Marcos Nogueira
Recebi a triste notícia do falecimento do jornalista Marcos Pontes Nogueira na última segunda feira. Marcos foi um grande amigo desde os tempos do Movimento Estudantil. Passou os últimos 25 anos morando em São Luís. Foi um adversário contumaz da famiglia Sarney. Fez reportagens, elaborou matérias, descobriu falcatruas e nunca teve medo (apesar das ameaças) de denunciar as mazelas desta famiglia que infelicita o Maranhão e o Brasil. Marcos foi um exemplo de coragem cívica e determinação, sempre em defesa do povo maranhense.
Entrevista para a CBN: Analisando a CPI do Cachoeira.
Segue link da entrevista dada hoje à CBN logo cedo: http://cbn.globoradio.globo.com/programas/jornal-da-cbn/2012/05/31/CASO-ENTRE-LULA-E-GILMAR-MENDES-REFORCA-QUE-EXISTE-ALGO-DE-ERRADO-NA-DEMOCRACIA-BRASILEI.htm
Debatendo o Brasil
Segue link da entrevista que dei para o site Mídia@mais tratando da conjuntura nacional: http://www.midiaamais.com.br/artigo/detalhes/2076/Entrevista+M%C3%8DDIA@MAIS:+Professor+Marco+Ant%C3%B4nio+Villa
Lula
Este artigo (que estou republicando) saiu n'O Globo de 25 de outubro de 2011. Poderia ter saído ontem.(vou republicar, ao longo da semana, outros artigos que escrevi sobre o ex-presidente)
Lula para sempre
MARCO ANTONIO VILLA
O Globo - 25/10/2011
Luiz Inácio Lula da Silva não é um homem de palavra. Proclamou diversas vezes que, ao terminar o seu mandato presidencial, iria se recolher à vida privada e se afastar da política. Mentiu. Foi mais uma manobra astuta, entre tantas que realizou, desde 1972, quando chegou à diretoria do sindicato de São Bernardo, indicado pelo irmão, para ser uma espécie de porta-voz do Partidão (depois de eleito, esqueceu do acordo).
A permanente ação política do ex-presidente é um mau exemplo para o país. Não houve nenhuma acusação de corrupção no governo Dilma sem que ele apoiasse enfaticamente o acusado. Lula pressionou o governo para não "aceitar as pressões da mídia". Apresentou a sua gestão como exemplo, ou seja, nunca apurou nenhuma denúncia, mesmo em casos com abundantes provas de mau uso dos recursos públicos. Contudo, seus conselhos não foram obedecidos.
Não deve causar estranheza este desprezo pelo interesse público. É típico de Lula. Para ele, o que vale é ter poder. Qualquer princípio pode ser instrumento para uma transação. Correção, ética e moralidade são palavras desconhecidas no seu vocabulário. Para impor a sua vontade passa por cima de qualquer ideia ou de pessoas. Tem obtido êxito. Claro que o ambiente político do país, do herói sem nenhum caráter, ajudou. E muito.
Ao longo do tempo, a doença do eterno poder foi crescendo. Começou na sala de um sindicato e terminou no Palácio do Planalto. E pretende retornar ao posto que considera seu. Para isso, desde o dia 1 de janeiro deste ano, não pensa em outra coisa. E toda ação política passa por este objetivo maior. Como de hábito, o interesse pessoal é o que conta. Qualquer obstáculo colocado no caminho será ultrapassado a qualquer custo.
O episódio envolvendo o ministro do Esporte é ilustrativo. A defesa enfática de Orlando Silva não dependeu da apresentação de provas da inocência do ministro. Não, muito pelo contrário. O que contou foi a importância para o seu projeto presidencial do apoio do PCdoB ao candidato petista na capital paulista. Lula sabe que o primeiro passo rumo ao terceiro governo é vencer em São Paulo. 2014 começa em 2012. O mesmo se repetiu no caso do Ministério dos Transportes e a importância do suporte do PR, independentemente dos "malfeitos", como diria a presidente Dilma, realizados naquela pasta. E, no caso, ainda envolvia o interesse pessoal: o suplente de Nascimento no Senado era o seu amigo João Pedro.
O egocentrismo do ex-presidente é antigo. Tudo passa pela mediação pessoal. Transformou o delegado Romeu Tuma, chefe do Dops paulista, onde centenas de brasileiros foram torturados e dezenas foram assassinados, em democrata. Lula foi detido em 1980, quando não havia mais torturas. Recebeu tratamento privilegiado, como mesmo confessou, diversas vezes, em entrevistas, que foram utilizadas até na campanha do delegado ao Senado. Nunca fez referência às torturas. Transformou a casa dos horrores em hotel de luxo. E até chegou a nomear o filho de Tuma secretário nacional de Justiça!!
