O pós-debate

Como já tinha escrito, mais importante que o debate é a repercussão. Nos últimos dias todos comentam o debate, apesar da audiência ter sido muito baixa (se o PT tivesse na oposição diria que a Globo mudou o jogo do São Paulo com o objetivo de esconder o debate....). Plínio virou uma certa unanimidade. Escrevi, minutos após o final do debate, que ele poderia ter explorado um sem-número de teses clássicas da esquerda brasileira, mas não o fez. Dilma, dentro dos seus limites, foi o que poderia ser, mas poderia ter sido pior (o treinamento ajudou). Marina acabou sendo a maior decepção do debate e Serra poderia ter tido um melhor desempenho (mesmo assim, foi o melhor).

Evidente que o nervosismo atrapalhou os debatores. O formato do programa até que permitiu um debate mais direto entre os candidatos. Claro que no segundo turno, a qualidade do confronto será melhor, pois cara a cara, o debate acaba ficando mais franco e produtivo.

Para a oposição, o problema maior é o tom e o volume da crítica. É um antigo problema. Desde 2005, após a crise do mensalão, a oposição não sabe bem a altura e a forma das críticas. Deveria já ter resolvido este dilema. Agora, em cima da hora, fica difícil. Mas ainda é hora.

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    # por Anônimo - 8 de agosto de 2010 às 13:45

    Seria o caso de confrontar o mito da popularidade. Há poucas semanas a campanha governista estava na defensiva. Ainda não saiu.

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    # por Anônimo - 8 de agosto de 2010 às 16:05

    Professor, achei um vídeo muito interessante que estava na PÁGINA PRINCIPAL do youtube:
    http://www.youtube.com/watch?v=cTlkplDYaiM&feature=topvideos
    A internet é uma ferramenta que tende a ser explorada não por políticos (apenas), mas por terceiros que usam sites de alta popularidade para divulgar algo tendencioso. Achei interessante os comentários; mostra que a "politicagem" está mais acessível, chegando aos eleitores por um espaço( o site) de entretenimento.
    Também chamo a atenção para o provável debate que está sendo negociado pela MTV Brasil, um canal que conta com a audiência de muitos jovens, ou seja, votos de eleitores indecisos e que ainda não tem uma cultura política formada.

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    # por Anônimo - 9 de agosto de 2010 às 01:09

    O PT conta com um grande trunfo: o desenvolvimento econômico alcançado no governo Lula. Resta saber se o todo feito na gestão será suficiente para a continuidade do partido no poder.No debate ficou evidente que Dilma deve fazer a política do "entra mudo e sai calado", sem se comprometer. Lula também deve se conter um pouco em suas declarações, afinal não é recomendado que um presidente da república saia por ai dizendo que "tênis é esporte de burguês,p..." há pouco tempo da eleição. Existe uma linha muito tênue entre a diferença de votos de Dilma e Serra; qualquer tropeço pode ser fatal.

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    # por Sandra Sabella - 9 de agosto de 2010 às 13:38

    Caro Professor,

    Eu tenho uma tese para explicar o nervosismo geral que desestabilizou os candidatos no início do debate, e para ganhar sua adesão a ela, eu gostaria de saber se o senhor esteve presente lá no auditório para nos contar da reação?

    Ninguém comentou o impacto da música-tema do Eleições da Band apresentada pela Orquestra Bachiana do Sesi sob a batuta do maestro João Carlos Martins naquele imenso telão.

    Eu postei esse comentário apenas hoje porque eu ainda me arrepio só de lembrar daquela audição.