Mais Ibope

Reforçando o que foi escrito ontem e observando o relatório do Ibope, a oposição tem de jogar todas as suas forças nas regiões Sul e Sudeste. O país está partido, eleitoralmente falando. A chance de vencer é de aumentar a distância na região Sul (no momento: 42% a 34%) e ganhar por mais de 10 pontos no Sudeste (no momento 37 a 36 para Dilma). Este empate técnico no Sudeste pode ter entre suas explicações a ausência efetiva das campanhas dos candidatos do PSDB aos governos dos estados de São Paulo e Minas.

A pesquisa Vox Populi que deu Hélio Costa na frente pode estimular Aécio a efetivamente fazer a campanha em Minas. Qualquer tentativa de conciliação com Dilma (como o tal Dilmasia) será um fracasso. Lula pode até estimular, mas (e não será a primeira vez) estará blefando e enganando Aécio (Lula fez este jogo durante 7 anos, neutralizou Aécio, desgastou lideranças do PSDB e no fim impôs a sua candidata, arrastando o PMDB para apoiá-la).

Em São Paulo (quase um quarto do eleitorado nacional), Alckmin terá de colar a sua campanha à de Serra. A propaganda eleitoral tem de mostrar tudo o que foi realizado pelos últimos governos e relacionar com a importância de ter um aliado na presidência. Se ganhar no primeiro turno, terá de dar uma vantagem confortável para Serra e se jogar com toda disposição para a curta campanha do segundo turno.

O Rio é o caso mais complicado. E, até agora, parece que Dilma vencerá com facilidade. Daí a movimentação nestes dias de colocar Patricia Amorim como possível candidata a vice. Temer nada acrescentou em termos de voto à Dilma (claro que a jogada foi pensada de olho no tempo de TV e de algumas coligações estaduais). Quem vota na Dilma nem sabe quem é Temer (e nem está interessado em saber). Patrícia (supostamente) arrastaria os votos dos flamenguistas e das mulheres (onde Serra vai bem). É uma decisão difícil. Claro que o comando da campanha deve ter uma montanha de pesquisas para auxiliar a decisão. Depois da eleição, caso dê certo, a jogada terá vários pais, se perder ninguém vai querer ser responsabilizado. E mais uma vez o futebol faz par com a política.

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    # por Cristiano Rodrigues - 26 de junho de 2010 às 02:10

    Não sei pq levamos a sério as pesquisas. Repito. Lula teve 48% dos votos válidos em 2006 no 1ºturno. Mesmo que seja um fenômeno, Dilma nunca terá os 100% dos votos de Lula. Não que ela não possa superar. O problema qe Dilma não existe, portanto quiçá terá 80% de transferência sobre aqueles que dão 9 ou 10 pro Lula. Isso é estatisticamente impossível e também contra qualquer tipo de bom senso. Veja o histórico das pesquisas e vejamos os históricos de "viradas" das últimas semanas das eleições. Não vejo nenhum historiador ou cientista político analisando se essas viradas de fato ocorreram ou foram correção das pesquisas sobre algo que já era realidade. Ai uma tese de mestrado ou doutorado a ser feita.

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    # por Ed Carlos Ferreira da Costa - 26 de junho de 2010 às 21:18

    Com uma aprovação de 85% se a candidata não falar algo muito absurdo deve ganhar a eleição, além do mais com um PIB crescendo a taxas chinesas vai ser difícil apontar um caminho diferente na política econômica.
    Se o PT souber atrair parte do eleitorado do Sudeste que ainda tem preconceito contra ele ou que acredita (com razão) que essas mudanças são frutos do outro governo pode até levar no primeiro turno.
    O colega Cristiano esquece que em 2006 o PT estava acossado pelo mensalão, caso contrário, Lula teria vencido com mais facilidade.