O desprezo pela História é permanente. Estabeleceu uma forte relação com o símbolo maior do atraso político do país: o senador José Ribamar da Costa, vulgo José Sarney. Retirou o político maranhense do ocaso político. Fez o que Sílvio Romero chamou de "suprema degradação de retrogradar, dando, de novo, um sentido histórico às oligarquias locais e outorgando-lhes nova função política e social". E pior: entregou parte da máquina estatal para o deleite dos interesses familiares, com resultados já conhecidos.
O desprezo pelos valores democráticos e republicanos serve para explicar a simpatia de Lula para com os ditadores. Estabeleceu uma relação amistosa com Muamar Kadafi (o chamou de "amigo, irmão e líder") e com Fidel Castro (outro "amigo"). Concedeu a tiranos africanos ajuda econômica a fundo perdido. Nunca - nunca mesmo - em oito anos de Presidência deu uma declaração contra as violações dos direitos humanos nas ditaduras do antigo Terceiro Mundo. Mas, diversas vezes, atacou os Estados Unidos.
Desta forma, é considerável a sua ojeriza a qualquer forma de oposição. Ele gosta somente de ouvir a sua própria voz. Não sabe conviver com as críticas. E nem com o passado. Nada pode se rivalizar ao que acredita ser o seu papel na história. Daí a demonização dos líderes sindicais que não rezavam pela sua cartilha, a desqualificação dos políticos que não aceitaram segui-lo. Além do discurso, usou do "convencimento" financeiro. Cooptou muitos dos antigos opositores utilizando-se dos recursos do Erário. Transformou as empresas estatais em apêndices dos seus desejos. Amarrou os destinos do país ao seu projeto de poder.
Como o conde de Monte Cristo, o ex-presidente conta cada dia que passa. A sua "vingança" é o retorno, em 2014. Conta com a complacência de um país que tem uma oposição omissa, ou, na melhor das hipóteses, tímida. Detém o controle absoluto do PT. Usa e abusa do partido para fortalecer a sua capacidade de negociação com outros partidos e setores da sociedade. É obedecido sem questionamentos.
Lula é uma avis rara da política brasileira. Nada o liga à nossa tradição. É um típico caudilho, tão característico da América Hispânica. Personalista, ególatra, sem princípios e obcecado pelo poder absoluto. E, como todo caudilho, quer se perpetuar no governo. Mas os retornos na América Latina nunca deram certo. Basta recordar dois exemplos: Getúlio Vargas e Juan Domingo Perón.
Procurador propõe representação contra Thomaz Bastos
Do site Consultor Jurídico. Eu concordo com o procurador. Já falei a mesma coisa várias vezes. É imoral receber honorários fabulosos de um criminoso.
Procurador propõe representação contra Thomaz Bastos
Collor & Demóstenes
Deu nojo, asco, ver o diálogo entre Collor e Demóstenes. Dois senadores da república de fancaria. Pobre Senado, pobre Brasil.
Detalhe: Demóstenes chamou Collor sempre de "presidente".
Lula, Jobim e Gilmar
Da trágica reunião de Lula, Gilmar e Jobim é possível extrair algumas conclusões:
1. É um absurdo um ex-ministro do STF continuar advogando. É óbvio que uma causa que ele possa defender será vista de forma distinta pelos seus antigos pares (e será procurado por clientes justamente por causa disso, independentemente do valor - certamente "salgado" - dos seus honorários). Além do que, como juiz, teve acesso privilegiado a um conjunto de informações sigilosas e que poderia, em tese, ser usado para favorecer um eventual cliente. Um ministro, quando designado para cargo tão importante, deveria entender que está servindo ao país. Caso considere o salário "baixo", basta recusar a escolha;
2. É inadmissível um juiz ir ao escritório de um advogado, quando o correto (e ético) é justamente o inverso;
3. Conversar com Lula em um escritório de advocacia é anti-ético e imoral, pois Lula é o "réu oculto" do processo do Mensalão, como é sabido;
4. Toda esta confusão poderia ser evita se o STF não demorasse tanto para dar andamento ao processo. A denúncia foi aceita em 2007!!
5. Também o processo já poderia ter sido julgado se o ministro Joaquim Barbosa tivesse realizado mais rapidamente o seu trabalho;
6. A demora do revisor (ministro Lewandovski) é, no sentido jurídico, inexplicável;
7. As pressões de Lula junto aos diversos ministros (Tófolli, Carmén Lúcia, Ayres Brito, Lewandovski) são imorais, baixas, dignas de uma república bananeira e de um ex-presidente que nunca entendeu a importância do cargo que exerceu;
8. Como um ministro do STF conversa com um cidadão que diz a todo momento que o processo é uma farsa e que o Mensalão nunca existiu?
9. A relação promíscua dos Poderes também explica este triste episódio;
10. No Brasil vivemos um simulacro de república.
Comportamento de Lula é indecoroso
Vale a pena ler a reportagem do Consultor Jurídico e observar com atenção, especialmente, as palavras do ministro Celso de Mello: http://www.conjur.com.br/2012-mai-27/comportamento-lula-indecoroso-avaliam-ministros-supremo
E a tragédia da seca continua.
