A questão do vice.

No Brasil nem sempre se dá a atenção devida ao vice. No caso da Presidência da República, o vice é ainda mais importante. Na história republicana tivemos vários vices que assumiram e completaram (ou quase) o mandato do cabeça de chapa. Floriano Peixoto (que não era o vice de Deodoro na eleição congressual) governou mais que o titular. Nilo Peçanha assumiu por um ano e meio (era o vice de Afonso Pena). Café Filho ficou na presidência de agosto de 54 até novembro de 55. Durante a maior parte do segundo governo Vargas foi um opositor radical do presidente. Tanto que sequer compareceu ao velório do presidente. Jânio governou 7 meses e seu vice e Jango cerca de 31 meses (o mandato acabou sendo concluído por Castello Branco, que aproveitou e estendeu o seu próprio por cerca de um ano). Itamar governou quase tanto que Collor. Claro que não citei Sarney, que governou 5 anos, enquanto que Tancredo Neves, que era o cabeça de chapa, não assumiu sequer um dia (foi internado e operado, pela primeira vez, na noite de 14 para 15 de março de 1985).

O eleitor de Dilma dificlmente ficará satisfeito se Temer assumir, assim como o de Serra não ficará alegre com o vice (que ainda não sabemos qual será), especialmente se não for alguém que tenha proximidade política com o candidato. O ideal seria a convocação de novas eleições após a ausência do titular e a supressão do cargo de vice (tanto na esfera federal, como na estadual e municipal). Poderia ter uma exceção caso faltasse 1/4 para o término do mandato. Neste caso, o Legislativo faria uma eleição indireta.