Os desafios de Serra.

José Serra teve um mês de abril perfeito. Deu tudo certo. Fez o seu papel e foi ajudado pelas trapalhadas de Dilma (e que não sossega: hoje disse, em programa divulgado pela sua assessoria, que os retirantes da seca migraram do Nordeste para o Brasil!). Vai ter de enfrentar fogo cerrado do PT. Não causará assombro se já estiver no forno um dossiê contra Serra. A estabilização de Dilma e o crescimento da diferença a favor de Serra nas pesquisas vai aumentar a temperatura da campanha. A Copa do Mundo está nas portas. A campanha vai ficar em segundo plano. A estabilização da vantagem de Serra dará uma vantagem significativa quando a campanha for retomada, após a Copa (a final será a 11 de julho).


Até lá tem muito chão. Terá de se definir sobre a vaga de vice. Não será nada fácil. O nome mais forte. hoje, é o do senador Dornelles. É de perfil conservador, agrega muito pouco apoio à chapa, a não ser o tempo da TV. Serra terá de fazer a conta política e ver se compensa ganhar um minuto na TV e ser acusado de estar aliado com Maluf (um dos fundadores e líder do PP, partido do senador). Tem vários problemas nos palaques estaduais (o caso de PE é um deles). E deverá fechar os acordos para garantir um bom tempo na TV (provavelmente com o PSC - que tem nos seus quadros, o ex-governador Roriz - e o PTB de Roberto Jefferson).

Mas terá também de apresentar alguma coisa do seu programa. Não basta dizer que pretende continuar o que está indo bem. Isto dá certo nos primeiros momentos da eleição. Depois da Copa os eleitores vão começar a prestar a atenção na eleição. A fase da campanha que chamei no post anterior de "miss simpatia" (dos 3 principais candidatos), vai terminar.

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    # por Anônimo - 4 de maio de 2010 às 02:16

    Villa

    O Datena pediu uma manchete a ambos. A Dilma se limitou a dizer "foi muito bom ser entrevistada aqui". O Serra saiu com a idéia do Ministério de Segurança Pública, que todo mundo comentou. Inclusive a Dilma, contra a iniciativa.

    O posicionamento da candidata como fiel seguidora do Lula (modelo insuperável de presidente) a coloca numa eterna camisa de força. Ela não pode falar que vai criar ou suprimir um ministério, pois soaria como um crime de lesa majestade. E vai ter que ser contra tudo o que o adversário sugerir, para não negar o dogma de que o governo Lula é imelhorável.

    Acho que o Serra vai liberar a conta gotas as novidades do seu programa e manter a oponente na defensiva. É fácil: aumentar o imposto do cigarro e diminuir o do fubá, dar um bonus no Bolsa família quando acontecer tal coisa, promover o voto distrital, etc. A Dilma está de mãos atadas.

    Eduardo Coelho

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    # por Ed Carlos - 4 de maio de 2010 às 12:42

    Villa, Maluf não tem mais força alguma e em São Paulo deve apoiar o PT, isso se o Russomano não passar o Mercadante.......
    Além do mais, vice não da voto mesmo e o Dornelles não deve encher o saco do Serra durante o mandato, o Roriz se duvidar até ajuda, pois é "Deus" em Brasília, e convenhamos, infelizmente, seja a Dilma ou o Serra eleitos o Roriz vai continuar roubando em Brasília.