bi já foi pago

A mineração e a economia colonial paulista.

Segue links de dois programas que participei na Univesp TV que tratam da descoberta do ouro nas Minas Gerais e suas relações com a economia colonial paulista:

1. http://www.youtube.com/watch?v=TFyDsGfZsoU

2. http://www.youtube.com/watch?v=HO1fpye26M4

Êxito petista


Da série "Êxitos petistas".

Deu no Estadão:


Graça alerta Mantega para dívida da Petrobrás

Presidente da estatal diz que piora das condições financeiras pode provocar o rebaixamento da classificação de risco da empresa 

O café na história do Estado de São Paulo.

Segue dois links que tratam da história do café no estado de São Paulo. São programas que fiz para a UnivespTV entrevistando pesquisadores de diversas áreas tendo como foco a história do Estado de São Paulo. Abau
O primeiro (http://www.youtube.com/watch?v=4ZkREjRkZqQ) trata do café no Vale do Paraíba.
O segundo (http://www.youtube.com/watch?v=2O9sqvX3mIs ) trata do café no Oeste Paulista.

Efeito Orloff?

D'O Globo:


Jornais argentinos denunciam censura do governo

  • Proibição de anúncios de supermercados cortará 20% da receita de grupos de mídia e pode chegar à Justiça


A boa notícia do dia.

Deu n'O Globo:


Petição: 1 milhão de assinaturas a favor do impeachment de Renan

  • Abaixo-assinado na web quer apoio de 1,3 milhão de pessoas para enviar lista ao Senado e tirar senador da presidência da Casa


A (segunda) piada do dia.

Deu na coluna Radar do site de Veja:



O marajá e a madrinha




A proximidade com Lula não garantiu à notória Rosemary Noronha apenas favores, passeios em navios e indicações para cobiçados cargos no serviço público.
Entrar para a lista dos afilhados de Rose valia um passaporte para a vida mansa, que o diga o seu ex-marido: José Cláudio Noronha.
Nos três anos e meio em que integrou conselhos administrativos da Brasilprev e da antiga Aliança do Brasil, Noronha recebeu 132 000 reais sem precisar sair de casa.
Como era suplente nos dois colegiados e o titular nunca faltou, Noronha jamais participou de uma reunião sequer, mas a remuneração era depositada em sua conta-corrente todos os meses, religiosamente Receber esse dinheiro, ressalte-se, não é ilegal; é apenas imoral, dada a forma como conseguiu ser nomeado.
A renda complementar só foi cortada quando as tramóias de sua madrinha foram descobertas pela PF. Os números que engordaram o caixa do marajá José Noronha foram enviados pelo próprio Banco do Brasil ao gabinete do deputado Rubens Bueno.
Por Lauro Jardim

A piada do dia.

Deu n'O Globo:


Bloco do sumiço: oposição, só depois do carnaval

  • Nem em dia de números negativos da inflação oposicionistas aparecem no Congresso


Mais um êxito petista.

Deu no site de Veja:


Inflação de janeiro é a maior para o mês desde 2003

Índice acelerou a 0,86% no mês passado ante dezembro, registrando também a maior alta mensal em quase oito anos, de acordo com o IBGE

A boa notícia do dia.

Deu no site de Veja:


Suíça deve apresentar em breve ação contra Paulo Maluf

Procurador-geral diz que investigação está em fase final. Defesa diz desconhecer existência de novo processo contra o ex-prefeito no país europeu

A piada do dia.

Deu na Folha:


A maior folia
Depois de um recesso de mais de um mês, Congresso vai parar 14 dias para pular o Carnaval

Êxitos petistas.

Da coleção "Nunca na história deste país". Mais um êxito petista na economia. Deu n'O Globo:


Capitalizações fazem dívida federal chegar a históricos R$ 2 trilhões

  • Injeções de recursos em BNDES, BB e Caixa contribuíram para alta de 7,6%


A piada do dia.

Deu n'O Globo:


Reforma do Maracanã já supera o tempo de construção

  • Após sucessivos atrasos no cronograma, reforma do Maracanã completa esta semana dois anos e cinco meses, mais que o período necessário para erguer o estádio, há seis décadas


A piada do dia.

Deu no Estadão:


Renan cancela sessão e adia votação do Orçamento por falta de acordo

Líderes da base aliada temiam reação da oposição e apreciação deve ficar para depois do carnaval

A "nova" direção do Congresso Nacional.

Segue link da entrevista concedida hoje à rádio Jovem Pan: http://jovempan.uol.com.br/noticias/politica/2013/02/historiador-diz-que-legislativo-e-o-puxadinho-do-palacio-do-planalto.html

Pergunta que não quer calar.

E Rosemary Noronha, onde está? Ninguém sabe? Foi depor? Está vivendo do que já que está sem emprego? Há algum processo aberto?

O silêncio de Lula.

Um, dois meses, e Lula em silêncio. Como explicar o "relacionamento íntimo" com Rosemary? E as nomeações? E as viagens internacionais? E o tráfico de influência?

Mais um "êxito" petista.

Manchete do Uol:


Lucro da Petrobras cai 36,3% em 2012, para R$ 21,182 bi

A boa notícia do dia.

Deu no Estadão:


MPF pode processar Petrobrás por refinaria

Há indícios de superfaturamento na compra de unidade em Pasadena, diz procurador

A piada do dia.

Deu no Uol:
Ex-governador tucano, réu no mensalão mineiro, diz que STF foi "duro" com petistas e que houve "discrepância" nas penas

A libertação do Mali.

Vale a pena ler a bela reportagem de El Pais sobre como era a vida em  Tombuctú, no Mali, durante o domínio dos radicais islâmicos: http://internacional.elpais.com/internacional/2013/02/01/actualidad/1359746003_410962.html

A piada do dia.

