O livro do Mensalão




quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Deu na coluna "Radar", da Veja

7:07 \ Brasil

O livro do mensalão vem aí

Nas livrarias em breve
O julgamento nem acabou, mas a primeira obra sobre o mensalão chega às livrarias em muito breve, dias depois que os ministros baterem o martelo final. Mensalão, o novo livro do historiador Marco Antonio Villa,  narra o desenrolar do escândalo e o julgamento dos envolvidos.
Por Lauro Jardim

Hummmm. Marcos Valério quer delação premiada

Da Folha de S. paulo:


Pedido de Valério pode ser estratégia para tirá-lo da cadeia, dizem ministros




Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) avaliaram nesta terça-feira (30), em caráter reservado, que o fax com pedido de delação premiada enviado por Marcos Valério à Corte pode fazer parte de uma nova estratégia do empresário que, se bem sucedida, o deixaria fora da cadeia.

Valério foi condenado pelo Supremo, após ser considerado o operador do esquema do mensalão. Na semana passada, os ministros definiram a ele uma pena superior a 40 anos de prisão, que ainda poderá ser revista até o final do julgamento. O caso será retomado pelo tribunal no dia 7 de novembro.

No final de setembro, num sábado, a defesa de Valério enviou uma mensagem, por fax, à presidência do STF, dizendo que gostaria de ser ouvido e alegando correr risco de vida.
Integrantes do tribunal ouvidos pela reportagem avaliam que um depoimento neste momento não poderá ter qualquer influência sobre o caso em julgamento. Caso ele resolva falar aquilo que diz saber, no entanto, novas investigações poderiam surgir, assim como o conteúdo do depoimento influenciaria casos já abertos e que correm na primeira instância.
Ministros disseram à Folha que estão sendo informados, a todo o momento, que Valério está realmente preocupado com possíveis atentados contra sua vida, além de que ele está disposto a fazer de tudo para não voltar à prisão, onde já passou alguns meses de sua vida.

Para eles, portanto, a estratégia do empresário pode ser a seguinte: Ele falaria ao Ministério Público tudo o que diz saber, esperando convencer a acusação de que suas informações podem ser relevantes para esclarecer fatos ainda não revelados do esquema do mensalão.
Ao prestar um depoimento completo sobre o que vivenciou entre os anos de 2002 e 2005, ou até sobre anos anteriores, quando trabalhou para o PSDB de Minas Gerais, ele poderia pleitear a inclusão de seu nome ao Sistema Nacional de Assistência à Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas, garantindo a proteção estatal, sendo enviado a algum local não identificado.

Isso depende da concordância da Procuradoria e não anularia sua condenação do Supremo, mas, na prática tirá-lo da cadeia já que estaria no programa a testemunha.
Hoje, o presidente Carlos Ayres Britto não quis revelar o conteúdo completo do recado enviado por Valério, por estar sob segredo de Justiça, e desconversou sobre seus efeitos. Ele se limitou a dizer que o conteúdo da mensagem foi "hiperlacônico". Esse sigilo foi decretado pelo próprio Britto, ao receber a mensagem, que no mesmo dia foi enviada ao relator do processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa.

Piada do dia (mais uma)

Não dava para deixar de citar mais esta bobagem. Deu no Estadão:


Quem quiser contrariar Lula vai pensar 'duas vezes', diz Marta


E falou mais:

"Acho que sempre foi muito difícil contrariar o presidente Lula. Não lembro de muita gente ter contrariado e, depois disso, as pessoas vão pensar duas pessoas. A capacidade e a visão política que ele tem é muito grande. Nós temos sorte no PT de termos um quadro fora do normal, ele reconstruiu o partido com esse gesto que fez", disse a ministra.

Notem: "um quadro fora do normal"!!!!!!

Piada do dia.

Do site do Estadão:


PT vai atacar ‘politização’ de julgamento

Documento deve apontar pressão da mídia e afirmar que teses do STF abandonam cultura do direito que garante liberdades individuais.

O grande momento da comemoração de ontem.


Deu n'O Globo:

Em festa de Haddad, Maluf entoa ‘olê, olê, olê, olá, Lula, Lula’

Debatendo o segundo turno

Segue link do debate de ontem na Veja tratando do segundo turno das eleições municipais:
http://veja.abril.com.br/multimidia/video/debate-as-eleicoes-em-todo-o-pais 

Os novos fascistas

Vale a pena ver o vídeo das agressões cometidas pelos fascistas, ontem, quando o condenado José Genoíno (por corrupção ativa e formação de quadrilha) foi votar. Agrediram jornalistas, eleitores e, inclusive, foi atirada ao chão uma senhora de 82 anos. E, pelo andar da carruagem, é só o começo.
Segue link do vídeo: http://www1.folha.uol.com.br/poder/1176751-militantes-do-pt-agridem-jornalistas-durante-votacao-de-genoino-em-sp.shtml 

A pergunta do dia.

Onde está Delúbio Soares?

Fica, Celso de Mello!!

A continuidade do ministro Celso de Mello no STF é fundamental. Ele ainda está longe da expulsória. Vale a pena escrever para o seu gabinete no STF solicitando a sua permanência. Teremos, tudo indica, dois novos "ministros companheiros" e a independência daquela Corte está em jogo.

Mensalão: a hora da dosimetria (II).

Segue link do debate de ontem na Veja. O tema central foi a dosimetria e a lentidão dos trabalhos na etapa final do julgamento: http://veja.abril.com.br/multimidia/video/mensalao-em-julgamento-dosimetria-confusa

Mensalão: a hora da dosimetria (I)

Link do debate de ontem na Veja que discutiu a sessão do STF que tratou da dosimetria dos condenados no processo do mensalão: http://veja.abril.com.br/multimidia/video/34o-debate-40-anos-para-marcos-valerio

O final do julgamento do mensalão

Segue link do debate de ontem na Veja que tratou da dosimetria e das repercussões do final do julgamento:
http://veja.abril.com.br/multimidia/video/33o-debate-comeca-a-dosimetria

Hoje tem mais debate às 19 horas.

A condenação do PT

Publiquei hoje n'o Globo:


A condenação do PT

O único projeto da aristocracia petista — conservadora, oportunista e reacionária — é de se perpetuar no poder

O julgamento do mensalão atingiu duramente o Partido dos Trabalhadores. As revelações acabaram por enterrar definitivamente o figurino construído ao longo de décadas de um partido ético, republicano e defensor dos mais pobres. Agora é possível entender as razões da sua liderança de tentar, por todos os meios, impedir a realização do julgamento. Não queriam a publicização das práticas criminosas, das reuniões clandestinas, algumas delas ocorridas no interior do próprio Palácio do Planalto, caso único na história brasileira.

Muito distante das pesquisas acadêmicas — instrumentalizadas por petistas — e, portanto, mais próximos da realidade, os ministros do STF acertaram na mosca ao definir a liderança petista, em 2005, como uma sofisticada organização criminosa e que, no entender do ministro Joaquim Barbosa, tinha como chefe José Dirceu, ex-presidente do PT e ministro da Casa Civil de Lula. Segundo o ministro Celso de Mello: “Este processo criminal revela a face sombria daqueles que, no controle do aparelho de Estado, transformaram a cultura da transgressão em prática ordinária e desonesta de poder.” E concluiu: “É macrodelinquência governamental.” O presidente Ayres Brito foi direto: “É continuísmo governamental. É golpe.”

O julgamento do mensalão desnudou o PT, daí o ódio dos seus fanáticos militantes com a Suprema Corte e, principalmente, contra o que eles consideram os “ministros traidores”, isto é, aqueles que julgaram segundo os autos do processo e não de acordo com as determinações emanadas da direção partidária. Como estão acostumados a lotear as funções públicas, até hoje não entenderam o significado da existência de três poderes independentes e, mais ainda, o que é ser ministro do STF. Para eles, especialmente Lula, ministro da Suprema Corte é cargo de confiança, como os milhares criados pelo partido desde 2003. Daí que já começaram a fazer campanha para que os próximos nomeados, a começar do substituto de Ayres Brito, sejam somente aqueles de absoluta confiança do PT, uma espécie de ministro companheiro. E assim, sucessivamente, até conseguirem ter um STF absolutamente sob controle partidário.

A recepção da liderança às condenações demonstra como os petistas têm uma enorme dificuldade de conviver com a democracia. Primeiramente, logo após a eclosão do escândalo, Lula pediu desculpas em pronunciamento por rede nacional. No final do governo mudou de opinião: iria investigar o que aconteceu, sem explicar como e com quais instrumentos, pois seria um ex-presidente. Em 2011 apresentou uma terceira explicação: tudo era uma farsa, não tinha existido o mensalão. Agora apresentou uma quarta versão: disse que foi absolvido pelas urnas — um ato falho, registre-se, pois não eram um dos réus do processo. Ao associar uma simples eleição com um julgamento demonstrou mais uma vez o seu desconhecimento do funcionamento das instituições — registre-se que, em todas estas versões, Lula sempre contou com o beneplácito dos intelectuais chapas-brancas para ecoar sua fala.

As lideranças condenadas pelo STF insistem em dizer que o partido tem que manter seu projeto estratégico. Qual? O socialismo foi abandonado e faz muito tempo. A retórica anticapitalista é reservada para os bate-papos nostálgicos de suas velhas lideranças, assim como fazem parte do passado o uso das indefectíveis bolsas de couro, as sandálias, as roupas desalinhadas e a barba por fazer. A única revolução petista foi na aparência das suas lideranças. O look guevarista foi abandonado. Ficou reservado somente à base partidária. A direção, como eles próprios diriam em 1980, “se aburguesou”. Vestem roupas caras, fizeram plásticas, aplicam botox a três por quatro. Só frequentam restaurantes caros e a cachaça foi substituída pelo uísque e o vinho, sempre importados, claro.

O único projeto da aristocracia petista — conservadora, oportunista e reacionária — é de se perpetuar no poder. Para isso precisa contar com uma sociedade civil amorfa, invertebrada. Não é acidental que passaram a falar em controle social da imprensa e... do Judiciário. Sabem que a imprensa e o Judiciário acabaram se tornando, mesmo sem o querer, nos maiores obstáculos à ditadura de novo tipo que almejam criar, dada ausência de uma oposição político-partidária.

A estratégia petista conta com o apoio do que há de pior no Brasil. É uma associação entre políticos corruptos, empresários inescrupulosos e oportunistas de todos os tipos. O que os une é o desejo de saquear o Estado. O PT acabou virando o instrumento de uma burguesia predatória, que sobrevive graças às benesses do Estado. De uma burguesia corrupta que, no fundo, odeia o capitalismo e a concorrência. E que encontrou no partido — depois de um século de desencontros, namorando os militares e setores políticos ultraconservadores — o melhor instrumento para a manutenção e expansão dos seus interesses. Não deram nenhum passo atrás na defesa dos seus interesses de classe. Ficaram onde sempre estiveram. Quem se movimentou em direção a eles foi o PT.
Vivemos uma quadra muito difícil. Remar contra a corrente não é tarefa das mais fáceis. As hordas governistas estão sempre prontas para calar seus adversários.

Mas as decisões do STF dão um alento, uma esperança, de que é possível imaginar uma república em que os valores predominantes não sejam o da malandragem e da corrupção, onde o desrespeito à coisa pública é uma espécie de lema governamental e a mala recheada de dinheiro roubado do Erário tenha se transformado em símbolo nacional.

MARCO ANTONIO VILLA é historiador e professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos





Debatendo a condenação dos quadrilheiros.

Segue link do debate realizado hoje, na Veja, tratando da condenação dos quadrilheiros do PT:

http://veja.abril.com.br/multimidia/video/32o-debate-quadrilha-condenada

A justiça foi feita!

O STF acaba de condenar a liderança do PT como quadrilheira. É a segunda condenação (a outra foi por corrupção ativa). A importância política é evidente. Mas a histórica é muito maior. Hoje tivemos uma aula de democracia. Os votos de Fux, Gilmar, Marco Aurélio, Celso de Mello e Ayres Brito vão entrar para a história do Brasil.

Piada do dia

Lula em Diadema. Ele não tem nenhuma responsabilidade sobre o que fala e onde fala. Como já escrevi, "ele tem por princípio não ter princípio." A notícia é de O Globo:


Com discurso diferente do usado em São Paulo, Lula ataca o ‘novo’ em Diadema






 

As condenações de Joaquim Barbosa e a mudança de voto de Lewandowski

Segue link do debate de hoje na Veja: http://veja.abril.com.br/multimidia/video/lewandowski-tenta-3-em-1

Piada do dia.

Deu n'O Globo de hoje:

‘Eu já fui julgado’, diz Lula sobre mensalão na Argentina
Para ex-presidente, eleição de Dilma foi sua avaliação

Debate: o julgamento do mensalão vai chegando ao fim.

Segue link do debate de hoje: http://veja.abril.com.br/multimidia/video/30o-debate-proximo-do-fim

Piada do dia

Deu na Folha de S. Paulo de hoje:


PT prepara manifesto sobre o mensalão
Rui Falcão, presidente nacional da legenda, diz que o PT vai se manifestar 'sobre o que entende do julgamento'

Falando dos votos brancos e nulos.

Segue link de uma breve entrevista tratando dos votos brancos e nulos no primeiro turno da eleição municipal: http://jovempan.uol.com.br/noticias/eleicoes-2012/2012/10/como-explicar-tantos-votos-nulos-brancos-e-a-alta-abstencao-na-eleicao.html

Debatendo a sessão de hoje do STF sobre o mensalão

Segue link do debate de hoje na Veja. Creio que o mais importante da sessão foi o debate sobre a lavagem de dinheiro: http://veja.abril.com.br/multimidia/video/julgamento-do-mensalao-maioria-absolve-duda-mendonca 

Os marginais do poder

Publiquei hoje no Estadão:


Os marginais do poder

13 de outubro de 2012 | 3h 06

MARCO ANTONIO VILLA - HISTORIADOR. É PROFESSOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - O Estado de S.Paulo
Vivemos um tempo curioso, estranho. A refundação da República está ocorrendo e poucos se estão dando conta deste momento histórico. Momento histórico, sim. O Supremo Tribunal Federal (STF), simplesmente observando e cumprindo os dispositivos legais, está recolocando a República de pé. Mariana - símbolo da República Francesa e de tantas outras, e que orna nossos edifícios públicos, assim como nossas moedas - havia sido esquecida, desprezada. No célebre quadro de Eugène Delacroix, é ela que guia o povo rumo à conquista da liberdade. No Brasil, Mariana acabou se perdendo nos meandros da corrupção. Viu, desiludida, que estava até perdendo espaço na simbologia republicana, sendo substituída pela mala - a mala recheada de dinheiro furtado do erário.
Na condenação dos mensaleiros e da liderança petista, os votos dos ministros do STF têm a importância dos escritos dos propagandistas da República. Fica a impressão de que Silva Jardim, Saldanha Marinho, Júlio Ribeiro, Euclides da Cunha, Quintino Bocayuva, entre tantos outros, estão de volta. Como se o Manifesto Republicano de dezembro de 1870 estivesse sendo reescrito, ampliado e devidamente atualizado. Mas tudo de forma tranquila, sem exaltação ou grandes reuniões.
O ministro Celso de Mello, decano do STF, foi muito feliz quando considerou os mensaleiros marginais do poder. São marginais do poder, sim. Como disse o mesmo ministro, "estamos tratando de macrodelinquência governamental, da utilização abusiva, criminosa, do aparato governamental ou do aparato partidário por seus próprios dirigentes". E foi completado pelo presidente Carlos Ayres Brito, que definiu a ação do PT como "um projeto de poder quadrienalmente quadruplicado. Projeto de poder de continuísmo seco, raso. Golpe, portanto". Foram palavras duras, mas precisas. Apontaram com crueza o significado destrutivo da estratégia de um partido que desejava tomar para si o aparelho de Estado de forma golpista, não pelas armas, mas usando o Tesouro como instrumento de convencimento, trocando as balas assassinas pelo dinheiro sujo.
A condenação por corrupção ativa da liderança petista - e por nove vezes - representaria, em qualquer país democrático, uma espécie de dobre de finados. Não há no Ocidente, na História recente, nenhum partido que tenha sido atingido tão duramente como foi o PT. O núcleo do partido foi considerado golpista, líder de "uma grande organização criminosa que se posiciona à sombra do poder", nas palavras do decano. E foi severamente condenado pelos ministros.
Mas, como se nada tivesse acontecido, como se o PT tivesse sido absolvido de todas as imputações, a presidente Dilma Rousseff, na quarta-feira, deslocou-se de Brasília a São Paulo, no horário do expediente, para, durante quatro horas, se reunir com Luiz Inácio Lula da Silva, simples cidadão e sem nenhum cargo partidário, tratando das eleições municipais. O leitor não leu mal. É isso mesmo: durante o horário de trabalho, com toda a estrutura da Presidência da República, ela veio a São Paulo ouvir piedosamente o oráculo de São Bernardo do Campo. É inacreditável, além de uma cruel ironia, diante das condenações pelo STF do núcleo duro do partido da presidente. Foi uma gigantesca demonstração de desprezo pela decisão da Suprema Corte. E ainda dizem que Dilma é mais "institucional" que Lula...
Com o tempo vão ficando mais nítidas as razões do ex-presidente para pressionar o STF a fim de que não corresse o julgamento. Afinal, ele sabia de todas as tratativas, conhecia detalhadamente o processo de mais de 50 mil páginas sem ter lido uma sequer. Conhecia porque foi o principal beneficiário de todas aquelas ações. E isso é rotineiramente esquecido. Afinal, o projeto continuísta de poder era para quem permanecer à frente do governo? A "sofisticada organização criminosa", nas palavras de Roberto Gurgel, o procurador-geral da República, foi criada para beneficiar qual presidente? Na reunião realizada em Brasília, em 2002, que levou à "compra" do Partido Liberal por R$ 10 milhões, Lula não estava presente? Estava. E quando disse - especialmente quando saiu da Presidência - que não existiu o mensalão, que tudo era uma farsa? E agora, com as decisões e condenações do STF, quem está mentindo? Lula considera o STF farsante? Quem é o farsante, ele ou os ministros da Suprema Corte?
Como bem apontou o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo, o desprezo pelos valores republicanos chegou a tal ponto que ocorreram reuniões clandestinas no Palácio do Planalto. Isso mesmo, reuniões clandestinas. Desde que foi proclamada a República, passando pelas sedes do Executivo nacional no Rio de Janeiro (o Palácio do Itamaraty até 1897 e, depois, o Palácio do Catete até 1960), nunca na História deste país, como gosta de dizer o ex-presidente Lula, foram realizadas na sede do governo reuniões desse jaez, por aqueles que entendiam (e entendem) a política motivados "por práticas criminosas perpetradas à sombra do poder", nas felizes, oportunas e tristemente corretas palavras de Celso de Mello.
A presidente da República deveria dar alguma declaração sobre as condenações. Não dá para fingir que nada aconteceu. Afinal, são líderes do seu partido. José Dirceu, o "chefe da quadrilha", segundo Roberto Gurgel, quando transferiu a chefia da Casa Civil para ela, em 2005, chamou-a de "companheira de armas". Mas o silêncio ensurdecedor de Dilma é até compreensível. Faz parte da "ética" petista.
Triste é a omissão da oposição. Teme usar o mensalão na campanha eleitoral. Não consegue associar corrupção ao agravamento das condições de miséria da população mais pobre, como fez o ministro Luiz Fux num de seus votos. É oposição?

Lavagem de dinheiro e outros temas

Segue link do debate de hoje na Veja: http://veja.abril.com.br/multimidia/video/mensalao-em-debate-lavagem-de-dinheiro

Debate na Veja

Ás 19 horas teremos mais um debate na Veja tratando da sessão de hoje do STF. Amanhã, na página 2, do Estadão, será publicado um artigo meu tratando do STF e a refundação da República.

Ontem: os ministros e suas brilhantes frases.

Alguns momentos de Celso de Mello e Ayres Brito na sessão de ontem:


CELSO DE MELLO
"Estamos tratando de macrodelinquência governamental, da utilização abusiva, criminosa do aparato governamental ou do aparato partidário por seus próprios dirigentes"
"A falta de escrúpulos evidenciou a avidez por poder, [numa] ação predatória"
"O que se rejeita é o jogo político motivado por práticas criminosas perpetradas à sombra do poder. Isso não pode ser tolerado"

AYRES BRITTO
"Os autos dão conta de que, na velha, matreira, renitente inspiração patrimonialista, um projeto de poder foi arquitetado"
"Um projeto de poder quadrienalmente quadruplicado. Projeto de poder de continuísmo seco, raso. Golpe, portanto"
"Um partido não pode se apropriar de outro, menos ainda à base de propina e estendendo sua malha hegemônica"

Debatendo a condenação da liderança do PT.

Segue link do debate de ontem na Veja:

http://veja.abril.com.br/multimidia/video/mensalao-em-julgamento-cupula-petista-condenada

Dilma: no horário de trabalho, ela cuida do PT.

Vejam a notícia do Estadão. É muita cara de pau. Quem pagou todo o custo do deslocamento (passagens, policiais, toda a comitiva, etc)? Ela não tem o que fazer? Em plena quarta-feira ela vem a SP para se reunir com Lula? Que presidente na História do Brasil fez isso? E a oposição, vai continuar quieta? esta em greve?


Lula e Dilma têm 4 horas de reunião fechada em SP

Junto de outros líderes petistas, presidente e ex-presidente discutiram o segundo turno das eleições.

Na Folha de hoje.

São Paulo, quarta-feira, 10 de outubro de 2012Poder


Marco Antonio Villa, historiador:
"É um carimbo de corrupção sobre o governo Lula. Dizer que não macula a era Lula é o mesmo que afirmar que as conquistas do Estado Novo foram maiores do que repressão e torturas."

Debate na Veja

Hoje termina o julgamento de Dirceu quanto à condenação de corrupção ativa. O debate na Veja começa às 19 horas.

Maluf vai ter de devolver o dinheiro desviado da Prefeitura: grande notícia

Além da condenação de Dirceu, ontem o país teve outra excelente notícia:

São Paulo, quarta-feira, 10 de outubro de 2012Poder


Juíza manda Maluf devolver R$ 21 mi aos cofres públicos
Ex-prefeito perde recursos em processo sobre desvio de títulos da Prefeitura
Ação do Ministério Público foi motivada em 1996 por membros do PT, que se aliou ao deputado nesta eleição
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DE SÃO PAULO
O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) terá de devolver R$ 21,315 milhões aos cofres municipais até este mês, por decisão da Justiça, após perder todos os recursos numa ação movida pelo Ministério Público Estadual, com base numa representação apresentada pelo PT em 1996.
Prefeito paulistano de 1993 a 1996, Maluf é hoje aliado dos petistas na coligação que tenta levar Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo.
O deputado foi intimado a devolver à prefeitura o valor de prejuízos de operações financeiras com papéis do Tesouro Municipal no caso conhecido como "escândalo dos precatórios", em razão de uma condenação ocorrida em dezembro de 1998.
Como ele não conseguiu derrubar a sentença em instâncias superiores, em 20 de setembro deste ano a juíza Liliane Keyko Hioki, da 3ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, atendeu pedido do Ministério Público e deu prazo até este mês para Maluf restituir o valor à prefeitura.
A ação, por improbidade administrativa, foi motivada por petistas como o atual ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), Devanir Ribeiro e José Mentor, ambos do diretório nacional, o vereador José Américo e os deputados Carlos Zarattini e Adriano Diogo, na época opositores à gestão de Paulo Maluf.
O valor da restituição foi atualizado em agosto e, caso Maluf não o devolva, deve pagar mais juros e multa de 10%, determinou a juíza.
Antes, o deputado tentara suspender o processo com apelações ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) e ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Em março de 2009, em recurso relatado pelo ministro Ayres Britto, o STF negou o pedido de Maluf, que já havia perdido também no Tribunal de Justiça paulista.
PITTA
As operações consideradas irregulares pela Justiça neste processo ocorreram entre janeiro de 1994 e novembro do ano seguinte com a operadora Contrato, que faliu, e a Banespa Corretora de Títulos Mobiliários.
O esquema que resultou na condenação, segundo a Justiça, foi coordenado pelo então secretário municipal Celso Pitta, que sucedeu Maluf na Prefeitura de São Paulo.
Pitta também chegou a ser réu na ação, mas o ex-prefeito morreu no final de 2009.
Durante o governo Maluf, foram lançadas LFTMs (Letras Financeiras do Tesouro Municipal) para supostamente pagar precatórios, mas o dinheiro das operações foi usado para outros fins.
Segundo a denúncia, os papéis foram vendidos pela prefeitura a corretoras e depois recomprados a preços maiores, com prejuízo aos cofres públicos da cidade.
Parte dos recursos, após passar por operadoras e doleiros, teria ido parar no exterior e parcelas podem ter sido usadas em campanhas eleitorais, diz a denúncia.
Em 2009, a Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social de São Paulo começou a ingressar com uma série de ações na Justiça pedindo a restituição de cerca de R$ 40 milhões, em valores da época, aos cofres da prefeitura.

Dirceu condenado!!!

O réu José Dirceu de Oliveira e Silva é acusado dos crimes de formação de quadrilha (pelo qual ainda não foi julgado) e corrupção ativa (9 vezes!). Para formação de quadrilha a pena é de 1 a 3 anos de reclusão. Para corrupção ativa a pena é de reclusão de 2 a 12 anos e multa. Ele, hoje, foi condenado por corrupção ativa. A pena mínima pode ser somada pelo total das imputações. Neste caso chega a 18 anos.

A condenação de José Dirceu

Segue link do debate de hoje na Veja que tratou da condenação da liderança do PT pelo STF:

http://veja.abril.com.br/multimidia/video/26o-debate-dirceu-condenado

Lewandowsky e Toffoli no dia da votação

Ricardo Lewandowski teve de entrar e sair pela porta dos fundos do colégio onde votou. Levou até segurança. Dias Toffoli foi hostilizado em Marília. Numa festa foi convidado a se retirar. E mais: seu irmão, candidato a prefeito, foi massacrado nas urnas. Não passou de 19% dos votos.

Já Joaquim Barbosa, no Rio de Janeiro, foi recebido na seção eleitoral como um pop star.

São demonstrações do interesse popular pelo julgamento e de como os eleitores estão recebendo os votos destes ministros. .

Hoje tem debate.

Hoje, às 19 horas, tem debate na Veja sobre a sessão (histórica!!) do STF.

Lula perdeu.

Lula perdeu. A gritaria dos seus devotos não esconde a derrota. Em Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre as derrotas foram acachapantes. Em São Paulo, o "novo" ficou em segundo. E em Salvador também em segundo. Ou seja, não venceu nos maiores colégios eleitorais. Portanto, se não venceu, óbvio, perdeu, mesmo que seus devotos mais fanáticos (e sobra fanatismo) digam o contrário.

Dia histórico

Hoje deverá ser o grande dia do julgamento do mensalão. Tudo indica que a condenação do chefe da quadrilha, de acordo com a PGR, José Dirceu, será por um largo placar: 8 a 2 (na melhor das hipóteses, para ele, claro, será 7 a 3). Claro que após a condenação, Dirceu fará algum pronunciamento bem ao seu estilo, falso e sem conteúdo.

Pesquisas. Pesquisas?

Vale a pena falar das pesquisas. Alguns resultados das urnas desmoralizaram as pesquisas. O caso de Manaus é exemplar. Na véspera chegaram a dar que Vanessa Graziotin estava na frente de Arthur Virgílio. Nas urnas deu Arthur Virgilio com 40,5% e Vanessa com 19,9%.  Simples erro?

Apoio micado

O PT teve a habitual votação mais em SP. Lula inventou que seria fundamental o apoio de Maluf. Veio a trágica foto. Depois Erundina abandonou o barco. O apoio de Maluf não significou nada. Ou melhor, significou: tirou muitos votos de Haddad.

Ele impediu a realização do debate na Globo

Levy Fidelix, do naniquíssimo PRTB, impediu o debate de quinta na Globo. Queria participar de qualquer jeito. A Globo agiu bem e negou a sua participação. Ele teve 0,32% dos votos. E com este "capital político" impediu a realização de um debate importante para a definição do voto de milhões de eleitores.

Fracasso dos puxadores de voto

Netinho de Paula (PC do B) teria, segundo estimava seu partido, mais de 300 mil votos. Dai que seria melhor não se coligar na chapa para vereadores e eleger uma boa bancada. Deu tudo errado. O PC do B elegeu somente um vereador  e Netinho teve apenas 50 mil votos.

PSB leva vantagem sobre PT no 1º turno.

Deu n'O Globo de hoje:

PSB leva vantagem sobre petistas no 1º turno
Nas capitais, socialistas fizeram dois prefeitos; petistas, só um: Goiânia

BRASÍLIA - A queda de braço entre PT e PSB em importantes capitais na eleição municipal, depois de anos de uma parceria histórica, terminou neste primeiro turno com vantagem para os socialistas. Presidido pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, o PSB ganhou duas importantes capitais, Belo Horizonte e Recife, fortalecendo o papel do partido, que, desde a eleição passada, trabalha para deixar de ser um apêndice do PT. No mapa das capitais, o partido de Lula foi vitorioso apenas em Goiânia neste primeiro turno.
As vitórias do PSB têm outro ponto em comum: ampliam o cacife de dois líderes políticos que se apresentam como potenciais sucessores da gestão petista no Palácio do Planalto, seja em 2014 ou 2018: Aécio Neves (MG) e Eduardo Campos.
—No primeiro turno houve uma pulverização de partidos, mas o PSB é o que sai mais fortalecido. O partido ganhou em duas importantes capitais. Em São Paulo, onde tem dificuldades para entrar, o PSB está no segundo turno em Campinas, o que o coloca no jogo para o governo do estado — afirmou o historiador Marco Antônio Villa, professor da Universidade Federal de São Carlos.
Em Campinas, Jonas Donizete (PSB) e Marcio Pochmann (PT) disputam o segundo turno.
O prefeito Márcio Lacerda, do PSB, foi reeleito em Belo Horizonte; e em Recife o novato Geraldo Júlio venceu, deixando em terceiro lugar o senador petista Humberto Costa, ex-ministro da Saúde no governo Lula. Para Villa, o fracasso de Costa significa uma derrota pessoal de Lula, que impôs sua candidatura.
— Com as vitórias em Recife e Belo Horizonte, o PSB sai fortalecido da eleição — concordou o cientista político Murillo Aragão.
O fortalecimento do PSB, para Villa, não significa o rompimento automático da aliança nacional que dá sustentação ao governo Dilma Rousseff, nem que Eduardo Campos será candidato a presidente em 2014. Diz que a sucessão de Dilma vai depender dos rumos da economia: se o quadro for positivo, o PSB brigará com o PMDB pela vice; se o cenário for negativo, poderá lançar candidato próprio.
—O governador Eduardo Campos não é de aventuras. Se a economia estiver bem, ele pode ser candidato a vice ou ao Senado e deixar a presidência para 2018. Ele é jovem e não terá nem Lula nem Dilma na disputa — afirmou.

O que sempre passa despercebido.

Em São Paulo foi muito alto o número dos votos em branco (308.407), dos nulos (516.384) e das abstenções (1.522.792), perfazendo um total de 2.490.190 eleitores. Representa 31,26% dos eleitores aptos a votar na capital paulista. Qual o significado destes números? Lembrando que nenhum candidato obteve este número de votos.

O grande perdedor é Lula.

Deu hoje n'O Globo:

BRASÍLIA — O resultado da eleição deste domingo não produzirá nenhum grande vencedor entre os partidos que disputam as prefeituras das 26 capitais. Segundo as últimas pesquisas de Ibope e Datafolha, em apenas sete capitais a eleição deverá ser decidida hoje, incluindo o Rio, com a reeleição de Eduardo Paes (PMDB). Em outras duas capitais — Belo Horizonte e Recife — os instituto divergem: Ibope aponta um vencedor hoje e o Datafolha diz que pode haver segundo turno.

Nas demais capitais, a escolha do prefeito que tomará posse em 1º de janeiro só deverá acontecer em 28 de outubro, sendo que a disputa mais acirrada ocorrerá mesmo na capital paulista, onde o eleitor ainda não decidiu quais candidatos levará para o segundo turno.
A eleição municipal deste ano, a despeito de ensaios da disputa presidencial de 2014 em alguns estados, mantém a tônica das questões locais, do interesse mais direto do cidadão, não importando muito ao eleitor o partido do candidato. Mas, se forem confirmados os resultados previstos nas capitais, já é possível apontar que sai vitorioso nessa primeira rodada um político de expressão nacional: Sérgio Cabral (PMDB), no Rio. Aécio Neves (PSDB), em Minas, e Eduardo Campos (PSB) também podem eleger hoje seus candidatos, embora os institutos divirjam.
Cabral está no seleto grupo de apenas quatro governadores que poderá comemorar no primeiro turno a vitória de seus candidatos na capital. Além dele e de Eduardo Campos, estão no grupo os tucanos Antonio Anastasia, que apoia Márcio Lacerda (PSDB) em Belo Horizonte, e Teotônio Vilella, que lançou Rui Palmeira (PSDB) em Maceió. Treze governadores já deverão ver a derrota de seus candidatos hoje mesmo.
Os outros prefeitos de capitais que devem ser eleitos hoje não são apoiados pelos governadores. Além de Rio e Goiânia, as eleições devem ser decididas hoje em mais cinco capitais, a maioria em estados do Norte e Nordeste: Aracaju, Maceió, Natal, Boa Vista e Porto Alegre.
Ainda dentro desse grupo de sete capitais que deve definir a eleição hoje, o PMDB e o PDT saem na frente, com dois prefeitos cada. O PT, que enfrenta seu pior momento com o julgamento do mensalão em curso, só deve eleger um prefeito de capital hoje, o de Goiânia, Paulo Garcia. Os petistas ainda têm chances de ir ao segundo turno em sete capitais, e a expectativa é que uma delas seja São Paulo. Se isso não ocorrer, as disputas mais importantes que o PT terá, no dia 28, serão em Salvador e Fortaleza.
“O grande perdedor é o Lula”, diz Villa
Para especialistas e estudiosos ouvidos pelo GLOBO, a eleição é mesmo municipal, e todos que os efeitos dela para a disputa presidencial de 2014 ocorrem “nos bastidores e não no palco principal”. Presidente da consultoria Arko Advice, o cientista político Murillo Aragão avalia que, de fato, saem fortalecidos governadores como Cabral e o pernambucano Eduardo Campos — que conseguiu construir um candidato viável em Recife —, mas o poder dessa força em 2014 só será medido mais adiante.
— O governo Dilma não está sendo julgado, e o mensalão tem impacto muito pequeno, maior em São Paulo. O quadro ainda está muito misturado sobre quem vai sair ganhando. No caso do Norte, por exemplo, o PSDB tem mais chances. Mas, no Nordeste, são os partidos da base lulista. A repercussão para 2014 não ocorre no palco principal de agora — disse Murillo Aragão.
Para Jairo Nicolau, professor de Ciência Política da UFRJ, a grande marca dessa eleição é o afastamento entre PSB e PT. Ele concorda que o mensalão é assunto mais restrito a São Paulo:
— O que conta é quem vai governar a cidade. Mas o PSB vem mostrando um quadro de crescimento consistente nas eleições, com ampliação no território nacional. O PSB é um dos vitoriosos. No caso do PT, ainda não dá para dizer que ele não foi bem, porque vai ao segundo turno em cidades importantes.
Já o historiador Marco Antonio Villa, professor da Universidade Federal de São Carlos, diz que, para ele, “o grande perdedor” da eleição é ex-presidente Lula. Villa não acredita na possibilidade de o candidato petista Fernando Haddad ir ao segundo turno em São Paulo.
— O grande perdedor é o Lula. Até agora, ele fracassou em suas principais movimentações. Se a candidata fosse Marta Suplicy em São Paulo, ela estaria no segundo turno. No cenário dos partidos, há uma fragmentação partidária. No caso do Rio de Janeiro, falar em vitória de Sérgio Cabral é um pouco de exagero, é mais falta de alternativa do eleitorado carioca. Freixo não conseguiu repetir o Fernando Gabeira (candidato na eleição anterior) — disse Villa, criticando, ainda, a tática do PT em Porto Alegre, onde o partido já controlou a prefeitura por 16 anos, mas este ano está fora da disputa principal.
Confirmadas as pesquisas das últimas semanas, já saem derrotados das urnas hoje governadores como Roseana Sarney (PMDB), do Maranhão; Tarso Genro (PT), do Rio Grande do Sul; e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás.


São Paulo precisa de Serra

A eleição de SP é crucial para o país. A derrota do PT, associado ao julgamento do mensalão (e a prisão dos quadrilheiros que vão ser condenados), pode abrir uma nova era para o Brasil. Por isso, estou com Serra para prefeito.

Segue link:

http://www.saopaulocomserra.com.br/depoimentos/marco-antonio-villa-com-serra/

Datafolha e a eleição em SP: Serra em 1º

Certamente é a grande notícia do fim de semana:


Serra com 28%, Russomanno com 27% e Haddad com 24% embolam disputa em SP



Duas piadas do dia.


As duas piadas estão na primeira página do UOL:



"A dor me impede de falar", diz Gilberto Carvalho sobre votos contra Dirceu e Genoino



Ex-presidente da Petrobras diz que STF coloca em risco Estado de Direito

A condenação de Dirceu no STF.

Segue link do debate de ontem na Veja tratando principalmente do voto do ministro Ricardo Lewandowski:

http://veja.abril.com.br/multimidia/video/25o-debate-lewandowski-absolve-dirceu

"Entre aspas": Debatendo as eleições municipais.

Segue link do debate de ontem no "Entre Aspas" com o colega Jorge Caldeira tratando das eleições municipais e da democracia brasileira:

http://globotv.globo.com/globo-news/entre-aspas/t/todos-os-videos/v/cientistas-politicos-debatem-a-corrida-eleitoral-e-as-campanhas-politicas/2172811/

Resumo do voto do ministro de Joaquim Barbosa

Resumo do voto do ministro Joaquim Barbosa (tendo como fonte o STF):


Notícias STFImprimir
Quarta-feira, 03 de outubro de 2012
AP 470: Relator vota pela condenação de oito réus por corrupção ativa
O relator da Ação Penal (AP) 470, ministro do Supremo Tribunal Federal  (STF) Joaquim Barbosa, proferiu voto favorável à condenação de oito dos dez acusados pelo crime de corrução ativa no item VI da denúncia oferecida pela Procuradoria Geral da República (PGR). Foram considerados culpados pelo relator os réus José Dirceu e José Genoíno, respectivamente ex-ministro-chefe da Casa Civil e ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, Marcos Valério, Cristiano Paz e Ramon Rollerbach, sócios-proprietários da agência SMP&B Comunicações, Simone Vasconcelos, ex-diretora da SMP&B, e Rogério Tolentino, advogado da SMP&B. O ministro entendeu não estar comprovada a culpa e votou pela absolvição do acusado Anderson Adauto, ex-ministro dos transportes, absolvendo também a ré Geiza Dias, ex-funcionária da SMP&B.
Repasses
“Houve, efetivamente, a distribuição de milhões de reais a parlamentares que compuseram a base aliada do governo, distribuição essa executada mais direta e pessoalmente por Delúbio Soares, Marcos Valério e Simone Vasconcelos, como nós vimos nas últimas sessões de julgamento”, disse o ministro-relator. Ele afirmou que o responsável pela articulação da base aliada era José Dirceu, que se reunia frequentemente com líderes parlamentares que receberam dinheiro em espécie do Partido dos Trabalhadores para a aprovação de determinadas emendas constitucionais. O dinheiro, afirma o ministro, foi distribuído em espécie na agência do Banco Rural, em Brasília, “onde Simone Vasconcelos dispunha de uma sala reservada para a entrega do numerário aos parlamentares e aos seus intermediários”.
O ministro Joaquim Barbosa observou que, “a essa altura do julgamento, já se sabe que a distribuição de dinheiro só foi possível porque Marcos Valério e seus sócios firmaram empréstimos simulados, fraudulentos, concebidos para não serem pagos, cujo numerário serviu de aparência lícita para dar aos vultosos pagamentos a parlamentares que se verificaram no item anterior, item IV”. Os empréstimos que viabilizaram uma contínua distribuição de recursos, prossegue o ministro, tiveram “grave poder de interferir nas atividades do Poder Legislativo” e foram firmados pelas empresas SMP&B, Graffiti e Rogério Lanza Tolentino junto aos Bancos Rural e BMG com o objetivo de que o numerário fosse repassado às pessoas indicadas por Delúbio.
Conforme o ministro, embora o dinheiro tenha sido repassado às pessoas indicadas pelo tesoureiro do PT, sob a alegação de que o objetivo era o de ajudar no pagamento de dívidas de campanha do próprio partido e de partidos da base aliada, “não foi o presidente do PT, José Genoíno, quem se reuniu com a diretoria do Banco Rural e do Banco BMG para essa finalidade”. Para o relator, foi o acusado José Dirceu que se reuniu algumas vezes com os presidentes dessas duas instituições financeiras antes da tomada dos empréstimos por Marcos Valério e seus sócios para repasse às pessoas indicadas por Delúbio. 
José Dirceu
O ministro Joaquim Barbosa afirmou que, em situações como a dos autos, confissões do acusado ou dos corréus são “inteiramente dispensáveis” e que nenhuma das teses que as defesas tentaram construir para afastar José Dirceu da “centralidade da prática criminosa” mostrou-se verossímil no contexto evidenciado nesta ação penal. “As provas revelam que José Dirceu exerceu o controle e organização dos fatos executórios dos quais também se ocupou, em especial através da negociação dos recursos empregados e das reuniões com líderes parlamentares, vice-líderes e dirigentes partidários escolhidos para o recebimento da vantagem indevida”, asseverou.
O ministro Joaquim Barbosa considera comprovado que a atuação de Marcos Valério estava “intimamente conectada” com o acusado José Dirceu. “Diante de todo esse contexto de proximidade entre José Dirceu e Marcos Valério, que tentei demonstrar com fatos e provas coligidos na ação penal, considero impossível acolher a tese de que José Dirceu simplesmente não sabia que Marcos Valério vinha efetuando pagamentos em espécie, em nome do Partido dos Trabalhadores, aos líderes parlamentares da nova base aliada. José Dirceu manteve encontros-chaves com todos esses personagens intermediários que, a seguir, executaram a tarefa de disponibilizar os recursos de aparência lícita e efetivar os repasses das vantagens indevidas aos parlamentares da base aliada”, afirmou.
Ex-mulher
Em relação a Maria Ângela Saragoça, ex-mulher de José Dirceu, o relator concluiu que houve a venda do imóvel em que ela residia em São Paulo ao réu Rogério Tolentino, e que ela foi beneficiada ainda sendo contratada para trabalhar no banco BMG, e por um empréstimo no valor de R$ 42 mil no Banco Rural, com o fim de complementar o novo imóvel em que Maria Ângela viria a residir. Os fatos aconteceram entre setembro e dezembro de 2003, período em que o réu José Dirceu vinha mantendo reuniões com Marcos Valério e com os réus da cúpula do Banco Rural, Kátia Rabello e José Augusto Dumont (falecido). A defesa de Dirceu, diz o ministro, teria alegado que ele não sabia que os réus tinham beneficiado sua esposa e por consequência sua filha. “Todo o episódio contribui para demonstrar que ele tinha influência superlativa sobre os corréus, sobretudo aqueles do núcleo publicitário e financeiro”, afirma o relator.
José Genoíno
Quanto a José Genoíno, o ministro Joaquim Barbosa afastou os argumentos da defesa alegando que o réu não possuía poder hierárquico sobre os outros funcionários do partido, que apenas ocupavam diferentes funções, e que o réu assinou os contratos de empréstimo apontados pela acusação apenas por obrigação estatutária do partido. O ministro concluiu, com base em depoimentos, que o réu participou do acordo visando ao apoio financeiro do PT ao Partido Progressista (PP) e também ao então presidente do PTB, Roberto Jefferson. Quanto ao apoio financeiro do PT ao PP, o voto do relator destacou que não era tarefa a ser desempenhada pelo acusado realizar as transferências dos recursos, o que caberia ao secretário de finanças. “A meu ver, as alegações do réu não são suficientes para afastar as imputações. A sede do PT tornou-se local de reuniões de Marcos Valério e Delúbio Soares com deputados que receberam dinheiro”, afirmou o ministro.
Delúbio Soares
De acordo com o relator,  Delúbio Soares foi o executor dos pagamentos, o que foi confirmado por outros corréus, indicando que dele partia o comando final sobre quem deveria receber os recursos. Também ficou evidenciado que os empréstimos fraudulentos que abasteceram as transferências de recursos só teriam sido formalizados depois de reuniões entre José Dirceu, Marcos Valério, Delúbio Soares e a cúpula dos bancos.
Cristiano Paz, Ramon Hollerbach e Simone Vasconcelos
O ministro-relator sustentou em seu voto que houve participação direta dos sócios de Marcos Valério na agência SMP&B Comunicação, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, no crime de corrupção ativa perpetrado por meio da agência. Cristiano Paz participou de encontros com José Dirceu e com a cúpula do Banco Rural e com representantes do BMG, esta apenas quatro dias antes de um empréstimo do banco à SMP&B. Os cheques eram assinados pelos três sócios – como admitiu Ramon Hollerbach em depoimento, diz o relator – e ficou demonstrado que a finalidade desses cheques era atender aos anseios do Partido dos Trabalhadores. 
Simone Vasconcelos, em sua defesa, alega que apenas cumpria ordens de Marcos Valério, e ocupava posição subalterna na SMP&B, alegando não possuir domínio funcional do fato, participação dolosa nas práticas e alega ainda que não há indícios de que ela tenha oferecido vantagem indevida, a fim de se configurar o crime de corrupção ativa, e uma vez que não tinha conhecimento dos verdadeiros beneficiários dos recursos. Em seu voto, o relator refutou as alegações: “A própria Simone admitiu ter sido a responsável pelo repasse de R$ 8 milhões em espécie para parlamentares e intermediários. Estava evidente que não eram pagamentos a fornecedores”, afirmou o ministro.
Rogério Tolentino
Para o relator, o réu Rogério Tolentino também contribuiu para a execução da prática criminosa. “Na divisão de tarefas estabelecida na estrutura criminosa, coube ao réu fazer a transferência à empresa indicada pelos corréus José Janene (falecido) e João Cláudio Genu. Para isso, foi responsável pela assinatura de um empréstimo fraudulento de R$ 10 milhões com o BMG”, afirmou o ministro. Os encontros de Tolentino com os corréus evidenciariam o dolo da prática de corrupção ativa, uma vez que ele sabia que estava direcionando os recursos aos membros do PP, sustentou o relator.
Absolvição
O relator pronunciou voto favorável à absolvição de Anderson Adauto, ex-ministro dos Transportes, acusado de intermediar uma transferência de R$ 300 mil efetuada em janeiro de 2004 em favor do corréu Romeu Queiroz. O ministro Joaquim Barbosa afirmou que ficou em dúvida a respeito da eficácia das gestões de Adauto para a concretização do pagamento que efetivamente ocorreu. “Estou aberto ao que vier a decidir o Plenário, mas preliminarmente voto pela absolvição de Adauto”, afirmou o relator.
Também votou pela absolvição de Geiza Dias da imputação do crime de corrupção ativa. A ré foi absolvida pelo Plenário do STF da imputação de lavagem de dinheiro feita pelo procurador-geral da República no item IV da denúncia.

Um grande dia.


Segue link do debate de hoje na Veja que tratou do importantíssimo voto do ministro Joaquim Barbosa e do voto (já esperado) de Ricardo Lewandowski: http://veja.abril.com.br/multimidia/video/o-comeco-do-fim

Piada do dia

Manchete do UOL:


Após ser condenado por mensalão, Valdemar Costa Neto diz que recorrerá a corte internacional.

O debate de hoje

Link do debate de hoje na Veja: http://veja.abril.com.br/multimidia/video/debate-stf-licoes-de-democracia

Voto de Celso de Mello

Na página do STF foi disponibilizado apenas este fragmento do voto de hoje do ministro Celso de Mello:


Fragmentos do voto proferido pelo eminente Ministro
CELSO DE MELLO, na AP 470/MG, na sessão plenária de
1º de outubro de 2012.

“...............................................................
Entendo que o Ministério Público  expôs na peça acusatória
eventos delituosos  revestidos  de extrema gravidade  e imputou aos
réus ora em julgamento ações moralmente inescrupulosas e penalmente
ilícitas que culminaram,  a partir de um projeto criminoso por eles
concebido  e executado,  em verdadeiro assalto à
Administração Pública, com graves e irreversíveis danos ao princípio
ético-jurídico da probidade administrativa  e com sério
comprometimento da dignidade da função pública,  além  de lesão a
valores outros, como a integridade do sistema financeiro nacional, a
paz pública, a credibilidade  e a estabilidade da ordem    
econômico-financeira do País, postos sob a imediata tutela jurídica
do ordenamento penal.

................................................................

Quero registrar,  neste ponto, Senhor Presidente,  tal como
salientei em voto anteriormente proferido neste Egrégio Plenário,
que o ato de corrupção constitui um gesto de perversão da ética do
poder  e  da ordem jurídica,  cuja observância se impõe  a todos os
cidadãos desta República  que não tolera o poder que corrompe  nem
admite o poder que se deixa corromper.
Quem transgride  tais mandamentos,  não importando a sua posição
estamental,  se patrícios ou  plebeus,  governantes ou  governados,
expõe-se à severidade das leis penais e, por tais atos, o corruptor
e o corrupto devem ser punidos, exemplarmente, na forma da lei.
Este processo criminal  revela a face sombria daqueles que,  no
controle do aparelho de Estado,  transformaram a cultura da
transgressão em prática ordinária  e desonesta de poder, como se o
exercício das instituições da República pudesse ser degradado a uma
função de mera satisfação instrumental  de interesses governamentais
e de desígnios pessoais.
Fácil constatar,  portanto,  considerados os diversos elementos
legitimamente produzidos nestes autos e claramente demonstrados pelo 2
eminente Relator,  que a conduta dos réus, notadamente daqueles que
ostentam  ou  ostentaram funções de governo,  não importando se no
Poder Legislativo ou no Poder Executivo, maculou o próprio espírito
republicano.
Em assuntos de Estado e de Governo,  nem  o cinismo,  nem  o
pragmatismo, nem a ausência de senso ético, nem o oportunismo podem
justificar,  quer  juridicamente,  quer moralmente,  quer
institucionalmente, práticas criminosas, como a corrupção
parlamentar  ou as ações corruptivas de altos dirigentes do Poder
Executivo ou de agremiações partidárias.
Extremamente precisa  a observação,  sempre erudita, do Professor
Celso Lafer,  quando, ao discorrer sobre o espírito republicano,
acentua, a partir de Montesquieu, que “o princípio que explica a
dinâmica de uma República, ou seja, o sentimento que a faz durar e
prosperar, é a virtude. É nesse contexto que se pode dizer que a
motivação ética é de natureza republicana. Isso passa (...) pela
virtude civil do desejo de viver com dignidade e pressupõe que
ninguém poderá viver com dignidade numa comunidade  política
corrompida”.
................................................................

É por isso,  Senhores Ministros,  que a concepção republicana de
poder mostra-se absolutamente  incompatível com qualquer prática
governamental  tendente a restaurar  a inaceitável teoria do Estado
patrimonial.
Com o objetivo de proteger valores fundamentais,  Senhor
Presidente,  tais como se qualificam aqueles consagrados  nos
princípios da transparência, da igualdade, da moralidade  e da
impessoalidade, o sistema constitucional instituiu  normas e
estabeleceu diretrizes destinadas a obstar práticas que culminem por
patrimonializar o poder governamental,  convertendo-o, em razão de
uma inadmissível inversão dos postulados republicanos, em verdadeira
“res domestica”,  degradando-o,  assim,  à condição subalterna de
instrumento de mera dominação do Estado,  vocacionado, não a servir
ao interesse público  e ao bem comum,  mas, antes, a atuar  como
incompreensível e inaceitável meio de satisfazer conveniências
pessoais e de realizar aspirações governamentais e partidárias.

................................................................


O fato é um só, Senhor Presidente: quem tem o poder e a força do
Estado, em suas mãos, não tem o direito de exercer, em seu próprio
benefício, a autoridade que lhe é conferida pelas leis da República.
A gravidade da corrupção governamental, inclusive aquela
praticada no Parlamento da República,  evidencia-se pelas múltiplas
consequências que dela decorrem,  tanto aquelas que se projetam no
plano da criminalidade oficial  quanto as que se revelam  na esfera
civil (afinal, o ato de corrupção  traduz um gesto de improbidade
administrativa)  e,  também,  no âmbito político-institucional,  na
medida em que a percepção de vantagens indevidas representa  um
ilícito constitucional, pois, segundo prescreve o art. 55, § 1º, da
Constituição,  a percepção de vantagens indevidas  revela um ato
atentatório ao decoro parlamentar, apto,  por si só, a legitimar a
perda do mandato legislativo, independentemente de prévia condenação
criminal.
A ordem jurídica,  Senhor Presidente,  não pode permanecer
indiferente a condutas de membros do Congresso Nacional – ou de
quaisquer outras autoridades da República – que hajam eventualmente
incidido em  censuráveis desvios éticos e reprováveis  transgressões
criminosas, no desempenho da elevada função de representação
política do Povo brasileiro.
Sabemos todos que o cidadão tem o direito de exigir que o Estado
seja dirigido por administradores íntegros, por legisladores probos
e por juízes incorruptíveis.
O direito ao governo honesto – nunca é demasiado reconhecê-lo –
traduz uma prerrogativa insuprimível da cidadania.
A imputação, a qualquer membro do Congresso Nacional,  de atos
que importem em transgressão ao decoro parlamentar  revela-se fato
que assume, perante o corpo de cidadãos,  a maior gravidade, a
exigir, por isso mesmo, por efeito de imposição ética emanada de um
dos  dogmas essenciais da República, a repulsa por parte do Estado,
tanto mais se se considerar que o Parlamento recebeu, dos cidadãos,
não só o poder de representação política  e a competência para
legislar, mas, também, o mandato para fiscalizar os órgãos e agentes
dos demais Poderes.
Vê-se, nesse ponto, a íntima correlação entre a própria
Constituição da República, em face de que prescreve o seu art. 55,
§ 1º, e a legislação penal.
Qualquer ato de ofensa ao decoro parlamentar, como a aceitação
criminosa de suborno,  culmina por atingir,  injustamente,  a própria
respeitabilidade institucional do Poder Legislativo,  residindo,
nesse ponto,  a legitimidade ético-jurídica do procedimento
constitucional de cassação do mandato parlamentar,  em ordem a
excluir, da comunhão dos legisladores, aquele – qualquer que seja –
que se haja mostrado indigno do desempenho da  magna função de
representar o Povo, de formular a legislação da República  e  de
controlar as instâncias governamentais do poder.

................................................................


Importante destacar,  Senhor Presidente, as  gravíssimas
consequências que resultam do ato indigno (e criminoso) do
parlamentar  que comprovadamente vende o seu voto  e que também
comercializa a sua atuação legislativa  em troca  de dinheiro ou de
outras indevidas vantagens.

................................................................

A corrupção deforma o sentido republicano de prática política,
compromete a integridade dos valores que informam e dão significado
à própria ideia de República,  frustra a consolidação das
instituições,  compromete a execução de políticas públicas em áreas
sensíveis  como as da saúde, da educação, da segurança pública e do
próprio desenvolvimento do País, além de afetar o próprio princípio
democrático.
Daí os importantes compromissos internacionais  que o Brasil
assumiu em relação  ao combate à corrupção,  como o evidencia  a
subscrição, por nosso País, da Convenção Interamericana contra a
Corrupção (celebrada na Venezuela em 1996) e da Convenção das Nações
Unidas (celebrada em Mérida, no México, em 2003).
As razões determinantes  da celebração dessas convenções
internacionais (uma,  de caráter regional,  e outra,  de projeção
global)  residem,  basicamente,  na preocupação  da comunidade
internacional com a extrema gravidade dos problemas e das
consequências nocivas decorrentes da corrupção para a estabilidade e
a segurança da sociedade, eis que essa prática criminosa enfraquece
as instituições e os valores da democracia, da ética e da justiça, 5
além de comprometer a própria sustentabilidade do Estado democrático
de direito,  considerados os vínculos entre a corrupção e outras
modalidades de delinquência, com particular referência para a
criminalidade organizada, a delinquência governamental e a lavagem
de dinheiro.

................................................................


Esses  vergonhosos atos de corrupção parlamentar,  profundamente
lesivos à dignidade do ofício legislativo  e à respeitabilidade do
Congresso Nacional,  alimentados por transações obscuras idealizadas
e implementadas em altas esferas governamentais,  com o objetivo  de
fortalecer a base de apoio político e de sustentação legislativa no
Parlamento brasileiro, devem ser condenados e punidos com o peso e o
rigor das leis desta República, porque significam tentativa imoral e
ilícita de manipular,  criminosamente, à margem do sistema
constitucional, o processo democrático,  comprometendo-lhe a
integridade,  conspurcando-lhe a pureza  e suprimindo-lhe os índices
essenciais de legitimidade,  que representam atributos necessários
para justificar a prática honesta e o exercício regular do poder aos
olhos dos cidadãos desta Nação.
Esse quadro de anomalia, Senhor Presidente,  revela as
gravíssimas consequências  que derivam  dessa aliança profana, desse
gesto infiel e indigno de agentes corruptores, públicos e privados,
e de parlamentares corruptos, em comportamentos criminosos,
devidamente comprovados,  que só fazem  desqualificar  e desautorizar,
perante as leis criminais do País, a atuação desses marginais do
Poder.
....................................................

O melhor voto do julgamento.

Hoje, o voto de Celso de Mello é, disparado, o melhor do julgamento até hoje. Vale imprimí-lo e distirbuí-lo nas escolas.

Debate na Veja

Hoje temos às 19 horas mais um debate na Veja tratando da compra de votos. O julgamento completa 2 meses.