Balanço do semestre (6)
O PMDB acaba o semestre maior do que em janeiro. Hoje ocupa sempre as principais páginas do noticiário político, para o bem ou para o mal. Nada é feito pelo governo sem buscar o seu apoio ou consultá-lo antes da medida.
Caso fracasse o registro do PSD, o partido pode crescer com novas adesões.
# por barbarah.net - 1 de julho de 2011 às 09:40
Impressionante ver FHC elogiando o Sarney.
A vida começa aos 80 é a ordem do dia.
Quanta diplomacia!
# por Dawran Numida - 1 de julho de 2011 às 11:39
Em virtude dos 80 anos de FHC, os elogios estão indo a ele aos borbotões. São merecidos. Se ele retribui, nada mais lógico e adequado. Isso não quer dizer que as diferenças políticas estejam apagadas do cenário. Antes, FHC era criticado por ser criticado e pelas doentias tentativas de desconstrução. Agora, é criticado por ser elogiado e reconhecido e por muitos estarem verbalizando que sempre o respeitaram, mesmo que seja protocolar. FHC deve permanecer da forma que está: trabalhando, influindo, analisando, participando do partido.
# por barbarah.net - 1 de julho de 2011 às 15:06
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros não tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar a vida, perdera o sentido da vida.
Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui -- ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!
O que sou hoje é como a umidade do corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje(e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo,
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de mim para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!
Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhs de liça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas -- doces, frutas e o resto na sombra debaixo do alçado --,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...
ANIVERSÁRIO Fernando Pessoa (Álvaro de Campos)
# por barbarah.net - 1 de julho de 2011 às 15:56
com melhores desenhos de loiça