Deu na Folha:


Senador troca nome da mulher de Renan pelo de sua ex-amante
ERICH DECATDE BRASÍLIA
Tomado pelo clima de "já ganhou" que reinava no plenário na votação que escolheu Renan Calheiros como presidente do Senado, o líder do governo, Eduardo Braga (PMDB-AM) foi até as galerias onde estavam familiares do alagoano e de José Sarney.
Ao ver a mulher de Sarney, Braga disse: "Dona Marly, parabéns pelo trabalho que o presidente Sarney fez", disse o peemedebista, segurando a mão de sua interlocutora.
Em seguida, ele se dirigiu à mulher de Renan, que estava sentada ao lado de Marly, e também segurou sua mão: "Parabéns, dona Mônica... [Silêncio]. Ops, desculpe-me. Parabéns, dona Verônica". Deixou a roda rapidamente.
Mônica Veloso é o nome da jornalista com quem Renan teve um caso extraconjugal e uma filha. Renan renunciou à presidência do Senado em 2007 ao ser acusado de lhe pagar pensão com dinheiro do lobista duma empreiteira.
Quando Braga se afastou, Verônica Calheiros cutucou Marly: "Você viu? Ele trocou o meu nome... Mas é fácil trocar o nome... A gente tem que tocar a vida, né", afirmou.

Tristes recordes petistas (2)

Deu no Estadão:


Balança comercial tem o maior saldo negativo em 24 anos

No mês de janeiro, a diferença entre as importações e as exportações foi negativa em US$ 4,035 bilhões

Tristes recordes petistas

Deu no Estadão:


Produção industrial tem queda de 2,7% em 2012, a primeira desde a crise

A boa notícia do dia.

No site de Veja:


Acórdão do mensalão em fevereiro
Com a retomada dos trabalhos do Supremo Tribunal Federal (STF) após o recesso do Judiciário, o ministro Gilmar Mendes, que integra a corte, estimou nesta sexta-feira que ainda neste mês deverá ser publicado o acórdão da ação penal do mensalão. O documento, que retrata em detalhes as discussões e decisões do colegiado em relação a cada um dos 37 réus julgados no STF, serve de base para a contagem de prazo de recursos.
“Desde o ano passado todos os gabinetes já estavam providenciando, ultimando os votos. Acredito que agora neste mês de fevereiro nós devemos cuidar da publicação do acórdão”, disse o ministro.
Embora com poucas chances de conseguir modificar as condenações proferidas pelo Supremo, os recursos buscam sanar distorções nas sentenças e servem como estratégia para evitar que o processo transite em julgado e torne a sentença definitiva. A jurisprudência do tribunal estabelece que a prisão dos condenados, por exemplo, só pode ser decretada após o trânsito em julgado.

A outra boa notícia do dia.

Deu no Estadão:


Gurgel deve encaminhar a São Paulo denúncia de Valério contra Lula

Segundo publicitário, o ex-presidente teria se beneficiado com dinheiro do mensalão

A boa notícia do dia.

Deu na Época:


PGR acusa Renan de desviar dinheiro do Senado e falsificar documentos

Denúncia de Gurgel ao Supremo, à qual ÉPOCA teve acesso, revela que o senador forjou notas fiscais para justificar operações com lobista – Renan responderá pelos crimes de peculato, falsidade ideológica e uso de documentos falsos; pena pode chegar a 23 anos de prisão

A piada do dia (ou do mês).

Deu na Folha:


Apoiado por Dirceu, Renan diz que fará uma gestão ética
Senador, que deve voltar hoje ao cargo que perdeu em 2007 por suspeita de corrupção, promete 'transparência absoluta'
Candidatura a comando do Senado foi defendida pelo petista, para quem Renan é vítima de 'falso moralismo' da imprensa.

A eleição de Renan.

Entrevista para a Jovem Pan: http://jovempan.uol.com.br/noticias/2013/01/historiador-critica-favoritismo-de-renan-calheiros-para-presidir-o-senado.html

Dilma= Renan

Renan Calheiros é a mais perfeita tradução do governo Dilma Rousseff.

O humorista Mantega.

Caminhando para ser a Zélia do governo Dilma, o ministro Mantega disse, de acordo com "O Globo", a seguinte frase lapidar:


Aumento da gasolina não atrapalha ninguém, diz Mantega

A destruição da Petrobrás.

Deu no Estadão:


Petrobrás perde 40% de valor em 3 anos e cai em ranking de petrolíferas

Empresa passou da segunda para a quarta colocação na lista de maiores empresas de gás e petróleo dos Estados Unidos e América Latina, segundo estudo da Economatica

A piada do dia.

Deu na Folha:

Presidente do PT diz que ação da imprensa pode levar ao nazismo

A piada do dia (mais uma).

Deu na Folha:


Genoino participa de reunião na Câmara e é aplaudido por colegas



A piada do dia.

Deu no Estadão:


Somos país com absoluta segurança energética para crescimento, diz Lobão

A boa notícia do dia.

Deu n'O Globo:


POLÍTICA

Joaquim Barbosa cobra de tribunais a demissão de fichas sujas

A boa notícia do dia.

Deu no G1:


PGR diz que deve mandar apuração sobre Lula a MPF nos próximos dias

Procurador-geral ainda avalia se há elo de pessoas com foro privilegiado.
Ele diz que, por enquanto, não há indícios de autoridades envolvidas.

A piada do dia.

Da "Folha":


'Não foi o PT que inventou a boquinha', diz ministro
'Não podemos aceitar a pecha', afirma Carvalho

Decadência da Petrobrás: mais um êxito petista.


