Mensalão: entrevista do procurador.

Na Folha de hoje. Entrevista importantíssima.


MENSALÃO - O JULGAMENTO
Mensalão foi o maior caso de corrupção do país, diz Gurgel
Procurador da República encaminhou uma última manifestação ao STF
No texto, ele afirma aos ministros do Supremo que esquema foi o 'mais atrevido e escandaloso' já flagrado no Brasil
FELIPE SELIGMAN
DE BRASÍLIA
Em sua última manifestação formal antes do início do julgamento do mensalão, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, enviou aos ministros do Supremo Tribunal Federal um documento no qual afirma que o caso foi "o mais atrevido e escandaloso esquema de corrupção e de desvio de dinheiro público flagrado no Brasil".
A expressão faz parte de um vasto memorial que foi entregue na última semana aos 11 integrantes do Supremo e obtido pelaFolha. O julgamento começa na quinta.
Ao enviar o material, Gurgel visa facilitar o trabalho dos ministros, caso advogados contestem provas citadas pela acusação, ou afirmem que não existem indícios sobre um ou outro ponto.
O que Gurgel fez foi pinçar das mais de 50 mil páginas do processo o que chamou de "principais provas" contra os acusados. Esses documentos (como perícias, depoimentos e interrogatórios) foram separados pelo nome de cada réu, em dois volumes.
Nos últimos dias, advogados de defesa também entregaram os seus memoriais.
No texto em que Gurgel chama o mensalão de o mais "escandaloso esquema", o procurador retoma uma frase que usou nas alegações finais, enviadas ao Supremo no ano passado, quando havia dito que a atuação do STF deveria servir de exemplo contra atos de corrupção.
Agora, diz que "a atuação do Supremo Tribunal Federal servirá de exemplo, verdadeiro paradigma histórico, para todo o Poder Judiciário brasileiro e, principalmente, para toda a sociedade, a fim de que os atos de corrupção, mazela desgraçada e insistentemente epidêmica no Brasil, sejam tratados com rigor necessário".
Em outro ponto, ele afirma que o mensalão representou "um sistema de enorme movimentação financeira à margem da legalidade, com o objetivo espúrio de comprar os votos de parlamentares tidos como especialmente relevantes pelos líderes criminosos."
Em sua manifestação final, Gurgel tentou relembrar alguns detalhes fundamentais, como o papel do núcleo financeiro do esquema.
"Impressiona constatar que as ações dos dirigentes do Banco Rural perpassaram todas as etapas do esquema ilícito, desde sua origem (financiamento), passando pela sua operacionalização (distribuição) e, ao final, garantindo a sua impunidade pela omissão na comunicação das operações suspeitas aos órgãos de controle", afirma.
Ao resumir o que a ação contém, o procurador concluiu: "Colheu-se um substancioso conjunto de provas que não deixa dúvidas à procedência de acusação".

  1. gravatar

    # por Fernanda - 28 de julho de 2012 às 12:09

    Fez bem o Procurador. As hordas petistas estão mentindo descaradamente, são todos uns santos, uma pouca vergonha ilimitada. Nesse caso, o MP e a PGR seria composta por um bando de caluniadores, já que os réus do processo nada fizeram. Haja vista a última do presidente do PT: nem houve mensalão (bem, não conseguem se decidir quanto a isso).

    É muito bom que o Procurador lembre as provas concretas dos crimes aos senhores ministros (e que seja divulgado na imprensa que ele fez isso), enviando as principais delas a cada um deles. Será difícil contestar a veracidade ou encontrar falhas. Mas, tudo é possível.

  2. gravatar

    # por agnes eckermann - 28 de julho de 2012 às 13:32

    Caro Profº Villa: Vi a entrevista dada pelo deputado Omar Serraglio,à jornalista Renata Lo Prete, no programa Globo News Dossiê, que enviei-lhe o vídeo, via email. Os ministros do STF, estão com muitas provas irrefutáveis, se assim posso dizer,provas essas contundentes, de como o dinheiro corria, e era distribuido em forma de mensalão para os crápulas que se vendiam, naquela esbórnia, chamada Congresso Nacional.Contra esses quadrilheiros não há Márcio Thomaz Bastos que dê jeito, o desvio e roubo de dinheiro são cristalinos.Se as excelências agirem dentro da lei e da honestidade que o cargo exige, o camburão estará esperandoos réus no final do julgamento. Caso ocorra o contrário, enterraremos a justiça brasileira. Espero estar errada. Tenho sede de justiça nesse e em muitos outros casos. O Brasil precisa voltar a trilhar o caminho da dignidade, e mostrar ao povão, que crime nenhum vale a pena, e que ninguém daqui em diante ficará impune.
    Abraços da sua admiradora e aluna virtual
    Agnes Eckermann

  3. gravatar

    # por Anônimo - 28 de julho de 2012 às 19:18

    Eu tbém me considero uma aluna virtual e assídua ...
    Se com todas essa provas o Mensalao virar pizzão, estamos sim em uma ditadura maquiada...

