Debatendo os salários do Judiciário
Só hoje tomei conhecimento da matéria do portal Comunique-se. Trata do debate da última segunda-feira no Jornal da Cultura sobre os salários fabulosos dos desembargadores e ministros das cortes superiores do Judicário. No site da TV Cultura é possível acessar o JC.
Segue a matéria:
“Aqui não é debate eleitoral”, diz apresentadora do ‘Jornal da Cultura’ para acabar com discussão de comentaristas
Anderson Scardoelli
Durante a edição da última segunda-feira, 26, do ‘Jornal da Cultura’, os ânimos dos comentaristas do noticiário se exaltaram em relação ao Judiciário paulista. O historiador Marco Antonio Villa criticou os salários dos magistrados paulistas, enquanto o advogado e ex-deputado federal Airton Soares afirmou que os Poderes precisam ser preservados.
O tema que provocou a discussão entre os comentaristas do noticiário foi o e-mail enviado pelo telespectador Ciro Ribeiro de Sousa à produção do programa. A apresentadora Maria Cristina Poli leu o texto, que criticava as reportagens do noticiário, segundo ele, desfavoráveis ao Judiciário. Responsável por uma pesquisa do setor e veiculada pela emissora, Villa ironizou o material de Ciro.
Airton Soares (esq.) e Marco Antonio Villa discutiram durante o 'Jornal da Cultura.' (Imagem: Reprodução/CMais)O telespectador afirmava que ao contrário do que foi levantado pela Cultura e pelo historiador, os magistrados paulistas não recebiam salários, mas sim subsídio, além de não terem tido aumento e nem direito ao auxílio moradia. “Ele está espinafrando a gente”, adiantou Maria Cristina, antes dos comentários do comentarista do programa, que fez duras críticas aos juízes.
Ao ver que o site do Superior Tribunal de Justiça (STJ) mostra que os membros do órgão recebem a chamada “remuneração paradigma”, Villa ficou indignado. “Gosto da expressão paradigma, que para um simples mortal seria chamado antigamente de salário”, reclamou. “O valor é baixo, R$ 25 mil. Todo aposentado ganha isso no Brasil e a gente sabe”, completou o historiador.
Villa também mostrou que alguns juízes ganharam R$ 400 mil com as “vantagens adicionais”. Com os números, ele afirmou que o Tribunal de Justiça de São Paulo “nunca vai prender o Zorro”. Ao apresentar os dados divulgados pelo STJ, o historiador disse que o Brasil não é um país sério. O comentarista ainda criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski.
Ex-deputado federal, Soares fez questão de “situar” a crítica de Ciro e defendeu o Poder Judiciário e recriminou a pesquisa do colega de bancada. “Queria só fazer uma observação com relação aos 400 e poucos mil: isso não é o salário do juiz, desembargador ou ministro. É uma somatória dos saldos do auxílio moradia”, contou. “Não podemos confundir os exemplos que se colocam com o Poder Judiciário”, enfatizou.
Soares continuou a falar sobre a situação dos juízes brasileiros e, na tentativa de Villa se pronunciar, afirmou que se um falasse o outro iria rebater a declaração, como nos períodos eleitorais. Com a postura do ex-deputado, a apresentadora do ‘Jornal da Cultura’ pediu para ele concluir o pensamento. “Aqui não é debate eleitoral”, disparou Maria Cristina antes de chamar o intervalo comercial.
# por Anônimo - 29 de dezembro de 2011 às 09:24
É lamentável o posicionamento do ex-deputado, sempre com argumentações fracas e superficiais, nunca com dados reais. Em assuntos bancários o uso do termo "lucro dos bancos exagerados" é o seu mote, ora se os lucros são tão altos por que ele não compra ações destes bancos? e participa desta orgia financeira? Os ataques frequentemente são contra a pessoa do Villa, como numa pequena disputa de ego recalcado.
# por Anônimo - 29 de dezembro de 2011 às 11:12
Prezados, o vídeo do Jornal da Cultura está disponível no youtube. Acabei de vê-lo.O Villa é o único intelectual sério que tem bolas pra falar o que todo mundo sabe. Parabéns Villa. O fechamento do jornal foi antológico: "O ministro Lewandowski não tem ética e moral pra fazer isso, se fosse um país sério, isso não ocorreria!" Porra Villa, Parabéns.
# por Anônimo - 29 de dezembro de 2011 às 11:22
Villa, parabéns pela sua postura, sempre combativa.Principalmente por denunciar as mazelas do nosso judiciário,talvez o poder mais "protegido" e hipócrita da nossa república. Auxílio moradia pra que? Essa gente já recebe muita coisa, pelo que faz ao país...Deveria, isto sim, era se manifestar pelo fim de benesses indevidas concedidas aos outros poderes (já que estamos falando de...justiça, ora bolas!).A realidade é que o estado brasileiro de há muito se tornou uma máquina de distribuir privilégios, um balcão de negócios para manutenção de interesses meramente corporativos, a expensas de quem realmente produz (e nada ou pouco recebe em troca). Ou rompemos com essa lógica perversa ou o Brasil jamais deixará de ser apenas o "país do futuro".