Deu no Estadão:


Petrobrás perde posto de maior empresa da América Latina, diz ‘FT’

Ações da estatal caíram 25% nos últimos 12 meses e valor de mercado foi ultrapassado pela petrolífera Ecopetrol, da Colômbia

28 de janeiro de 2013 | 12h 54
Fernando Nakagawa, correspondente da Agência Estado
LONDRES - A Petrobrás perdeu o posto de maior empresa da América Latina. A informação é destaque na edição de segunda-feira do jornal britânico Financial Times. Com a queda de 25% do valor da ação nos últimos 12 meses, o valor de mercado da estatal brasileira foi ultrapassado pela também estatal petrolífera Ecopetrol, da Colômbia.
Em reportagem publicada nesta segunda-feira, o jornal afirma que a Petrobrás sofreu "um dos movimentos mais dramáticos da indústria de energia no ano passado" e no fim dos negócios da última sexta-feira, dia 25, o valor da brasileira - calculado conforme o preço das ações - era de US$ 126,8 bilhões. Já a Ecopetrol valia US$ 129,5 bilhões.
A reportagem destaca que a Ecopetrol já vale mais para os investidores que a Petrobrás, "embora a produção da empresa brasileira seja cerca de três vezes maior que a da colombiana".
Para a reportagem, as grandes reservas de recursos naturais e políticas "amigáveis aos negócios" do país vizinho tornaram a Colômbia um local "privilegiado" para o setor de petróleo.
Ao mesmo tempo, diz o texto, "apesar do entusiasmo com as enormes descobertas de petróleo na costa do Brasil, as ações da Petrobrás perderam 45% do valor ao longo dos últimos três anos". Segundo o FT, o papel foi "atingido por resultados financeiros decepcionantes e preocupações sobre o enorme investimento necessário para desenvolver esses campos". A reportagem não cita eventual pressão política sobre a estratégia da empresa.
O diretor-presidente da Ecopetrol, Javier Gutiérrez, foi cauteloso ao avaliar os números. "Realmente, não se pode comparar porque a Petrobrás é um gigante em muitas frentes", disse ao FT. "O valor de mercado é simplesmente um reflexo da confiança que o mercado tem na Colômbia e na Ecopetrol". A estatal tem 80% do capital controlado pelo governo do presidente Juan Manuel Santos e é responsável por cerca de 80% da produção da commodity na Colômbia.
Apesar do movimento considerado "dramático" com as ações da maior empresa brasileira, o FT diz que investidores e analistas reconhecem que a derrubada do preço da ação da Petrobrás não se justifica pelos fundamentos da empresa.


Dirceu: mesmo condenado, continua "operando".

Deu no Estadão:


Assessor pediu jato a ex-senador para Dirceu viajar à Bahia

Íntegra das gravações da Porto Seguro revela ligação de condenado no mensalão com acusado de fazer parte da máfia de pareceres

28 de janeiro de 2013 | 2h 07

O Estado de S.Paulo
A Operação Porto Seguro revelou que o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) mantém relação próxima com o empresário e ex-senador Gilberto Miranda - denunciado por corrupção ativa e apontado como principal beneficiário do suposto esquema de compra de pareceres técnicos em órgãos federais.
Telefonemas gravados pela Polícia Federal, em novembro de 2012, mostram que Dirceu e Miranda marcaram pelo menos duas reuniões às vésperas da deflagração da operação e que um assessor do petista chegou a pedir emprestado um jato particular do ex-senador para voar até a Bahia no feriado da República - viagem que Dirceu fez com a namorada e com Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo.
A voz do ex-ministro do governo Lula não aparece nos áudios. Ele não era alvo da missão policial, mas Miranda estava sob vigilância permanente.
Em uma ligação gravada três semanas depois que Dirceu foi condenado no julgamento do mensalão, seu auxiliar diz que o petista se recusava a desembarcar no Aeroporto Santos Dumont, no Rio, em horários de grande movimento. "Correr risco agora é besteira, né?", recomenda Miranda ao assessor.
O áudio com a íntegra das ligações está disponível no portal estadão.com.br.
Os 25.012 telefonemas gravados pela PF no decorrer da Porto Seguro detalham a intimidade com o poder mantida por Miranda e outros integrantes do grupo. Eram frequentes os diálogos com deputados, senadores, governadores, prefeitos e diretores de órgãos técnicos.
Foi com a ajuda de algumas dessas autoridades que Miranda conseguiu benefícios para empreendimentos de suas empresas, como a construção de um porto privado na Ilha de Bagres, em Santos, litoral paulista.
A PF não envolve Dirceu com os negócios sob suspeita de Miranda. Mas as ligações interceptadas a partir de um grampo no telefone do ex-senador revelam que os dois tinham interesses em comum e uma relação que permitia ao petista pedir até empréstimo de um avião particular.
As escutas mostram que Dirceu e Miranda tiveram um encontro no início da tarde de 8 de novembro. O assessor do petista telefona para a secretária do empresário às 11h59 para avisar que ele se atrasaria porque havia sido convocado para uma "reunião de urgência".
"Eu só queria te pedir o seguinte: é que o Zé foi chamado para uma reunião de urgência, então a Evanise, a companheira dele, vai chegar um pouco antes no horário combinado e ele, se atrasar, ele chega uns minutos depois. Você pode avisar o Gilberto?", pede o auxiliar de Dirceu.
Risco. No dia seguinte, o assessor de Dirceu começa a articular com o ex-senador reunião para 19 de novembro entre a dupla e Saulo Ramos, ministro da Justiça na presidência de José Sarney - a quem Miranda é ligado. O avião de Miranda buscaria Dirceu no litoral da Bahia para levá-lo ao encontro, em São Paulo, e depois seguiria para Brasília.
"A princípio estava marcado com o ministro (Saulo Ramos) dia 19, às 16h, mas isso daí eu vou falar com ele agora, pra ver até a parte da tarde. Isso daí eu te confirmo", diz Miranda. A reunião acabou cancelada, dias depois.
No mesmo telefonema, o assessor de Dirceu pede informações sobre um helicóptero do empresário que levaria o petista ao Rio. Os dois temem que o mau tempo obrigue a aeronave a pousar no movimentado Aeroporto Santos Dumont, no meio da tarde. "O Zé não estava querendo descer lá no Santos Dumont, entende?", diz Miranda. "Qualquer coisa pego um avião, saio daqui no domingo, quinze para as nove da noite, chego em Santos Dumont mais vazio, entendeu?", sugere o auxiliar do petista.
O assessor telefona mais uma vez para Miranda, em 14 de novembro, às 14h20, para pedir um favor ao ex-senador. "É só uma consulta, não é oficial. O Zé tava indo viajar para a Bahia hoje e acabaram de ligar, que o King (jato executivo) deu uma pane elétrica, que iam emprestar para ele... Por acaso o teu está por aqui e poderia levá-lo, ou não?", pergunta o assessor. "O meu está, mas eu estou sem piloto. Eu, como não ia viajar... Eu dei folga para eles", responde Miranda.
Apesar da recusa, Dirceu foi à Bahia, na praia de Camaçari, com a namorada e Rose.
Os criminalistas José Luís Oliveira Lima e Rodrigo Dalla'Acqua, que defendem Dirceu, responderam que o ex-ministro "não mantém nenhum relacionamento profissional com o sr. Gilberto Miranda, bem como não utilizou nenhum meio de transporte de propriedade do mesmo". Eles destacaram: "A reunião com o sr. Saulo Ramos, como evidenciam as próprias gravações obtidas pelo 'Estado', acabou não se realizando."
O advogado Cláudio Pimentel, defensor de Miranda, disse que ele não vai se manifestar pela imprensa, mas nos autos judiciais. / BRUNO BOGHOSSIAN e FAUSTO MACEDO