  4. gravatar

    # por Anônimo - 28 de julho de 2012 às 20:24

    O histórico do STF recomenda prudência nas previsões, e na torcida...

    Não custa lembrar - apenas como exemplo - que no entendimento do STF (Reclamação 6254 de julho de 2008), a despeito do que diz os Arts 1º, 2º e 3º da Lei 8.429/92, Presidente da República, Ministros, Procurador Geral da República, Governadores e Secretários são agentes políticos que não respondem por atos de improbidade, mas por crime de responsabilidade (Lei 1.079/50) apenas.

    Façam um comparativo entre as punições previstas em cada uma das referidas Leis, e quem são os responsáveis pelo julgamento em cada caso.

  5. gravatar

    # por Anônimo - 29 de julho de 2012 às 13:30

    Caramba, dá pra ver pelo Art 2º desta lei 1079/50 que parece ter ocorrido legislação em causa própria" por parte dos ministros do supremo tribunal.
    Pesquisando na net a reclamação 6254 vem um artigo legal.
    http://jus.com.br/revista/texto/12515/a-aplicacao-das-sancoes-previstas-na-lei-no-8-429-92-aos-agentes-politicos-que-cometem-atos-de-improbidade-administrativa/4
    O pior é que esses caras ficam falando difícil mas na hora H é tudo sempre igual, quem tem mais pode mais.

  6. gravatar

    # por Ana Lúcia K. - 29 de julho de 2012 às 16:31

    Infelizmente, os 10 anos do pt no governo fizeram um estrago tão grande e tão profundo em nossas instituições que acho muito difícil a condenação, como todos gostariam de ver, dos principais envolvidos neste caso.

    Da Folha de SP, em 16/04/2012: À Folha Toffoli disse que não se considera impedido(para julgar), mas que só tomará uma decisão quando o julgamento estiver marcado. "Ele NÃO TEM ESSE DIREITO"(?), disse o prefeito de SB do Campo Luíz Marinho(pt), amigo do ex-presidente.
    Declarações como esta não deixam dúvidas sobre o desfecho final deste julgamento. Pobre Brasil!

  7. gravatar

    # por Ana Lúcia K. - 29 de julho de 2012 às 19:04

    O nosso grande problema é NÃO termos uma oposição corajosa, moral e éticamente capaz o bastante para cobrar o cumprimento das leis que já existem mas...não são cumpridas. Se fossem, pela CF/88. Artigo 85,V,VII e pela Lei 8.429/92(trata das normas do processo e julgamento) tanto o lula quanto a dilma já teriam sido "impichados" pelo total descumprimento destas normas que tratam 'Da Responsabilidade do Presidente da República' que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
    V- a probidade na administação (trata da moralidade e honradez); e
    VII- o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

  8. gravatar

    # por Anônimo - 29 de julho de 2012 às 19:16

    Perdoem-me aqueles que acreditam no julgamento do mensalão como um icone na historia do judiciário ou da corrupção no Brasil.
    Iniciado o julgamento, como quer a sociedade, alguem ou algo haverá de surpreender a todos com a suspensão ou adiamento da decisão final se só ocrrerá nos proximos anos.

  9. gravatar

    # por Anônimo - 1 de agosto de 2012 às 09:45

    Confiantes na lentidão da Justiça e na amnésia nacional, os comandantes da ofensiva contra o Estado Democrático de Direito apostam na prescrição dos prazos e na discurseira sobre “falta de provas”. Acham que o processo dará em nada. Acham que, na pior das hipóteses, sobrará para os alevinos: como sempre, os peixes grandes escaparão. Acham, em resumo, que já não há juízes no Brasil.

    Lula e seus generais podem aprender tarde demais que a esperteza, quando é muita, fica grande e come o dono. A maioria dos ministros deve saber que, se os chefões da quadrilha forem absolvidos, o STF terá optado pela rota do suicídio. Os partidários da capitulação precisam ouvir a voz do país que presta: se for avalizada a falácia segundo a qual o mensalão não existiu, o Judiciário deixará de existir como poder independente.
    (Augusto Nunes)

  10. gravatar

    # por Maria Eunice da Silva - 7 de agosto de 2012 às 17:33

    Gostaria muito de participar de uma manifestação popular, pedindo justiça para aqueles que espoliaram o nosso país. Será que, depois do "blablabla"
    dos advogados que tentam fazer de uma verdade uma mentira, não haverá uma manifestaçao pelas ruas do país, pedindo uma punição exemplar para os corruptos? Sociedade civil, organize-se! Torne pública a sua opinião e a sua
    manifestação!