Vale a pena ler a matéria do UOL: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/05/27/municipios-vitimas-da-seca-nordestina-lideram-ranking-da-pobreza-no-pais.htm
Enquanto isso, nenhuma notícia sobre o desfalque de 192 milhões de reais no DNOCS (Departamento Nacional de Obras contra as Secas) descoberto pela Controladoria Geral da União. De acordo com a CGU, o desfalque teria ocorrido entre 2008-2010 durante a gestão de Elias Fernandes, apadrinhado do deputado Henrique Alves (PMDB-RN).
Lula e o mensalão
Se o Brasil fosse um país politicamente sério nunca um ex-presidente da República poderia fazer o que Lula está fazendo em relação ao Mensalão. Quando nos achamos que Lula chegou ao fundo do poço moral, ele consegue descer ainda mais.
CPMI do Cachoeira
Deu nojo assistir ontem a sessão da CPMI do Cachoeira. Com certeza o pior papel foi representado pelo advogado de defesa de Carlinhos Cachoeira. Se a moda pega, nenhum depoente desta ou de uma futura CPMI vai falar. O "silêncio constitucional", garantia do cidadão contra as arbitrariedades do Estado, no Brasil virou instrumento de bandidos. É mais uma contribuição tupiniquim para o mundo.
Verdade? Que verdade? (2)
Pelo tom dos comentários é possível perceber como estamos longe no aprendizado de debater não só o regime militar, mas qualquer fato da política brasileira. Nos temos um enorme deficit de cultura democrática. O extremismo é o pior inimigo da convivência democrática, que não exclui a discordância, óbvio, mas garante ao outro (que é apenas um adversário e nunca um inimigo, como pensa o fascista) o direito de expressar a sua opinião. Como estamos muito longe de uma cultura democrática, resta, infelizmente, encerrar o espaço dos comentários para a postagem "Verdade? Que verdade?".
Verdade? Que verdade?
Publiquei hoje n'O Globo:
Verdade? Que verdade? - MARCO ANTONIO VILLA
O GLOBO - 22/05
Foi saudada como um momento histórico a designação dos membros da Comissão da Verdade. Como tudo se movimenta lentamente na presidência de Dilma Rousseff, o fato ocorreu seis meses após a aprovação da lei 12.528. Não há qualquer justificativa para tanta demora. Durante o trâmite da lei o governo poderia ter desenhando, ao menos, o perfil dos membros, o que facilitaria a escolha.
Houve, na verdade, um desencontro com a história. O momento para a criação da comissão deveria ter sido outro: em 1985, quando do restabelecimento da democracia. Naquela oportunidade não somente seria mais fácil a obtenção das informações, como muitos dos personagens envolvidos estavam vivos. Mas — por uma armadilha do destino — quem assumiu o governo foi José Sarney, sem autoridade moral para julgar o passado, pois tinha sido participante ativo e beneficiário das ações do regime militar.
O tempo foi passando, arquivos foram destruídos e importantes personagens do período morreram. E para contentar um setor do Partido dos Trabalhadores — aquele originário do que ficou conhecido como luta armada — a presidente resolveu retirar o tema do esquecimento. Buscou o caminho mais fácil — o de criar uma comissão — do que realizar o que significaria um enorme avanço democrático: a abertura de todos os arquivos oficiais que tratam daqueles anos.
É inexplicável o período de 42 anos para que a comissão investigue as violações dos direitos humanos. Retroagir a 1946 é um enorme equívoco, assim como deveria interromper as investigações em 1985, quando, apesar da vigência formal da legislação autoritária, na prática o país já vivia na democracia — basta recordar a legalização dos partidos comunistas. Se a extensão temporal é incompreensível, menos ainda é o prazo de trabalho: dois anos. Como os membros não têm dedicação exclusiva e, até agora, a estrutura disponibilizada para os trabalhos é ínfima, tudo indica que os resultados serão pífios. E, ainda no terreno das estranhezas e sem nenhum corporativismo, é, no mínimo, extravagante que tenha até uma psiquiatra na comissão e não haja lugar para um historiador.
A comissão foi criada para “efetivar o direito à memória e a verdade histórica”. O que é “verdade histórica”? Pior são os sete objetivos da comissão (conforme artigo 3º), ora indefinidos, ora extremamente amplos. Alguns exemplos: como a comissão agirá para que seja prestada assistência às vítimas das violações dos direitos humanos? E como fará para “recomendar a adoção de medidas e políticas públicas para prevenir violação de direitos humanos, assegurar sua não repetição e promover a efetiva reconciliação nacional”? De que forma é possível “assegurar sua não repetição”?