Mensalão, o livro: entrevista para Augusto Nunes.

Segue três links da entrevista que dei para Augusto Nunes, da revista Veja, tratando do meu livro "Mensalão. O julgamento do maior caso de corrupção da história política brasileira" (editora LeYa):

1. http://www.youtube.com/watch?v=EWF3m7_4MnM&playnext=1&list=PL1EF0E3F0C6B26D37&feature=results_video

2. http://www.youtube.com/watch?v=v0ikKh9bzww&list=PL1EF0E3F0C6B26D37

3. http://www.youtube.com/watch?v=DgarKGF4lcI&list=PL1EF0E3F0C6B26D37

A boa notícia do dia.

Deu n'O Globo:


Procurador-geral da República apresenta denúncia contra Renan Calheiros

  • Senador é acusado de usar notas ficais frias para justificar seu patrimônio


A (triste) piada do dia.

Deu na "Folha":


Índios 'alugam' terras para exploração ilegal de madeira
Na Amazônia, ao menos 15 áreas foram loteadas para madeireiros desmatarem
Negociações envolvem preços módicos, itens eletrônicos, bebidas e prostitutas, dizem servidores da FUNAI

PT e o aparelhamento do Estado.

Só um exemplo (do "Estadão" de hoje):


Caixa terá nova estrutura de comando para abrigar PSD e aliados de Kassab

Mudança no organograma vai criar duas novas vice-presidências e dez diretorias, com distribuição de cargos para sigla do ex-prefeito, que integrará a base de Dilma e terá também um ministério

Corrupção no Congresso

Vale a pena ler a reportagem de "Época" sobre os "negócios" de Renan Calheiros e Henrique Alves. Segue link: http://revistaepoca.globo.com/Brasil/noticia/2013/01/acusacoes-de-pagamento-de-propina-contra-renan-calheiros-e-henrique-eduardo-alves.html

Mensalão, o livro: mais uma resenha.

Segue a resenha do meu livro "Mensalão. O julgamento do maior caso de corrupção da história política brasileira" (editora LeYa):


Mensalão já é história

Livro de Marco Antonio Villa e teses de doutorado e mestrado abordam maior escândalo da política brasileira. Análises de discurso e estudos documentais dominam metodologias para entender a compra do Legislativo pelo Executivo

