O suplente do Itamar

Suplente de senador é uma praga. Nos últimos dois dias os jornais deram destaque a Zezé Perrela, presidente do Cruzeiro e suplente de Itamar. Vai ficar sete anos e meio como senador. Está na Constituição, o que fazer?


Perrela já foi acusado de tudo. Para ser educado, é possível escrever que ele desenvolveu atividades pouco republicanas.

Quando começou esta história de suplente? No Império não tinha pois o senador era vitalício. Na Primeira República também não. Não era mais vitalício mas se morria ou se afastava por qualquer razão, tinha nova eleição. Foi a Constituição de 1934 que introduziu o suplente. 1946 e 1967 repetiram. A emenda nº 1 de 1969 também. Aí veio o Pacote de Abril de 1977 e ampliou para dois suplentes. Foi um meio de assentar o apoio do regime no interior do seu partido, a ARENA. E, como no Brasil, o que é ruim pode piorar, a Constituição de 1988 manteve os dois suplentes (inventados pelos militares).

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    # por Anônimo - 5 de julho de 2011 às 14:25

    Depois que comecei a ler este blog, passei a gostar mais de História. Seus textos fazem análises do que aconteceu e trazem perspectivas do que pode acontecer. É fantástico. Parabéns pelo seu trabalho e, por favor, continue presenteando seus leitores com posts de primeira!

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    # por Astrid Da Ros - 5 de julho de 2011 às 17:26

    A partir dos seus comentários no Jornal da Cultura tive acesso ao blog e, como escreveu o leitor acima, é muito esclarecedor. Eu não tinha esses dados que vc colocou no texto. Gostei da matéria

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    # por Dawran Numida - 5 de julho de 2011 às 18:36

    O ótimo seria acabar com a figura de suplentes de Senador. Em caso de vacância permanente, eleições. Em caso de vacância temporária, superior a 90 dias, eleições. O Senado existe para equilibrar a Federação. Ou seja, todos os Estados, independente do número de eleitores e situação econômica, têm direito a ter três Senadores, eleitos em eleições majoritárias,não proporcionais. Assim, como pode um Estado ter representantes que não recebeu votos majoritários?

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    # por barbarah.net - 5 de julho de 2011 às 21:30

    Duvido que tenha existido tanto político corrupto como agora.
    Vivemos num tempo de desmoralização total.Dura realidade.
    Contamos nos dedos quem merece nos representar e continuamos passivos,impotentes.
    Será que é tão difícil agir com honestidade? Por que tanta artimanha na política?
    Por que querer acumular tanto se a vida é tão breve?
    Por que sujamos a água que bebemos?
    De que adianta tantos credos se não respeitamos a vida?

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    # por Joaquim - 6 de julho de 2011 às 10:14

    Barbarah: você resumiu o que pensam ao menos 44 milhões que tentaram reverter esse quadro no ano passado. Sem sucesso, continuamos a viver numa desvairada versão do cotidiano onde estamos com mãos tão atadas e só vemos gente ''cega por opção'' por aí. Triste.
    Compreendo agora, mais crescido intelectualmente, o que pensaram os que foram desmoralizados pelo regime militar, que tiveram seus ideais esmigalhados por, até então, um semelhante.

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    # por O Mascate - 6 de julho de 2011 às 10:31

    Suplente de Senador é melhor do que ser senador. Você não faz campanha, se mete na chapa de alguém, financia o candidato, e se tudo der certo, assume a vaga sem nunca ter recebido um voto.
    Vejam o caso daquele ser abjeto do Wellington Salgado. Deu 4 milhões para a campanha do Hélio Costa.
    Levou sorte porque o senador titular virou ministro e assumiu a vaga.
    Sem compromisso com o eleitor só enfiou os pés pelas mãos, e passou a maior parte do tempo adulando o governo.
    Tem que mudar muita coisa na política do Brasil. Primeiro é diminuir o número de políticos, o tempo de mandato e essa manobra do suplente.

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    # por Dawran Numida - 6 de julho de 2011 às 14:21

    O Mascate, reduzir o número de políticos, seria reduzir o número de representantes por Estado, tanto na Câmara, como no Senado. Isso implicaria numa profunda reforma político-administrativa no País. Da forma como está, melhor não mexer nisso por ora, infelizmente. O "Frankstein" que seria forjado deixaria o original envergonhado.