O encaminhamento dado ao tema pelo governo foi desastroso. Reabriu a discussão sobre a lei de anistia, questão que já foi resolvida pelo STF em 2010. A anistia foi fundamental para o processo de transição para a democracia. Com a sua aprovação, em 1979, milhares de brasileiros retornaram ao país, muitos dos quais estavam exilados há 15 anos. Luís Carlos Prestes, Gregório Bezerra, Miguel Arraes, Leonel Brizola, entre os mais conhecidos, voltaram a ter ativa participação política. Foi muito difícil convencer os setores ultraconservadores do regime militar que não admitiam o retorno dos exilados, especialmente de Leonel Brizola, o adversário mais temido — o PT era considerado inofensivo e Lula tinha bom relacionamento com o general Golbery do Couto e Silva.
Não é tarefa fácil mexer nas feridas. Há o envolvimento pessoal, famílias que tiveram suas vidas destruídas, viúvas, como disse o deputado Alencar Furtado, em 1977, do “quem sabe ou do talvez”, torturas, desaparecimentos e mortes de dezenas de brasileiros. Mas — e não pode ser deixado de lado — ocorreram ações por parte dos grupos de luta armada que vitimaram dezenas de brasileiros. Evidentemente que são atos distintos. A repressão governamental ocorreu sob a proteção e a responsabilidade do Estado. Contudo, é possível enquadrar diversos atos daqueles grupos como violação dos direitos humanos e, portanto, incurso na lei 12.528.
O melhor caminho seria romper com a dicotomia — recolocada pela criação da comissão — repressão versus guerrilheiros ou ação das forças de segurança versus terroristas, dependendo do ponto de vista. É óbvio que a ditadura — e por ser justamente uma ditadura — se opunha à democracia; mas também é evidente que todos os grupos de luta armada almejavam a ditadura do proletariado (sem que isto justifique a bárbara repressão estatal). Nesta guerra, onde a política foi colocada de lado, o grande derrotado foi o povo brasileiro, que teve de suportar durante anos o regime ditatorial.
A presidente poderia ter agido como uma estadista, seguindo o exemplo do sul-africano Nelson Mandela, que criou a Comissão da Verdade e Reconciliação. Lá, o objetivo foi apresentar publicamente — várias sessões foram transmitidas pela televisão — os dois campos, os guerrilheiros e as forças do apartheid. Tudo sob a presidência do bispo Desmond Tutu, Prêmio Nobel da Paz. E o país pôde virar democraticamente esta triste página da história. Mas no Brasil não temos um Mandela ou um Tutu.
Pelas primeiras declarações dos membros da comissão, continuaremos prisioneiros do extremismo político, congelados no tempo, como se a roda da história tivesse parado em 1970. Não avançaremos nenhum centímetro no processo de construção da democracia brasileira. E a comissão será um rotundo fracasso.
E Lewandovsky não leu........ainda
E inacreditável: Enrique Ricardo Lewandovsky não conseguiu fazer um simples relatório de revisão. Coisa de estagiário. Mas o jurista de São Bernardo do Campo deve ter uma enorme dificuldade com a leitura.
Uma república de fancaria.
Republico este artigo que saiu no Estadão em de outubro de 2011. Os fatos dos últimos meses só reforçam o que escrevi. Não é uma CPI, uma eleição, um decreto, uma PEC, ou qualquer medida paliativa que vai resolver nossos problemas. A questão é muito mais ampla: é estrutural.
República destroçada
A seca no Nordeste
Já comentei mas vale a pena relembrar. O UOL está publicando uma excelente série sobre a seca. A matéria de hoje trata da relação entre a seca e a política local: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/05/19/alimentada-pela-escassez-industria-da-seca-fatura-com-a-estiagem-no-nordeste.htm
A crise européia e o Brasil
Diversamente do que diz Guido Mantega, o Brasil será duramente afetado plea crise econômica européia. Até o momento ninguém consegue saber qual o tamanho do problema. Mas algumas conclusões são possíveis de extrair:
1. vai diminuir o fluxo de capitais para o Brasil;
2. o dólar deverá se manter a 2 reais;
3. usar as importações para segurar a inflação não vai dar certo;
4. o preço internacional das commodities deve cair e a nossa receita exportadora também;
5. o Brasil manteve (e mantém) uma estrutura de exportações neo-colonial e vai ser penalizado pela queda da taxa de crescimento da China;
6. o governo aumentou os gastos sem ter aumentando a eficiência;
7. os gastos de infraestrutura são pífios;
8. a desindustrialização é evidente;
9. as tais reformas foram para o espaço. A agenda política está ocupado com Cachoeira e companhia;
10. o governo não soube aproveitar o longo período de prosperidade da economia internacional até o último trimestre de 2008 (considerando que o governo Dilma é o terceiro mandato de Lula);
11. a inflação deverá se manter bem longe da meta.
12. a permanência da crise européia e de seus efeitos no Brasil, reforça a necessidade de repensar o "modelo" econômico dos últimos anos. Sem investimentos pesados nos pontos de estrangulamento (como diria antigamente a CEPAL) e a melhoria na eficiência da gestão estatal (e de suas empresas, diga-se; basta ver o desastre da gestão Gabrieli na Petrobrás), ficaremos condenados a uma taxa de crescimento que não deve passar de 2 a 3% ao ano (isto se não for menor ainda). Enquanto isso, a China, Índia, etc, etc.
A comissão da verdade
Este texto foi publicado em 2008. Gerou uma enorme polêmica. Com a instalação da Comissão da Verdade, acho recomendável a republicação.
São Paulo, segunda-feira, 19 de maio de 2008 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice TENDÊNCIAS/DEBATES Falácias sobre a luta armada na ditaduraMARCO ANTONIO VILLA Militantes de grupos de luta armada criaram um discurso eficaz. Quem questiona "vira" adepto da ditadura. Assim, evitam o debate A LUTA armada, de tempos em tempos, reaparece no noticiário. Nos últimos anos, foi se consolidando uma versão da história de que os guerrilheiros combateram a ditadura em defesa da liberdade. Os militares teriam voltado para os quartéis graças às suas heróicas ações. Em um país sem memória, é muito fácil reescrever a história. É urgente enfrentarmos essa falácia. A luta armada não passou de ações isoladas de assaltos a bancos, seqüestros, ataques a instalações militares e só. Apoio popular? Nenhum. O regime militar acabou por outras razões. Argumentam que não havia outro meio de resistir à ditadura, a não ser pela força. Mais um grave equívoco: muitos dos grupos existiam antes de 1964 e outros foram criados logo depois, quando ainda havia espaço democrático (basta ver a ampla atividade cultural de 1964-1968). Ou seja, a opção pela luta armada, o desprezo pela luta política e pela participação no sistema político e a simpatia pelo foquismo guevarista antecedem o AI-5 (dezembro de 1968), quando, de fato, houve o fechamento do regime. O terrorismo desses pequenos grupos deu munição (sem trocadilho) para o terrorismo de Estado e acabou usado pela extrema-direita como pretexto para justificar o injustificável: a barbárie repressiva. Todos os grupos de luta armada defendiam a ditadura do proletariado. As eventuais menções à democracia estavam ligadas à "fase burguesa da revolução". Uma espécie de caminho penoso, uma concessão momentânea rumo à ditadura de partido único. Conceder-lhes o estatuto histórico de principais responsáveis pela derrocada do regime militar é um absurdo. A luta pela democracia foi travada nos bairros pelos movimentos populares, na defesa da anistia, no movimento estudantil e nos sindicatos. Teve na Igreja Católica um importante aliado, assim como entre os intelectuais, que protestaram contra a censura. E o MDB, nada fez? E seus militantes e parlamentares que foram perseguidos? E os cassados? Quem contribuiu mais para a restauração da democracia: o articulador de um ato terrorista ou o deputado federal emedebista Lisâneas Maciel, defensor dos direitos humanos, que acabou sendo cassado pelo regime militar em 1976? A ação do MDB, especialmente dos parlamentares da "ala autêntica", precisa ser relembrada. Não foi nada fácil ser oposição nas eleições na década de 1970. Os militantes dos grupos de luta armada construíram um discurso eficaz. Quem questiona é tachado de adepto da ditadura. Assim, ficam protegidos de qualquer crítica e evitam o que tanto temem: o debate, a divergência, a pluralidade, enfim, a democracia. Mais: transformam a discussão política em questão pessoal, como se a discordância fosse uma espécie de desconsideração dos sofrimentos da prisão. Não há relação entre uma coisa e outra: criticar a luta armada não legitima o terrorismo de Estado. Precisamos romper o círculo de ferro construído, ainda em 1964, pelos inimigos da democracia, tanto à esquerda como à direita. Não podemos ser reféns, historicamente falando, daqueles que transformaram o adversário, em inimigo; o espaço da política, em espaço de guerra. Um bom caminho para o país seria a abertura dos arquivos do regime militar. Dessa forma, tanto a ação contrária ao regime como a dos "defensores da ordem" poderiam ser estudadas, debatidas e analisadas. Parece, porém, que o governo não quer. Optou por uma espécie de "cala-boca" financeiro. Rentável, é verdade. Injusto, também é verdade. Tanto pelo pagamento de indenizações milionárias a privilegiados como pelo abandono de centenas de perseguidos que até hoje não receberam nenhuma compensação. É fundamental não só rever as indenizações já aprovadas como estabelecer critérios rigorosos para os próximos processos. Enfim, precisamos romper os tabus construídos nas últimas quatro décadas: criticar a luta armada não é apoiar a tortura, assim como atacar a selvagem repressão do regime militar não é defender o terrorismo. O pagamento das indenizações não pode servir como cortina de fumaça para encobrir a história do Brasil. Por que o governo teme a abertura dos arquivos? Abrir os arquivos não significa revanchismo ou coisa que o valha. O desinteresse do governo pelo tema é tão grande que nem sequer sabe onde estão os arquivos das Forças Armadas e dos órgãos civis de repressão. Mantê-los fechados só aumenta os boatos e as versões fantasiosas. |
Seca no Nordeste.