Welliton Carlos
Diário da manhã


Ao longo de sua história política, o Brasil protagonizou diversos casos de corrupção que se tornaram públicos. Geralmente, os escândalos midiatizados ganham maior relevância do que aqueles feitos às escondidas ou contados apenas nos bastidores. Daí, que graças ao jornalismo político descobrimos os fatos mais intestinos da administração pública brasileira. Foi assim com o escândalo da mandioca, o episódio Luftfalla (empresa da esposa de Paulo Maluf), dos anões do orçamento, do caso Collor, dentre vários outros.
O livro Mensalão (Editora Leya), escrito pelo historiador Marco Antonio Villa, é um importante documento sobre “o julgamento do maior caso de corrupção da história da política brasileira”, que traz algumas das influências da escrita e ética jornalística. Tenta-se narrar como história, inclusive catalogando documentos, porém sobressai a força opinativa do jornalismo e a verve da indignação pública - típica da reflexão da imprensa como esfera pública.  
Do ponto de vista documental, além do jornalismo, é a reação mais rápida da sociedade civil a um episódio de roubo do Estado.  E Villa não é um historiador qualquer, mas autor, dentre outros livros, de História Geral (Editora Moderna), uma coleção adotada nas escolas brasileiras. Em breve crianças e adolescentes terão ao lado do Dia do Fico, da Inconfidência Mineira e Guerra de Canudos as histórias que envolvem os seguidores de Lula. 
Com uma capa carnavalesca, em que os personagens e criminosos se encontram com o Brasil (simbolizado por uma bela mulher de curvas estonteantes), a obra de Villa chega para se transformar em importante retrato do período que hoje vivenciamos. Não se trata, evidentemente, de história, pois o calor das emoções contamina o ofício de Villa.  Todavia mostra a profundidade do escândalo político que mais fez vidrar a mídia e pode ser material de consulta para pesquisas futuras em ciência social, linguística, comunicação, direito e ciência política.
Ação Penal 470 catalisou os olhares do país, tornando o processo do Supremo Tribunal Federal (STF) em um imenso circo político, ideal para ávidos espectadores interessados no calvário de petistas como José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino.  A introdução já mostra o calor com que foi escrito: “Este livro conta a história de uma tentativa - fracassada - de tomada do Estado. Um verdadeiro assalto. Foi um dos momentos mais difíceis da história republicana.”
Villa tenta explicar ao leitor o que foi o mensalão - a compra de decisões políticas e parlamentares para agradar o ex-presidente Lula e seu grupo político.  O fato marcou profundamente o Partido dos Trabalhadores (PT), que operou o esquema e se envolveu até a medula no caso mais grave de agressão política à independência dos três poderes. Tanto é fato que ocorreu uma debandada de lideranças petistas do antes moralista PT. O grupo preferiu se alojar em siglas menores ou mesmo criar outro partido a ficar dentro da agremiação manchada pela acusação de prática de crimes e ilícitos administrativos.
Em 2005, diz Villa, Lula chegou a se pronunciar pela televisão contra os mensaleiros. Ele pediu desculpas pela ação dos dirigentes partidários. Não se sabe se a oposição foi irresponsável ou negligente, mas não se abriu nenhum processo para apurar um suposto crime cometido por Lula. “Abrir um processo para apurar o crime de responsabilidade colocaria o País em risco. Estranha argumentação, mas serviu para justificar a inépcia oposicionista, a falta de brio republicano e uma irresponsabilidade que só a história poderá revelar”, opina Marco Antonio Villa.
Livro do historiador está focado exclusivamente no julgamento. Daí que seja, de fato, mais fácil apresentar um texto opinativo.  Afinal, dentro do contexto histórico, decisões do STF são verdades imutáveis, tamanha a força cogente das deliberações colegiadas. O livro é dividido em O assalto, O processo,  Dias de fúria,  Os ricos também choram, Os marginais do poder,  Os condenados, dentre outros subtítulos.     
No entanto, onde Villa mais se satisfaz é na apresentação, quando externa sua opinião e de outros, como o magistrado do STF, o ministro Celso de Mello - cuja conduta é inabalável frente a brilhante carreira que tem no Supremo.   “O ápice das manobras de coação da Corte foram as reuniões de Lula com ministros ou prepostos de ministros. Se o Brasil fosse um país politicamente sério, o ex-presidente teria sido processado”, argumenta Villa, recordando o episódio em que Lula teria constrangido o ministro Gilmar Mendes a decidir de forma favorável aos mensaleiros.  
Em outro trecho, o pesquisador cita frase de Celso de Mello durante o julgamento: “O ministro Celso de Mello, decano do STF, foi muito feliz quando considerou os mensaleiros marginais do poder. São marginais do poder, sim. Como disse o mesmo ministro, “estamos tratando de macrodelinquência governamental, da utilização abusiva e criminosa do aparato governamental ou do aparato partidário por seus próprios dirigentes”. E foi completado pelo presidente Ayres Britto, que definiu a ação do PT como “um projeto de poder quadrienalmente quadruplicado. Projeto de poder de continuísmo seco, raso. Golpe, portanto”. “Foram palavras duras, mas precisas”, narra Villa.



Debatendo história e política no Brasil.

Segue link da minha exposição feita em Belo Horizonte tratando da política brasileira e de suas relações com a nossa história: http://www.youtube.com/watch?v=0LdUBeuywJo

Entre Aspas.

Segue link do programa de ontem: http://globotv.globo.com/globo-news/entre-aspas/t/todos-os-videos/v/especialistas-debatem-desafios-da-politica-brasileira/2366363/

Hoje às 12 e 30 e às  17 e 30 horas o programa será reprisado na Globo News.

A piada do dia.

Deu no "Valor":

''Meu mandato é de 8 anos", afirma Dilma a interlocutor


Entre Aspas

Hoje estarei participando do programa "Entre Aspas" da Globo News às 23 horas que irá tratar das eleições das mesas diretoras do Congresso Nacional e da atual situação política.

Lula e Rosemary: o vídeo do "desabafo"

Mais de 30 mil acessos para o vídeo onde comento as "relações" entre Lula e Rosemary. Segue o link: http://www.youtube.com/watch?v=oFxFjzKjS9Y

A (triste) piada do dia.

Da "Folha de S. Paulo":


Ceará desembolsa R$ 650 mil para Ivete inaugurar hospital
Contratação da cantora pelo governo do Estado é contestada pelo Ministério Público
Unidade fica em Sobral, reduto do governador Cid Gomes (PSB), para quem o povo também precisa de diversão

Lula: um cidadão acima de qualquer suspeita.