# por Joaquim - 29 de dezembro de 2011 às 12:43
O Arlindo já mandou o Villa ''rever seus conceitos'' como historiador. Essa foi mais dolorosa que uma socada no pâncreas!
O Arlindo já defendeu de forma ferrenha os que tanto saqueiam o erário pois o mesmo já foi do partido mais pirata da história da nação.
O Arlindo destrói os comentários do Villa inserindo os mesmos numa fina neblina de desconexão, como se a opinião embasada em premissas petistas e politicamente vagas valesse onipresentemente e fosse absoluta. Poucas vezes eu o vi concordar com a verdade exposta pelo professor. E ainda enxerguei ali uma cara de ''droga, eu perdi... isso é irrefutável''.
Não entendo porque um jornal brilhante teima em deixar os dois lado a lado. Concordo que ambos vêm de correntes ideológicas distintas e um diálogo seria, na teoria, fundamental e interessante, mas o sujeito apela, desconstrói, ''esfumaceia'' e empobrece demais quase tudo o que o Villa, de maneira verdadeira, fala.
# por Anônimo - 29 de dezembro de 2011 às 16:24
E os retroativos não acabam. Conheça o vale-alimentação de R$ 50 mil do TJPE
http://acertodecontas.blog.br/politica/e-o-privilgio-do-retroativo-no-acaba-conhea-o-vale-alimentao-de-r-50-mil-do-tjpe/#more-55355
# por O Mascate - 29 de dezembro de 2011 às 18:30
Infelizmente para o público e para o Villa, o tal Airton além de PTralhão é ex deputado, e quando o cidadão soma essas duas vertentes jamais veremos coerência em qualquer comentário.
Airton Soares e um tal de Safatle, aquele USPIano que mais parece o Lenin, não farão falta alguma ao jornal se levarem um chega para lá.
Coerência é uma coisa ideologia é bem outra e o Airton é ideológico, pior para ele.
# por Fernanda - 29 de dezembro de 2011 às 20:19
Prof. Villa
Acabei de ler seu livro "A História das Constituições Brasileiras". O último capítulo, sobre a trajetória do STF ao longo dos anos, é muito importante para que se entenda porque temos, atualmente, uma Corte Suprema inoperante e, quando opera, é uma baderna.
Não aceito essa constância de votações dando empate. Não é possível que a aplicação da lei precise de interpretações tão divididas assim: meio a meio!?! Pra mim, não é coerente com o que se entende por doutrina do Direito. Tem que haver um mínimo de consenso, se não, a subjetividade se impõe, e como a justiça pode funcionar assim, se metade acha uma coisa e metade outra? Muito maluco isso.
Aguardo seu próximo artigo no O GLOBO, fico feliz da vida quando leio seus escritos.
# por Alexandre - 31 de dezembro de 2011 às 01:47
Vi o video do JC do dia 26...
A cada dia que passa o professor Villa se supera, foi brilhante.
Fiquei bastante curioso para saber qual o processo que o líder da bancada governista no supremo, Ricardo Lewandowski, parrou...
# por Anônimo - 1 de janeiro de 2012 às 16:24
Como advogado militante há exatos 25 anos aqui no Rio de Janeiro fico a cada dia mais perplexo com a postura do Poder Judiciário.
Foi decepcionante a posicionamento do STF diante da união homossexual e do casamento entre os gays. Deram no STF uma "interpretação" maravilhosa à Constituição Federal... Coitada da Constituição Federal! Agora, quanto às demais questões sociais (Fator Previdenciário, por exemplo), nada, nem uma simples manifestação. Também esperar o que de uma Corte de Justiça que tem seus integrantes escolhidos pelo Chefe do Poder Executivo.
Urge que para ocupar o cargo de Ministro no STJ e no STF haja eleição direta e descomprometida, pois, do contrário, seremos sempre um "país do futuro", que nunca chega, é claro...!
Continue sempre assim, Prof. Villa, um exemplo de capacidade e cultura invenjável.
Nosso país, infelizmente, encontra-se afundado no mar da ignorância, da incapacidade. Aqui se vive de carnaval, futebol, samba, praia...
Será que um dia chegaremos à altura de uma Dinamarca, de uma Holanda.
Duvido muito...!
# por Anônimo - 16 de janeiro de 2012 às 13:54
Ah, quem se chama Villa, nem sequer vacilla, em malhar o Judiciário ... São Paulo dá café, Minas dá leite e o Villa, só dá o malho! O Villa é, um sujeito sem farofa, sem vela e sem vintém, que escreve bem ... tendo nome espanholado, nariz empinado, bota banca de mestre especializado! O cara não existe, vive com o dedo em riste, e tudo ele deplora ... sol, pelo amor de Deus, venha agora, do contrário, a gente chora. (Gozado: os duzentos mil mensais do Faustão ele não questiona - mesmo tv sendo uma concessão de serviço público, paga em parte com anúncios institucionais. Quanto ganha o Bonner? Quanto valem 30 segundos de comercial em televisão? E 10cm. na Folha? E na Veja? E no Estadão, Zero Hora, Correio Braziliense? Concessões públicas ... todos grandes devedores do INSS, cuja dívida é cobrada via Judiciário). Qual a média real dos 110 mil servidores que trabalham nesse poder, na esfera federal? Não é a que se apregoa, com certeza: é infinitamente menor.