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    # por barbarah.net - 28 de setembro de 2010 às 18:48

    "Aos que vierem depois de nós"
    Bertold Brecht-Tradução: Manuel Bandeira

    Realmente, vivemos tempos sombrios!
    A inocência é loucura,
    Uma fronte sem rugas denota insensibilidade.
    Aquele que ri ainda não recebeu a terrível notícia que está para chegar.
    Que tempos são estes, em que é quase um delito falar de coisas inocentes.
    Pois implica silenciar tantos horrores!
    Esse que cruza tranquilamente a rua não poderá jamais ser encontrado pelos amigos que precisam de ajuda (ponto de interrogação)
    É certo: ganho o meu pão ainda,
    Mas acredita-me: é pura casualidade.
    Nada do que faço justifica que eu possa comer até fartar-me.
    Por enquanto as coisas me correm bem
    (se a sorte me abandonar estou perdido).
    E dizem-me:
    "Bebe, come! Alegra-te, pois tens o quê!"
    Mas como posso comer e beber,
    Se ao faminto arrebato o que como,
    Se o copo de água falta ao sedento (ponto de interrogação)
    E todavia continuo comendo e bebendo.
    Também gostaria de ser um sábio.
    Os livros antigos nos falam da sabedoria:
    é quedar-se afastado das lutas do mundo
    e,sem temores, deixar correr o breve tempo.
    Mas,aceitar a violência,
    Retribuir o mal com o bem,
    não satisfazer os desejos, antes esquecê-los
    é o chamam sabedoria.
    E eu não posso fazê-lo.
    Realmente, vivemos tempos sombrios.
    Para as cidades vim em tempos de desordem,
    quando reinava a fome.
    Misturei-me aos homens em tempos turbulentos e indignei-me com eles.
    Assim passou o tempo que me foi concedido na terra.
    Comi o meu pão em meio às batalhas.
    Deitei-me para dormir entre os assassinos.
    Do amor me ocupei descuidadamente e não tive paciência com a Natureza.
    Assim passou o tempo que me foi concedido na terra.
    No meu tempo as ruas conduziam aos atoleiros.
    A palavra traiu-me ante o verdugo.
    Era muito pouco o que eu podia.
    Mas os governantes se sentiam,sem mim, mais seguros,--espero.
    Assim passou o tempo que me foi concedido na terra.
    As forças eram escassas.
    E a meta achava-se muito distante.
    Pude divisá-la
    claramente,
    ainda quando parecia, para mim,inatingível.
    Assim passou o tempo que me foi concedido na terra.
    Vós, que surgireis da maré em que perecemos,
    lembrai-vos também, quando falar-des das nossas fraquezas,
    lembrai-vos dos tempos sombrios que pudestes escapar
    Íamos, com efeito, mudando mais frequentemente de país do que de sapatos,
    através das lutas de classes,
    desesperados,quando havia só injustiça e nenhuma indignação.
    E, contudo,sabemos que também o ódio contra a baixeza enrouquece a vós,
    Que também a cólera contra a injustiça endurece as feições.
    Ah! nós que quisemos preparar o terreno para a bondade não pudemos ser bons.
    Vós, porém quando chegar o momento em que o homem seja bom para o homem
    Lembrai-vos de nós com indulgência!

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    # por barbarah.net - 28 de setembro de 2010 às 21:22

    ops

    é o que chamam sabedoria.