O UOL está publicando uma série (muito boa, por sinal) sobre a seca no Nordeste. O governo federal - que em dez anos nada fez pela região - continua assistindo a tragédia, assim como outros que o antecederam nos últimos 150 anos (e não é exagero, basta ler o meu livro "Vida e morte no sertão. História das secas no Nordeste nos séculos XIX e XX"). O link é http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/05/16/com-maior-seca-em-decadas-nordeste-revive-era-de-exodo-e-fuga-do-campo.htm
Leia Lewandowsky!
Chegamos a metade do mês de maio e nada do ministro Enrique Ricardo Lewandowsky entregar seu relatório de revisor do processo do Mensalão. Ele reclamou (pelos jornais) que no processo digitalizado não tem "busca palavras" e que isso dificulta a leitura!!!!
Collor e as ameaças à liberdade de imprensa
Só no Brasil: um presidente que sofreu um processo de impeachment - e que foi aprovado quase que pela unanimidade dos parlamentares das duas Casas - após um amplo movimento popular de mobilização em repúdio à corrupção e em defesa da ética na política, reaparece, vinte anos depois, como paladino da moralidade e coagindo a imprensa.
E a famiglia Sarney continua a mesma.
Época.
Não vai faltar comida
Os alimentos comprados para consumo da governadora Roseana Sarney e de seu vice em 2012 passam de 68 toneladas
O relatório Joaquim Barbosa (Mensalão)
No link, o relatório sobre o processo do Mensalão feito pelo ministro Joaquim Barbosa:
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/relatorioMensalao.pdf
CPMI do Cachoeira: vídeo do debate no Entre Aspas.
No link, o debate de ontem no programa Entre Aspas da Globo News com Monica Waldvogel e o colega Aldo Fornazieri. que tratou da CPMI do Cachoeira e seus desdobramentos políticos:
http://globotv.globo.com/globo-news/entre-aspas/t/todos-os-videos/v/inicio-da-cpi-do-caso-cachoeira-ja-causa-polemica-em-brasilia/1942298/
Entre Aspas
Hoje estarei no Entre Aspas, na Globo News, às 23 horas, discutindo a CPMI do Cachoeira.
Ministério da Verdade
Este artigo saiu na Folha de S. Paulo de 9 de janeiro deste ano. A coação montada pela CPMI do Cachoeira justifica a republicação.
Marco Antonio Villa - Ministério da Verdade
Estamos vivendo um tempo no qual os donos do poder exigem obediência absoluta.
No Congresso, a oposição representa apenas 17,5% das cadeiras. O governo tem uma maioria digna da Arena. Em 1970, no auge do regime militar, o MDB, partido de oposição, chegou a examinar a proposta de autoextinção. Quatro anos depois, o mesmo MDB venceu a eleição para o Senado em 16 dos 22 Estados existentes (no Maranhão, o MDB nem lançou candidato).
Ou seja, a esmagadora maioria de hoje pode não ser a de amanhã. Mas, para que isso aconteça, é necessário fazer algo básico, conhecido desde a antiga Grécia: política.
É nesse terreno que travo o meu combate. Sei que as condições são adversas, mas isso não significa que eu tenha de aceitar o rolo compressor do poder. Não significa também que eu vá, pior ainda, ficar emparedado pelos adversários que agem como verdadeiros policiais do Ministério da Verdade.
Faço essas ressalvas não para responder aos dois comentários agressivos, gratuitos e sem sentido do jornalista Janio de Freitas, publicados nesta Folha nos textos "Nada mais que o Impossível" (1º de janeiro) e "Meia Novidade" (3 de janeiro). Não tenho qualquer divergência ou convergência com o jornalista. Daí a minha estranheza pelos ataques perpetrados sem nenhuma razão (aparente, ao menos).
A minha questão é com a forma como o governo federal montou uma política de poder para asfixiar os opositores. Ela é muito mais eficiente que as suas homólogas na Venezuela, no Equador ou, agora, na Argentina.
Primeiro, o governo organizou um bloco que vai da direita mais conservadora aos apoiadores do MST. Dessa forma, aprova tudo o que quiser, com um custo político baixo. Garantindo uma maioria avassaladora no Congresso, teve as mãos livres para, no campo da economia, distribuir benesses ao grande capital e concessões aos setores corporativos. Calou também os movimentos sociais e sindicatos com generosas dotações orçamentárias, sem qualquer controle público.
