Abril, maio..........
Dois meses de campanha e nada. Na Inglaterra bastou um mês. Temos uma das campanhas mais longas (e sem substância) do mundo. Teria de mudar a lei eleitoral, mas isso dificilmente ocorrerá. Ontem ainda teve um seminário: Serra e Dilma falaram de economia. Mostraram diferenças, mas quem ficou sabendo? Só após a Copa (e será sempre assim, pois o mandato presidencial deve se manter nos quatro anos e a seleção brasileira estará presente em todas as copas) a campanha vai interessar aos eleitores. Agora é aquela fase do trabalho miúdo, das articulações regionais e dos acertos do tipo de campanha de cada candidato.
Até agora, a tarefa "hérculea" tem sido a de Serra. Dilma é uma mera delegada de Lula. Teve tempo até para fazer compras em Nova York. Só fala em continuidade e evita qualquer assunto espinhoso. De debate, nem quer ouvir falar. Deve estar pensando em só comparecer no último debate do primeiro turno, que deve ser o da Rede Globo.
Já o candidato do PSDB está buscando ampliar e fortalecer os palanques regionais, montar uma equipe forte de campanha, sempre ficando atento ao jogo sujo da candidata oficial (nestes dias foi denunciado que estava sendo elaborado um dossiê contra Verônica Serra). Os sindicatos, como já tinha escrito, serão um dos instrumentos mais eficazes para semear a desinformação. Paulinho, conhecido pelego, disse ontem que Serra pretende acabar com a licença maternidade, férias, etc. Só faltou falar que seria restabelecida a escravidão.
O jogo de denúncias tem sua eficácia principalmente nas regiões mais atrasadas, como o Nordeste. O boato se propaga com mais rapidez e a resposta tarda a chegar. No Sul e Sudeste o panorama é distinto. Daí que, a tendência é a eleição ser decidida no Triângulo de Ferro da política nacional: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A chance real da oposição para ganhar a eleição é sair com uma ampla margem de votos, especialmente nos dois primeiros estados.
# por Anônimo - 1 de junho de 2010 às 11:38
O fundamental é ir detectando e desarmando as armadilhas, como as que foram armadas em 2002 e 2006. Agora aconteceu algo até interessante. Serra atacou o tráfico de cocaína. A reação foi no sentido colocar o caso como um grave problema diplomático, não só com o Estado Plurinacional da Bolívia, como para com seu povo e toda a América Latina. Com Serra, o Brasil poderia ficar isolado na região, colcocaram. Pois, além das apreenões e relatórios da polícia brasileira sobre o tráfico na fronteira, o próprio Evo Morales veio a confirmar a presença do tráfico ameaçando o Estado Boliviano. Mais interessante ainda é que pouco deu-se divulgação à fala de Evo Morales. Mas as críticas a Serra pela fala continuam. Ai, foi um ponto importante para Serra.
# por Rolando - 1 de junho de 2010 às 18:42
Se o Serra metesse a culpa nos EUA estaria tudo bem. Lembro-me que na última eleição, a boataria de que Alckmin privatizaria tudo pegou e foi um sucesso estratégico. O tucano não soube se defender, não soube negar nem elogiar o que já fora privatizado (e nem tudo obra de FHC, como a CSN). Estava em um pequeno mas relevante órgão público federal e ouvi um vigilante preocupado falar: "estão falando que se o Okmin (sic) ganhar vai vender tudo isso aqui."