A polêmica do dia
As declarações do Índio da Costa tiveram enorme repercussão. As respostas do PT mostram que o resultado foi obtido. Diversamente do que está (hoje) na imprensa, o PT caiu na defensiva. Um fato interessante (e que escrevi e falei tantas vezes) é que a oposição não gosta de ser oposição. Oposição tem de atacar o governo. É parte do jogo democrático. A relação PT/Farc é conhecida. Pode não ser uma relação orgânica. Mas setores do partido apoiam a guerrilha colombiana. Uribe passou maus bocados com a diplomacia brasileira. Mesmo apresentado fatos do envolvimento da Venezuela e Equador, era visto como um direitista, golpista e aliado incondicional dos EUA. Além do episódio de Emanuel (post anterior), teve a prisão de Fernandinho Beira-Mar e, muitos já devem ter esquecido, a libertação de Ingrid Bettancourt e de outros reféns, quando ao governo brasileiro fez uma crítica indireta ao governo colombiano.
Todo o barulho feito pelo PT significa que o golpe foi acusado.
Este tipo de debate é desenvolvido em um terreno movediço. Qualquer escorregão pode ser fatal. É preciso sempre relacionar o ataque aos fatos e evitar o discurso extremista. No Brasil a direita e a esquerda não tem uma relação saudável com a democracia e seus corolários. Um debate logo vira troca de xingamentos e acusações de baixo nível.
# por Anônimo - 20 de julho de 2010 às 09:47
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100720/not_imp583555,0.php
O fato que virou fardo
# por Anônimo - 20 de julho de 2010 às 10:52
Não sei se foi uma jogada combinada, mas agora não dá mais para a oposição retroceder. É melhor perder na luta e marcar território do que perder sem ter ao menos combatido o governo Lula, em condições mínimas de igualdade. Mesmo tendo caráter eleitoral, Serra e ìndio estão prestando relevante trabalho á sociedade com os holofotes jogados no Foro de São Paulo. O raio é que a imprensa não quer passar recibo da própria omissão sobre o assunto e o perigo é a denúncia cair no vazio. Veja aí o que disse a insuspeita Dora Kramer, que trata o tema como se fosse notícia velha. Se fosse, o PT não teria reagido de forma furibunda...
Fernando José - SP
# por Cristiano Rodrigues - 20 de julho de 2010 às 11:13
Engraçado é ver que o golpe foi duro, e os jornalistas a soldo do Partido logo tentam descaracterizar o vice. É muito engraçado ver essa dinâmica. O problema é que o PSDB não sabe ser oposição, pois sua diferença com o PT é de fato pequena. Completamente diferente dos republicanos e democratas nos EUA. Aqui a luta por valores ainda não foi travada e nem será, pois os valores de nossa sociedade estão em formação. Somos um país pobre, e valores batem principalmente quando não tenho mais que me preocupar em comer, vestir, etc. Quando tenho o mínimo de condição de sobrevivÊncia eu vou debater valores. Ainda não chegamos nessa fase de nossa história.
# por Mari Machado - 20 de julho de 2010 às 13:44
A proximidade do PT com as FARCs é relevante demais. Não pode ser conhecida apenas pela minoria absoluta que lê jornal com frequência.
A fala de Índio pode deixar esse fato explicitado para todos. Isso é muito bom.
# por Benedito - 21 de julho de 2010 às 09:14
Professor, hoje, pode-se observar que a grande imprensa "lava" descaradamente a relação PT-FARC, quando não se omite ilicitamente de aprofundar e informar a sociedade.
Lamentavel!
# por Anônimo - 22 de julho de 2010 às 12:06
O que facilita o trabalho do fato não ter tido maior repérciussão ainda, reside nos famosos motes "todo mundo é igual", "todo mundo fez", "isso e aquilo estão entranhados historicamente na política brasileira", "a elite é golpista" etc. O pior mote é o "PT e PSDB têm pouca diferença entre si". Ora, se não há diferença por que existem e persistem em lados opostos? Por que o PT coloca o PSDB como encarnação do mal? Por que a forte carga sobre FHC? Não são e não podem ser iguais. Num ambiente desses, criado o estimulado, o PT nada de braçada. Fica fácil descartar qualquer responsabilidade e colocar as vítimas no banco dos réus. E receber apoios de quem acredita no que disseminam.