O estelionatário da história
Saiu hoje n'O Globo. A origem é o artigo do Sarney que foi publicado na Folha (sobre os 25 anos do Plano Cruzado).
Analistas e políticos reagem a artigo em que José Sarney elogia o Cruzado e diz que o Real já estava idealizado
Publicada em 01/07/2011 às 23h28m
Isabel Braga (isabraga@bsb.oglobo.com.br) e Adauri Antunes Barbosa (adauri@sp.oglobo.com.br)BRASÍLIA e SÃO PAULO - Após ser criticado por ter chamado, em sua biografia, o ex-deputado Ulysses Guimarães de "político menor", o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), voltou a ser alvo de condenações pelo artigo publicado nesta sexta-feira no jornal "Folha de S. Paulo". No texto, Sarney diz que, sem o Plano Cruzado, teria sido deposto da Presidência. Também afirmou que o plano foi "a primeira grande redistribuição de renda do Brasil". E que em seu governo o Plano Real já estava idealizado, mas não foi implementado por falta de "condições políticas".
Para o líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO), Sarney quer rever a História de um plano econômico terrível:
Sarney está criando um passado que não existe, criando um marimbondo de fogo histórico
- É uma tentativa revisionista. O Cruzado foi uma ilusão terrível, uma maneira que se encontrou de eleger governadores peemedebistas e políticos governistas. Encerradas as eleições, vieram os reajustes. Um plano equivocado, mal construído, um fiasco, um estelionato econômico e eleitoral contra a população e a nação brasileira.
Tucano diz que plano Cruzado foi eleitoreiro
O líder do DEM afirmou que o Plano Cruzado dificultou a busca pela estabilidade econômica, e não o contrário, como defende Sarney no artigo:
- Ele deveria é reconhecer que foi levado ao erro por economistas demagogos e não ficar enaltecendo um engodo. Para consertar o erro, foi preciso a política econômica feijão com arroz do Mailson da Nóbrega, que deu fundamentos para a estabilidade. Foi a parte responsável do governo Sarney.
O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), disse que o Cruzado foi um plano eleitoreiro:
- Aquilo foi um estelionato eleitoral, serviu para eleger governadores do PMDB. Não tem a mínima comparação com o Real, nem na concepção, nem nos fundamentos econômicos e, sobretudo, nos resultados.
Para especialista, Sarney tenta mudar História
O historiador Marco Antonio Villa, do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), também criticou Sarney:
- Sarney está criando um passado que não existe, criando um marimbondo de fogo histórico. Confesso que fiquei enojado com esse artigo. O artigo esconde o fracasso do Plano Cruzado e de seu governo porque tenta se apropriar do sucesso dos outros. É um estelionato histórico.
Para o professor da UFSCar, Sarney "delira" quando afirma que poderia ter sido deposto:
- Isso não existe. É um delírio. Em 1986 não havia nenhuma mobilização, nenhum movimento militar. E um ano antes já havia sido convocada a Assembleia Nacional Constituinte. Não havia nenhum clima golpista.
Para o cientista político Fernando Abrúcio, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), não havia qualquer possibilidade de Sarney ser deposto da Presidência:
- Em 1986 não havia nenhuma chance de os militares voltarem ao poder. Não só pelas condições locais do país, mas pela política externa mundial. O mundo tinha mudado.

# por O Mascate - 2 de julho de 2011 às 08:31
Villa, o Sarney apesar das décadas que está no poder finalmente aprendeu com o Sebento que a melhor técnica é se apossar das idéias alheias e mostrar ao mundo dizendo que ele quem fez. Passamos oito anos do Sebento assistindo à isso.
# por Dawran Numida - 2 de julho de 2011 às 17:09
Impressionante a forma como ele tenta apropriar-se da história e colocá-la a seu favor. E logicamente, prestando favor a alguém ao criticar, de forma pouco velada, FHC e o Plano Real. Um absurdo completo. Primeiro, porque FHC venceu a parada contra os detratores, covardes e isentos. Depois, o mundo mudou faz tempo e Sarney não. Dizer que teria sido derrubado caso não tivesse o plano Cruzado é de causar "frouxos de riso", como dizia o humorista. De qual país ele está falando? Quem o derrubaria? Quer ser herói de quê? Quer ser herói de quem? E por que herói? Faz tempo que o Brasil não necessita de heróis. Necessita de homens públicos. E o Maranhão está ai para demonstrar sua competência e obra.
# por barbarah.net - 2 de julho de 2011 às 18:17
"A morte de Itamar Franco privou-nos de tê-lo no Senado, num momento no qual o País necessita de homens exemplares. Incorruptível, com espírito público comprovado, comprometido com seu estado e com o povo brasileiro. Itamar deixa um legado extraordinário. Como seu colega no Senado, seu ministro em duas pastas e como um dos alicerces de minha candidatura à Presidencia, devo muito a Itamar. Mas todos devemos a ele a marca de um homem a quem o poder não abalou a simplicidade no modo de viver, nem muito menos as exigencias de conduta que aplicava a si e a quem estava a seu lado. Deixam saudades também seu estilo imprevisível, mas sempre movido pelo interesse público, e as maneiras educadas com que tratava a todos. Morreu um grande brasileiro, um homem das Minas Gerais, como ele dizia, mas cujo coração batia no diapasão das pessoas mais simples e mais necessitadas do Brasil, pelas quais sempre zelou.
Fernando Henrique Cardoso, sociólogo, presidente da República(1995-2002)"
# por Lucas - 3 de julho de 2011 às 09:00
Mais um que está no "bico do urubú" e no último mandato. Já disse que não será candidato nas próximas eleições. Coincidentemente, a filha afirmou a mesma coisa.
Pois é, aquilo que a população ignorante não faz pelo voto, a natureza faz pela própria essência.
E essa fila está aumentando...
# por Téssio - 3 de julho de 2011 às 10:01
Quando li o artigo do SArney não sabia se ria ou se chorava...fiquei me perguntando se ele tinha mesmo razão, e se tudo que li até hoje sobre economia e o Plano Real estava equivocado. Aliás, toda semana somos agraciados por besteiras publicadas por Ribamar no Estadão...
# por barbarah.net - 3 de julho de 2011 às 15:00
SUS
Fracasso: mamógrafos mal distribuidos e inoperantes
Médico só viu na última 5ª feira mamografia de 2009
Fábio Fabrini, o Globo
# por barbarah.net - 3 de julho de 2011 às 15:42
Na UTI
"--Já fiz 80. Quem se lembrou?" (Itamar Franco)
Josias de Souza