Mas tudo isso não basta. É necessário controlar a imprensa, único espaço onde o governo ainda encontra alguma forma de discordância. No primeiro governo Lula, especialmente em 2005, com a crise do mensalão, a imprensa teve um importante papel ao revelar as falcatruas -e foram muitas.
No Brasil, os meios de comunicação têm uma importância muito maior do que em outras democracias ocidentais. Isso porque a nossa sociedade civil é extremamente frágil. A imprensa acaba assumindo um papel de enorme relevância.
Calar essa voz é fechar o único meio que a sociedade encontra para manifestar a sua insatisfação, mesmo que ela seja inorgânica, com os poderosos.
Já em 2006, quando constatou que poderia vencer a eleição, Lula passou a atacar a imprensa. E ganhou aliados rapidamente. Eram desde os jornalistas fracassados até os políticos corruptos -que apoiavam o governo e odiavam a imprensa, que tinha denunciado suas ações "pouco republicanas".
Esse bloco deseja o poder absoluto. Daí a tentativa de eliminar os adversários, de triturar reputações, de ameaçar os opositores com a máquina estatal.
É um processo com tinturas fascistas, que deixaria ruborizado Benito Mussolini, graças à eficiência repressiva, sem que se necessite de esquadrões para atacar sedes de partidos ou sindicatos. Nem é preciso impor uma ditadura: o sufrágio universal (sem política) deverá permitir a reprodução, por muitos anos, dessa forma de domínio.
Os eventuais conflitos políticos são banais. Por temer o enfrentamento, a oposição no Brasil tenderá a ficar ainda mais reduzida e restrita às questões municipais e, no máximo, estaduais.
MARCO ANTONIO VILLA, 55, é historiador e professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Querem nos impor a mordaça
Estou republicando o meu artigo que saiu n'O Globo de 27 de dezembro de 2011. O motivo são as tentativas na CPMI do Cachoeira de coagir a imprensa.
Querem impor a mordaça
MARCO ANTONIO VILLA
Não é novidade a forma de agir dos donos do poder. Nas três últimas eleições presidenciais, o PT e seus
comparsas produziram dossiês, violaram sigilos fiscais e bancários, espalharam boatos, caluniaram seus
opositores, montaram farsas. Não tiveram receio de transgredir a Constituição e todo aparato legal. Para
ganhar, praticaram a estratégia do vale-tudo. Transformaram seus militantes, incrustados na máquina do
Estado, em informantes, em difamadores dos cidadãos. A máquina petista virou uma Stasi tropical, tão
truculenta como aquela que oprimiu os alemães-orientais durante 40 anos.
A truculência é uma forma fascista de evitar o confronto de ideias. Para os fascistas, o debate é nocivo à sua forma de domínio, de controle absoluto da sociedade, pois pressupõe a existência do opositor. Para o PT, que segue esta linha, a política não é o espaço da cidadania. Na verdade, os petistas odeiam a política. Fizeram nos últimos anos um trabalho de despolitizar os confrontos ideológicos e infantilizaram as divergências (basta recordar a denominação “mãe do PAC”).
A pluralidade ideológica e a alternância do poder foram somente suportadas. Na verdade, os petistas odeiam ter de conviver com a democracia. No passado adjetivavam o regime como “burguês”; hoje, como detém o poder, demonizam todos aqueles que se colocam contra o seu projeto autoritário. Enxergam na Venezuela, no Equador e, mais recentemente, na Argentina exemplos para serem seguidos. Querem, como nestes três países, amordaçar os meios de comunicação e impor a ferro e fogo seu domínio sobre a sociedade.
Mesmo com todo o poder de Estado, nunca conseguiram vencer, no primeiro turno, uma eleição presidencial. Encontraram resistência por parte de milhões de eleitores. Mas não desistiram de seus propósitos. Querem controlar a imprensa de qualquer forma. Para isso contam com o poder financeiro do governo e de seus asseclas. Compram consciências sem nenhum recato. E não faltam vendedores sequiosos para mamar nas tetas do Estado.
O panfleto de Amaury Ribeiro Junior (“A privataria tucana”) é apenas um produto da máquina petista de
triturar reputações. Foi produzido nos esgotos do Palácio do Planalto. E foi publicado, neste momento,
justamente com a intenção de desviar a atenção nacional dos sucessivos escândalos de corrupção do
governo federal. A marca oficialista é tão evidente que, na quarta capa, o editor usa a expressão “malfeito”,
popularizada recentemente pela presidente Dilma Rousseff quando defendeu seus ministros corruptos.
Sob o pretexto de criticar as privatizações, focou exclusivamente o seu panfleto em José Serra. O autor
chegou a pagar a um despachante para violar os sigilos fiscais de vários cidadãos, tudo isso sob a proteção O panfleto de Amaury Ribeiro Junior (“A privataria tucana”) é apenas um produto da máquina petista de
triturar reputações. Foi produzido nos esgotos do Palácio do Planalto. E foi publicado, neste momento,
justamente com a intenção de desviar a atenção nacional dos sucessivos escândalos de corrupção do
governo federal. A marca oficialista é tão evidente que, na quarta capa, o editor usa a expressão “malfeito”,
popularizada recentemente pela presidente Dilma Rousseff quando defendeu seus ministros corruptos.
