Popularidade e eleição.
Em 1960 JK estava com a popularidade lá nas alturas. Mesmo assim não elegeu o sucessor. Recentemente, na América Latina, outros presidentes bem avaliados não conseguiram fazer o sucessor.
Os analistas que afirmavam, desde o ano passado, que Dilma herdaria a popularidade de Lula devem estar com os cabelos em pé. Citavam números, até para dar veracidade à hipótese. Até agora, contudo, o que vemos são as duas principais candidaturas estabilizadas: Serra na frente e Dilma em segundo, variando a diferença entre eles de 5 a 10% das intenções de voto.
Depois das duas últimas pesquisas (Ibope e Datafolha) nada aconteceu que mudasse este panorama. Se neste mês a diferença ficar estabilizada, veremos que ocorrerão várias defecções estaduais. O PMDB vai rachar, mas não sem antes saquear o que for possível do Estado. A seção gaúcha que têm uma tradição de combatividade - e de independência, nos últimos anos - já sinalizou que não vai apoiar Dilma. É uma defecção importante, tanto no sentido ideológico, como pela importância eleitoral do estado. Pode ser o sinal para outros rachas no partido.
Lula propala aos quatro ventos que Dilma não decolou por ele não entrou na campanha. Pura falácia. Ele faz campanha para ela desde 2008. Agora não pode fazer propaganda de acordo com a legislação eleitoral. Já sofreu duas penalidades do TSE. A pergunta que fica é se ele vai conseguir virar o jogo em favor de Dilma. Mais do que esta possibilidade, o que fica no ar é qual a postura que o TSE vai tomar.
# por Cristiano Rodrigues - 8 de maio de 2010 às 01:46
Vamos fazer um pouco de conta. Infelizmente, muitas vezes a lógica matemática e jornalismo andam em campos opostos. Em 2002 Lula teve 46,44% dos votos válidos no primeiro turno e em 2006 teve 48,6%. Não existe correlação perfeita de transferência de votos, ou seja, 100% dos votos de A para B. Supondo o Santo Lula transferindo em um toque de Midas 85% dos votos (o que é uma enormidade), o teto de Dilma no 1ºturno será de 41%. Logo, teremos segundo turno mesmo nesse cenário. Se olharmos que os apoios do PSDB em 2006 foram de apenas PSDB-DEM e parte do PPS, com penetração forte apenas no sul e em São Paulo, Alckmin teve 41%. Bem, Alckmin não tinha nem tem a capilaridade, nem muito menos a história de Serra, e mesmo assim foi uma eleição muito disputada no primeiro turno. Um cenário realista otimista (não considerando transferência reversa de eleitores antigos do PT para Marina, o que é muito provável) para o PT aponta uma transferência de 75% para Dilma, que é também uma enormidade, o que mostra um teto mais realista de 36,5% para a candidata, o que será praticamente o memo patamar de Serra na média das pesquisas ao longo dos últimos 4 anos, logo empate técnico em um cenário otimista para o PT.
MAs como bem apontado por Villa, se o cenário de estancamento de Dilma nas pesquisas se mantiver, os apoios regionais para Dilma fragmentar-se-ão. Assim, não se espante para um teto de transferência de Lula na casa dos 65% que dá cerca de 33%, o que já foi seu teto até hoje. Particularmente acredito muito nesse cenário, pois Marina vai roubar o eleitor politizado que hstoricamente votava no PT e não no PSDB. Logo, Marina crescendo para cerca de 18%, Dilma na casa dos 35% e Serra nos 45% e nanicos com os demais 2% me parece o mais provável. No 2º turno esse voto de Marina tende a ir mais para Dilma (60%), mas suficiente para dara Serra uma vitória na casa de 55% a 45%. Querem apostar? É só fazer conta.