Publiquei hoje n'O Globo:


Um cidadão acima de qualquer suspeita

  • São abundantes os indícios que ligam Lula a um conjunto de escândalos. O que está faltando é o passo inicial que tem de ser dado pelo Ministério Público: a investigação das denúncias



Luís Inácio Lula da Silva se considera um cidadão acima de qualquer suspeita. Mais ainda: acha que paira sobre as leis e a Constituição. Presume que pode fazer qualquer ato, sem ter que responder por suas consequências. Simula ignorar as graves acusações que pesam sobre sua longa passagem pela Presidência da República. Não gosta de perguntas que considera incômodas. Conhecedor da política brasileira, sabe que os limites do poder são muito elásticos. E espera que logo tudo caia no esquecimento.
Como um moderno Pedro Malasartes vai se desviando dos escândalos. Finge ser vítima dos seus opositores e, como um sujeito safo, nas sábias palavras do ministro Marco Aurélio, ignora as gravíssimas acusações de corrupção que pesam sobre o seu governo e que teriam contado, algumas delas, com seu envolvimento direto. Exigindo impunidade para seus atos, o ex-presidente ainda ameaça aqueles que apontam seus desvios éticos e as improbidades administrativas. Não faltam acólitos para secundá-lo. Afinal, a burra governamental parece infinita e sem qualquer controle.
Indiferente às turbulências, como numa comédia pastelão, Lula continua representando o papel de guia genial dos povos. Recentemente, teve a desfaçatez de ditar publicamente ordens ao prefeito paulistano Fernando Haddad, que considerou a humilhação, por incrível que pareça, uma homenagem.
Contudo, um espectro passou a rondar os dias e noites de Luís Inácio Lula da Silva, o espectro da justiça. Quem confundiu impunidade com licença eterna para cometer atos ilícitos, está, agora, numa sinuca de bico. O vazamento do depoimento de Marcos Valério – sentenciado no processo do mensalão a 40 anos de prisão - e as denúncias que pesam sobre a ex-chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, deixam Lula contra a parede. O figurino de presidente que nada sabe, o Forrest Gump tupiniquim, está desgastado.
No processo do mensalão Lula representou o papel do traído, que desconhecia tratativas realizadas inclusive no Palácio do Planalto – o relator Joaquim Barbosa chamou de "reuniões clandestinas" -; do mesmo modo, nada viu de estranho quando, em 2002, o então Partido Liberal foi comprado por 10 milhões, em uma reunião que contou com sua presença. Não percebeu a relação entre o favorecimento na concessão para efetuar operações de crédito consignado ao BMG, a posterior venda da carteira para a Caixa Econômica Federal e o lucro milionário obtido pelo banco. Também pressionou de todas as formas, para que, em abril de 2006, não constasse do relatório final da CPMI dos Correios, as nebulosas relações do seu filho, Fábio Luís da Silva, conhecido como Lulinha, e uma empresa de telefonia.
No ano passado, ameaçou o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Fez chantagem. Foi repelido. Temia o resultado do julgamento do mensalão, pois sabia de tudo. Tinha sido, não custa lembrar, o grande favorecido pelo esquema de assalto ao poder, verdadeira tentativa de golpe de Estado. A resposta dos ministros do STF foi efetuar um julgamento limpo, transparente, e a condenação do núcleo político do esquema do mensalão, inclusive do chefe da quadrilha – denominação dada pelo procurador-geral da República Roberto Gurgel – sentenciado também por corrupção ativa, o ex-ministro (e todo poderoso) José Dirceu, a 10 anos e 10 meses de prisão. Para meio entendedor, meia palavra basta.
As últimas denúncias reforçam seu desprezo pelo respeito as leis. Uma delas demonstra como sempre agiu. Nomeou Rosemary Noronha para um cargo de responsabilidade. Como é sabido, não havia nenhum interesse público na designação. Segundo revelações divulgadas na imprensa, desde 1993 tinham um "relacionamento íntimo" (para os simples mortais a denominação é bem distinta). Levou-a a mais de duas dúzias de viagens internacionais – algumas vezes de forma clandestina - , sem que ela tenha tido qualquer atribuição administrativa. Nem vale a pena revelar os detalhes sórdidos descritos por aqueles que acompanharam estas viagens. Tudo foi pago pelo contribuinte. E a decoração stalinista do escritório da presidência em São Paulo? Também foi efetuada com recursos públicos. E, principalmente, as ações criminosas dos nomeados por Lula - para agradar Rosemary – que produziram prejuízos ao Erário, além de outros danos? Ele não é o principal responsável? Afinal, ao menos, não perguntou as razões para tais nomeações?
Se isto é motivo de júbilo, ele pode se orgulhar de ter sido o primeiro presidente que, sem nenhum pudor, misturou assuntos pessoais com os negócios de Estado em escala nunca vista no Brasil. E o mais grave é que ele está ofendido com as revelações (parte delas, registre-se: e os 120 telefonemas trocados entre ele e Rosemary?). Lula sequer veio a público para apresentar alguma justificativa. Como se nós, os cidadãos que pagamos com os impostos todas as mazelas realizadas pelo ex-presidente, fossemos uns intrusos e ingratos, por estarmos "invadindo a sua vida pessoal."
Hoje, são abundantes os indícios que ligam Lula a um conjunto de escândalos. O que está faltando é o passo inicial que tem de ser dado pelo Ministério Público Federal: a investigação das denúncias, cumprindo sua atribuição constitucional. Ex-presidente, é bom que se registre, não tem prerrogativa de estar acima da lei. Em um Estado Democrático de Direito ninguém tem este privilégio, obviamente. Portanto, a palavra agora está com o Ministério Público Federal.
Marco Antonio Villa é historiador e professor da Universidade Federal de São Carlos

O segundo governo Obama

Link do Jornal das Dez (da GloboNews) da entrevista tratando dos desafios de Barack Obama para o segundo mandato (2013-2017): http://globotv.globo.com/globo-news/jornal-das-dez/t/todos-os-videos/v/em-segundo-mandato-combate-a-terrorismo-se-mantem-como-desafio-de-obama/2359419/

A boa notícia. do dia.

