A piada (ou a tragédia) do dia: Maluf, apesar de condenado, está feliz!
A entrevista dada ao Estadão é um tapa na cara de todos nós. Mais ainda quando estamos assistindo (e comemorando) as condenações no processo do mensalão. Segue a entrevista:
'Estou comemorando', diz Maluf sobre Jersey
Ex-prefeito afirma que 'nada muda' após decisão que mandou offshores devolverem US$ 22 mi à Prefeitura de São Paulo
FAUSTO MACEDO - O Estado de S.Paulo
"Estou comemorando", disse ontem, entre risadas, o ex-prefeito e deputado Paulo Maluf (PP), ao retornar de viagem de cinco dias a Campos do Jordão. Sua euforia se dá em meio ao impacto da sentença da Justiça da Ilha de Jersey, paraíso fiscal britânico, que condenou duas offshores ligadas à sua família. As empresas terão de devolver US$ 22 milhões - ou R$ 46 milhões - aos cofres da Prefeitura de São Paulo. A reação de Maluf é como se o novo revés nada tivesse a ver com ele. O Ministério Público sustenta que os valores movimentados na conta de Jersey tiveram origem em desvios de recursos de uma de suas marcas, a obra da Avenida Água Espraiada, hoje Roberto Marinho, na zona sul da capital.
O que muda na vida do sr.?
Nada. A sentença diz claramente que não sou réu. Confirma o que venho dizendo há anos, mas a gente, quanto mais repete, menos acreditam: não tenho conta na ilha de Jersey. Precisa ler a sentença inteira, são 80 páginas. Eventuais movimentações ocorreram em janeiro e em fevereiro de 1998, é o que diz a sentença, portanto um ano e pouco depois que deixei a Prefeitura. A Água Espraiada foi inaugurada em 1996.
A prefeitura é autora da ação.
Li as declarações do Lembo (Cláudio Lembo, secretário municipal dos Negócios Jurídicos). Estranhei porque ele foi meu secretário de Planejamento. O Kassab (Gilberto Kassab, prefeito) foi secretário do Celso Pitta, meu sucessor. Ele conhece bem. Se alguém tem que me inocentar é a Prefeitura. Sou o prefeito mais bem avaliado na história de São Paulo. Minhas contas foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Município e pela Câmara. A sentença me é claramente favorável, fala em 'talvez', 'pode ser', que 'pagaram depois que o Paulo Maluf saiu (da Prefeitura)'. Estamos em um Estado Democrático de Direito, onde as coisas precisam ser provadas.
Qual a orientação do advogado?
Nenhuma, porque não sou réu. Também acho estranho que a jurisdição diz que, se alguém é responsável por algum fato a ser julgado na Itália, por exemplo, ele será julgado por um tribunal italiano. Se alguém tem que ser julgado por uma obra no Brasil, é a Justiça brasileira que deve julgar, e não um tribunal estrangeiro.
O que o preocupa?
Nada. Recebi mais de 500 ligações, do PT, do PSDB, do PMDB, até de um ministro de Estado, do mais alto nível político. Ele disse: Maluf, sabe por que é tão perseguido? Porque você está vivo'. Eu digo graças a Deus. Fui duas vezes eleito deputado federal mais votado do Brasil. Só não fui na última porque competi com o Tiririca. O meu neto diz: 'Vovô, se o senhor não fosse candidato, eu votava nele'. Ele (Tiririca) representou o protesto de centenas de milhares de brasileiros contra a classe política. Em Brasília tem muita gente boa.
O sr. diz que não tem dinheiro em Jersey e que as offshores não são suas. Por que ressaltou que cabe recurso?
Digo isso porque está na sentença que cabe recurso. Na última linha eles admitem que nem sabem calcular (o valor a ser devolvido a São Paulo).
O PT não fica mal com o apoio que o sr. deu ao prefeito eleito Fernando Haddad?
Evidente que não. Alguns ficaram bravos comigo por causa do apoio ao Haddad, mas ele vai ter apoio do governo Dilma, isso é muito bom para São Paulo. Fosse José Serra o ganhador e ele não teria apoio nenhum do governo federal.
# por Paulo Santos - 20 de novembro de 2012 às 10:13
Ora, se o dinheiro deverá ser devolvido a Prefeitura de Sp, esse dinheiro certamente voltará ao bolso do Sr. Maluf agora que ele esta com o PT no governo da cidade.
# por Anônimo - 20 de novembro de 2012 às 11:27
Bom dia, Professor!
Primeiro, parabenizo-o pelas participações sempre pertinentes e incisivas no jornal da Cultura, do qual sou espectador assíduo principalmente quando de tuas participações.
Segundo, e o que até pode ser a piada do dia, é o PT querer disputar a paternidade da ação contra Maluf no caso Jersey, depois da aliança eleitoral municipal.
Leonardo Azevedo Viana
# por Anônimo - 20 de novembro de 2012 às 23:00
Villa,
Deixando o Maluf de lado por enquanto, quero protestar contra a Caixa Federal, empresa pública, de fechar um contrato milionário com o Corinthians, como se tivesse sobrando muito dinheiro, pagando bem os seus funcionários e todos os problemas sociais resolvidos. Mas não é o que a gente vê, vemos pobres devedores sendo penhorados e executados. Quem será o grande intermediador desse negócio milionário e quanto ele tá levando? É de se indignar... O Corinthians pode ter até uma maior torcida, mas não é a melhor equipe em número de títulos, troféus, conquistas,etc Na frente dele temos São Paulo, