Nada de importante
Hoje não aconteceu nada de importante. É natural. A campanha (como já escrevi) é muito longa. Se fosse mais curta, concentraria os debates e o interesse dos eleitores. Parece que os partidos não tem interesse nisso. A legislação eleitoral é ruim.
Apesar da realização de eleições a cada dois anos, a politização do eleitorado é baixíssima. No momento da redemocratização (1984-85) imaginava-se que as pessoas tinham enorme interesse pela política. A campanha das Diretas Já (1984) reforçou esta impressão. A sucessão de eleições acabou transformando o ato de votar em algo absolutamente rotineiro. Até aí, tudo bem. Porém, o desinteresse foi aumentando. O eleitor só comparece às urnas porque o voto é obrigatório. Mesmo assim, se somarmos as abstenções com os votos brancos e nulos chegamos tranquilamente a 1/4 do eleitorado.
As eleições foram ficando enfadonhas. Os candidatos, graças aos marqueteiros, acabaram a cada dia mais iguais. A escolha ocorre raramente devido ao programa ou de uma proposta de ações públicas, mas por razões de simpatia pessoal ou por equívocos cometidos durante o mandato.
A despolitização empobreceu as eleições. Se nem durante o período eleitoral o eleitor tem interesse pela política, imagine nos intervalos entre as eleições. Quem acompanha os canais que transmitem as sessões do Congresso Nacional fica abismado com a inexistência de debates. Passamos os últimos 4 anos sem uma discussão relevante no CN (no máximo teve, no Senado, o debate da CPMF e a discussão sobre a carga tributária). A repetição a cada 2 anos dos fenômenos eleitorais (geralmente celebridades do rádio e televisão) reforçam a tendência para a despolitização das eleições.
É necessário mudar mas não há nenhum consenso, nem sobre questões genéricas. O máximo que pode correr (e já escrevi) é a aprovação da cláusula de barreira por emenda constitucional.
# por Ana Lúcia K. - 19 de maio de 2010 às 14:20
Villa,
Por que o debate político não acontece nas universidades? Qual o visão do professor e dos alunos de Ciências Políticas?
# por Anônimo - 21 de maio de 2010 às 21:17
He, he, he, a universidade brasileira é eivada de ideologias. Poucos professores são como o Villa. A maioria deles deixa transparecer suas preferências políticas pessoais em seus textos acadêmicos e em suas falas em público ou se calam, como, por exemplo, a Marilena Chauí, petista roxa de doer. Onde estava ela à época do mensalão e onde está ela agora que Lula e Dilma abusam da LEI ELEITORAL? Se o presidente fosse adversário do PT esses papagaiso de pirata louco do Caribe estariam todos soltando suas frases decoradas desde os tempos remotos de militância estudantil em que eles "lutavam contra a Ditadura Militar" para conseguir as indenizações que conseguiram na Justiça.
No fundo, como vi no caso de uam pesquisa realizada com professores na ANPOCS, os professores das universidades públicas em geral estão preocupados com a estabilidade no emprego e os salários e palnos de acrreira. Quem aqui do PSDB ou do PT ou de qualquer outro partido tem coragem para discitir um projeto de país para o Brasil para além do assistencialismo/coronelismo eletrônico lulático?
O bolsa-voto entrou para valer na política brasileira.
Didi