Deu n'O Globo:


Ex-presidente Lula é eleito a personalidade mais corrupta de 2012

  • ‘Algemas de Ouro’ também premiou o senador cassado Demóstenes Torres e o governador Sérgio Cabral
  • Eleição foi marcada por fraude eletrônica na votação
  • Perfis falsos no Facebook direcionaram 38% dos votos para candidatos ligados a PSDB e DEM


Corrupção no Congresso.

Do site de Veja:


Corrupção

O Congresso foi pego de calças curtas - e não está nem aí

Impera na instituição a leniência com os "pequenos desvios" - que na maioria das vezes não são nem pequenos, nem desvios, mas a mais pura ilegalidade

Gabriel Castro e Laryssa Borges, de Brasília
Corria o ano de 1949. Com pose de estátua de bronze, o deputado Edmundo Barreto Pinto exibia seus dotes em um ensaio fotográfico na revista O Cruzeiro. Após a garantia de que seriam registradas somente imagens da cintura para cima, o parlamentar se livrou das calças para amenizar o calor. Publicadas com destaque na edição seguinte da revista, as cenas ridículas com as roupas de baixo expostas foram suficientes para que ele se tornasse o primeiro parlamentar a ter o mandato cassado pelo Congresso Nacional. Motivo: quebra do decoro parlamentar.
Não que Barreto Pinto, um dos suplentes de Getúlio Vargas, fosse exatamente um bastião da ética – a própria reportagem que acompanha a foto do congressista revela o esconderijo do cofre do parlamentar: “Os ladrões que lerem esta reportagem não devem se esquecer: é o quarto escritório, o primeiro à esquerda de quem vai”.
O Cruzeiro/Reprodução
Deputado Edmundo Barreto Pinto
Deputado Edmundo Barreto Pinto
Passados mais de 60 anos, a punição imposta a Barreto Pinto soaria como uma enorme injustiça entre seus pares. A exemplo do deputado varguista, o próprio senador Eduardo Suplicy, que costuma ser apontado como um dos poucos políticos que ainda defendem a ética dentro do PT, desfilou com uma cueca do Super-Homem pelos corredores do Congresso.
O fato é que ao longo das últimas décadas, arraigou-se no Legislativo brasileiro a malfadada tolerância aos deslizes éticos, aos conchavos políticos e à cultura dos "pequenos desvios". Esses desvios, aliás, quase sempre são mais que moralmente condenáveis: eles infringem regras escritas em portarias, regimentos, leis. Não são meras infrações dos bons costumes - são algo  pior do que isso.
Durante o histórico julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Cármen Lúcia, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), resumiu a questão em um célebre voto: "No estado de direito, o ilícito há de ser processado, verificado e, se comprovado, punido porque estamos vivemos um estado que foi duramente conquistado". Na ocasião, ela criticava a tentativa dos advogados dos réus de minimizar os crimes cometidos com a tese de que o esquema implicava "apenas" o caixa dois eleitoral. "Acho estranho e muito, muito grave que alguém diga com toda a tranquilidade: ‘Ora, houve caixa dois’. Caixa dois é crime, caixa dois é uma agressão à sociedade brasileira. Caixa dois compromete. Mesmo que tivesse sido isso ou só isso, isso não é só, isso não é pouco. Fica parecendo que ilícito no Brasil pode ser praticado, confessado e tudo bem. Não está tudo bem. Tudo bem está um país com estado de direito em que todo mundo cumpre a lei", afirmou Cármen Lúcia.
Às vésperas da eleição das novas mesas diretoras da Câmara e do Senado, o Congresso hoje dá novas demonstrações do seu definhamento moral - e, para usar as palavras da ministra Cármem Lúcia, do seu desprezo ao estado de direito. São favoritos à presidência das Casas o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), dois velhos próceres do fisiologismo e da conveniência política. Ambos são filiados ao PMDB.
Conforme revelou VEJA, Henrique Alves tinha o costume de destinar sua verba indenizatória a uma empresa-fantasma: a Global Transportes, que não funciona na sede declarada e não possui patrimônio. O jornal Folha de S. Paulo também mostrou que emendas parlamentares do peemedebista favoreceram a construtora de um ex-assessor. Os fatos forçaram o deputado a dar explicações, mas não devem sequer ameaçar a candidatura dele ao cargo máximo da Casa. Mesmo o oposicionista PSDB manteve o apoio ao parlamentar após a revelação de irregularidades. Ninguém pretende levar o caso ao Conselho de Ética.
A tolerância com pequenos e médios atos de corrupção se tornou uma prática na Câmara. O último parlamentar cassado pela Casa foi Pedro Corrêa (PP-PE), em 2006, ainda na esteira do escândalo do mensalão. De lá para cá, não faltaram escândalos, mas a benevolência dos deputados com os colegas atingiu níveis cada vez maiores. No total, 86 processos de cassação de mandato chegaram  ao Conselho de Ética, grande parte referente ao escândalo dos sanguessugas. A maioria foi arquivada ali mesmo.
Uma exceção foi o processo contra Jaqueline Roriz (PMN-DF), em 2011. Mas o final da história, entretanto, é parecido: o Conselho de Ética aprovou o pedido de cassação, mas o plenário, que dá a palavra final, salvou o mandato da deputada em votação secreta. Em tempo: Jaqueline havia sido filmada recebendo dinheiro de Durval Barbosa, o operador do mensalão do DEM em Brasília. No plenário, minutos antes da possível degola, a filha do ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz, outro velho conhecido quando o assunto é corrupção, sacou argumentos melodramáticos, como a hemofilia do seu filho. Resultado: engrossou a lista dos impunes.
Há três anos, a Câmara passou por mais uma das incontáveis humilhações ao manter impune o deputado Paulo Roberto (PTB-RS), que, em uma inacreditável sequência de traquinagens, comercializou passagens aéreas pagas pela Câmara e nomeou funcionários-fantasmas em seu gabinete. Depois de várias manobras para atrasar a votação do relatório contra si no Conselho de Ética, o parlamentar viu seu processo ser arquivado com o fim da legislatura, em dezembro de 2010.
Sanguessugas - Em 2006, o Congresso mal havia se recuperado do mensalão quando houve o estouro da máfia dos sanguessugas, que reunia dezenas de congressistas envolvidos com um esquema de venda de emendas parlamentares. O colegiado que deveria zelar pela ética e o decoro dos deputados abriu impressionantes 69 processos. A maioria não chegou sequer a ser analisada, já que os mandatos dos congressistas terminariam no ano seguinte. O saldo foi o mesmo de sempre: ninguém foi cassado. Nesse caso, o plenário nem ao menos pode se pronunciar. Faltava tempo e sobravam acordos espúrios para o salvamento coletivo. As eleições de 2006 paralisaram a Câmara no segundo semestre e, com a troca de legislatura, todos os acusados escaparam. Alguns, como Nilton Capixaba (PTB-RO), se reelegeram nas urnas e continuam na ativa.
A contabilidade do Conselho de Ética é parcial: são muitos os casos em que a denúncia nem mesmo chega a ser investigada. Como os recentes deslizes de Henrique Eduardo Alves.

