Campanha morna

Até este momento da campanha, Dilma é a grande derrotada. Um mês após a saída do ministério, a candidata cometeu mais erros do que seria de se esperar. Os deslocamentos pelo país foram desastrosos, o uso da internet (sinal de modernidade, segundo alguns) foi péssimo, a divulgação de mais um caso de falsificação da sua biografia (a foto que insinuava que ela teria ido à Passeata dos Cem Mil, em 68, no Rio de Janeiro) foi até ridículo. Não foi bem nas entrevistas e só produziu manchetes negativas. E a campanha está apenas começando.

Serra está passeando. Viaja pelo país, é entrevistado em programas populares, usa uma linguagem direta e consegue obter manchetes favoráveis. Age na campanha como um profissional, como se fosse algo absolutamente rotineiro. Para Dilma, a campanha é algo pesado. Para fazer qualquer movimento, ela pensa duas vezes, desde uma resposta banal numa entrevista, até um simples gesto para garantir uma boa fotografia.

O confronto entre os dois candidatos está apenas começando. Ainda não chegou o momento de "comparar" biografias. Uma entrevista da Dilma é mais eficaz do que um ataque do candidato oposicionista. Ela produz fatos contra si própria. É caso raro na política, território da esperteza, da habilidade. Se falta experiência - e isto fica evidenciado a cada minuto -, falta também o "savoir faire", o gosto pela política. Tudo nela parece forçado, falso.