PSB leva vantagem sobre PT no 1º turno.

Deu n'O Globo de hoje:

PSB leva vantagem sobre petistas no 1º turno
Nas capitais, socialistas fizeram dois prefeitos; petistas, só um: Goiânia

BRASÍLIA - A queda de braço entre PT e PSB em importantes capitais na eleição municipal, depois de anos de uma parceria histórica, terminou neste primeiro turno com vantagem para os socialistas. Presidido pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, o PSB ganhou duas importantes capitais, Belo Horizonte e Recife, fortalecendo o papel do partido, que, desde a eleição passada, trabalha para deixar de ser um apêndice do PT. No mapa das capitais, o partido de Lula foi vitorioso apenas em Goiânia neste primeiro turno.
As vitórias do PSB têm outro ponto em comum: ampliam o cacife de dois líderes políticos que se apresentam como potenciais sucessores da gestão petista no Palácio do Planalto, seja em 2014 ou 2018: Aécio Neves (MG) e Eduardo Campos.
—No primeiro turno houve uma pulverização de partidos, mas o PSB é o que sai mais fortalecido. O partido ganhou em duas importantes capitais. Em São Paulo, onde tem dificuldades para entrar, o PSB está no segundo turno em Campinas, o que o coloca no jogo para o governo do estado — afirmou o historiador Marco Antônio Villa, professor da Universidade Federal de São Carlos.
Em Campinas, Jonas Donizete (PSB) e Marcio Pochmann (PT) disputam o segundo turno.
O prefeito Márcio Lacerda, do PSB, foi reeleito em Belo Horizonte; e em Recife o novato Geraldo Júlio venceu, deixando em terceiro lugar o senador petista Humberto Costa, ex-ministro da Saúde no governo Lula. Para Villa, o fracasso de Costa significa uma derrota pessoal de Lula, que impôs sua candidatura.
— Com as vitórias em Recife e Belo Horizonte, o PSB sai fortalecido da eleição — concordou o cientista político Murillo Aragão.
O fortalecimento do PSB, para Villa, não significa o rompimento automático da aliança nacional que dá sustentação ao governo Dilma Rousseff, nem que Eduardo Campos será candidato a presidente em 2014. Diz que a sucessão de Dilma vai depender dos rumos da economia: se o quadro for positivo, o PSB brigará com o PMDB pela vice; se o cenário for negativo, poderá lançar candidato próprio.
—O governador Eduardo Campos não é de aventuras. Se a economia estiver bem, ele pode ser candidato a vice ou ao Senado e deixar a presidência para 2018. Ele é jovem e não terá nem Lula nem Dilma na disputa — afirmou.