Senado -
  No Senado, o histórico de leniência é semelhante ao da Câmara. Atropelado por denúncias que lhe custaram a cadeira de presidente do Senado em 2007, Renan Calheiros reassumirá o comando da Casa no início de fevereiro. Nesses cinco anos, o Senado foi protagonizou uma profusão de escândalos: dos atos secretos assinados por José Sarney (PMDB-AP) a irregularidades administrativas.
A Casa até tirou o mandato de Demóstenes Torres devido à ligação do parlamentar com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Mas o episódio comprovou a tese de que só os parlamentares flagrados em horas de gravações comprometedoras pela Polícia Federal têm alguma chance de perder o mandato.
O juiz eleitoral Marlon Reis, um dos coordenadores do movimento que motivou a criação da Lei da Ficha Limpa, diz que as instituições que deveriam combater a corrupção nem sempre têm capacidade operacional para punir todas as autoridades que cometem irregularidades - o que pode ajudar a impunidade em casos aparentemente menos escandalosos. A saída é separar o que é mais relevante: "As instituições têm limites que geram essa priorização. É mais útil levar adiante os casos de mais impacto, ou aqueles em que as provas estão mais evidentes", diz ele. No caso do Congresso, destaca Marlon, a explicação é outra: "A cultura no âmbito parlamentar é de leniência".

O fato de a política brasileira ser profícua em produzir grandes casos de corrupção, aliás, também dá força à tese de parlamentares de que a maior parte dos escândalos não passam de irregularidades menores. Como punir alguém que aplica verba de gabinete em empresas-fantasmas ao mesmo tempo em que quatro mensaleiros condenados pela mais alta corte do país exercem o mandato sem ser incomodados? "O padrão caiu tanto que agora nem crime mais conta como quebra de decoro", diz o cientista político da Universidade de Brasília, Ricardo Caldas, em referência à posse de José Genoino (PT-SP), já depois de condenado, na Câmara dos Deputados.

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) diz que, para os oposicionistas, a maioria avassaladora da base governista é um empecilho. "Nós nunca tivemos uma oposição tão limitada numericamente quanto agora. Isso provoca um certo desestímulo no enfrentamento", reconhece o tucano.
O historiador Marco Antonio Villa, professor da Universidade Federal de São Carlos, diz que os conchavos tiram a força da oposição: "Eles acham mais importante fazer parte da Mesa Diretora, em um cargo sem nenhuma importância, do que exercer sua função republicana de denunciar as mazelas. Não há uma força política no interior do Congresso Nacional que consiga causar algum desconforto a essa maioria que está envolvida em atos de corrupção", diz ele.
Ricardo Caldas diz que a situação sempre foi ruim, mas piorou recentemente. "O cargo é considerado como uma posse, a pessoa se faz dona do cargo. Tem que haver uma mudança cultural, não falta legislação", diz ele. Já o senador Pedro Simon ainda demonstra certo otimismo e afirma que as novas denúncias envolvendo Henrique Eduardo Alves e Renan Calheiros não condizem com o momento que o país vive:  "É algo que não tem lógica, ainda mais em uma hora como essa. O Brasil vive um momento diferente, da Ficha Limpa, resultado de modificações importantes nos resultados das eleições, e do mensalão, que condenou deputados", diz ele.
 
Mais de 60 anos depois, se o deputado Edmundo Barreto Pinto enfrentasse um processo, seguramente não precisaria se preocupar com o risco de perder o mandato. Coisas piores passam impunes. 

A piada do dia.

Saiu n'O Globo:


POLÍTICA

No Piauí, Dilma diz que erradicará a pobreza extrema no país até 2014

A piada do dia.

Deu n'O Globo:

Cabral aprova lei da moral e dos bons costumes.

O silêncio (até quando?) de Lula.

O guia de São Bernardo continua silencioso.

Até quando?

Deu na "Época":


Contador de Carlinhos Cachoeira se entrega à PF

Geovani Pereira foi condenado a 13 anos de prisão por controlar os pagamentos de propina do grupo de Cachoeira. Ele estava foragido desde fevereiro de 2012.



Deu algum depoimento? Falou algo? Por que o tema caiu tão cedo no esquecimento?