Sob o pretexto de criticar as privatizações, focou exclusivamente o seu panfleto em José Serra. O autor
chegou a pagar a um despachante para violar os sigilos fiscais de vários cidadãos, tudo isso sob a proteção
de uma funcionária (petista, claro) da agência da Receita Federal, em Mauá, região metropolitana de São
Paulo. Ribeiro — que está sendo processado — não tem vergonha de confessar o crime. Disse que não sabia como o despachante obtinha as informações sigilosas. Usou 130 páginas para transcrever documentos sem nenhuma relação com o texto, como uma tentativa de apresentar seriedade, pesquisa, na elaboração das calúnias. Na verdade, não tinha como ocupar as páginas do panfleto com outras reportagens requentadas (a maioria publicada na revista “IstoÉ”).
Demonstrando absoluto desconhecimento do processo das privatizações, o autor construiu um texto
desconexo. Começa contando que sofreu um atentado quando investigava o tráfico de drogas em uma
cidade-satélite do Distrito Federal. Depois apresenta uma enorme barafunda de nomes e informações. Fala
até de um diamante cor-de-rosa que teria saído clandestinamente do país. Passa por Fernandinho Beira-Mar, o juiz Nicolau e por Ricardo Teixeira. Chega até a desenvolver uma tese que as lan houses, na periferia, facilitam a ação dos traficantes. Termina o longo arrazoado dizendo que foi obrigado a fugir de Brasília (sem explicar algum motivo razoável).
O panfleto não tem o mínimo sentido. Poderia servir — pela prática petista — como um dossiê, destes que o partido usa habitualmente para coagir e tentar desmoralizar seus adversários nas eleições (vale recordar que Ribeiro trabalhou na campanha presidencial de Dilma). O autor faz afirmações megalomaníacas, sem
nenhuma comprovação. A edição foi tão malfeita que não tomaram nem o cuidado de atualizar as
reportagens requentadas, como na página 170, quando é dito que “o primo do hoje candidato tucano à
Presidência da República...” A eleição foi em 2010 e o livro foi publicado em novembro de 2011 (e, segundo o autor, concluído em junho deste ano).
O panfleto deveria ser ignorado. Porém, o Ministério da Verdade petista, digno de George Orwell, construiu um verdadeiro rolo compressor. Criou a farsa do livro invisível, isto quando recebeu ampla cobertura televisiva da rede onde o jornalista dá expediente. Junto às centenas de vozes de aluguel, Ribeiro quis transformar o texto difamatório em denúncia. Fracassou. O panfleto não para em pé e logo cairá no esquecimento. Mas deixa uma lição: o PT não vai deixar o poder tão facilmente, como alguns ingênuos imaginam. Usará de todos os instrumentos de intimidação contra seus adversários, mesmo aqueles que hoje silenciam, acreditando que estão “pela covardia” protegidos da fúria fascista. O PT não terá dúvida em rasgar a Constituição, se for necessário ao seu plano de perpetuação no poder. O panfleto é somente uma pequena peça da estrutura fascista do petismo.
MARCO ANTONIO VILLA é historiador e professor da Universidade Federal de São Carlos (SP).
E Lewandowsky continua com o processo do Mensalão
Como ministro revisor, de acordo com o Regimento Interno do STF, compete a Lewandovsky:
Art. 25. Compete ao Revisor:
I – sugerir ao Relator medidas ordinatórias do processo que tenham sido
omitidas;
II – confirmar, completar ou retificar o relatório;
III – pedir dia para julgamento dos feitos nos quais estiver habilitado a proferir voto
Portanto, o processo depende, neste momento, exclusivamente dele para entrar na ordem do dia. E, neste caso, dificilmente o fará neste semestre. Lembrando que já estamos na segunda semana de maio. E no segundo semestre o STF terá dez ministros e a partir de novembro somente nove.
Judiciário e seus salários fabulosos
As reportagens de Fausto Macedo (no Estadão) sobre os salários de alguns desembargadores, juízes e funcionários são aterradoras. Vale lembrar o meu artigo "Triste Judiciário" publicado em "O Globo" (que também tem feito belas reportagens sobre o tema) que apresentou os altíssimos salários do STJ (chamados por eles de "ganhos eventuais") e abriu a discussão nacional sobre o tema. Segue a reportagem de hoje de Fausto Macedo no Estadão: :
Servidora do Tribunal de Justiça de São Paulo ganha R$ 230 mil 'sem motivo'
Em 14 meses, assessora de ex-presidente da corte recebeu pagamentos sem precisar justificar
Fausto Macedo. O Estado de S. Paulo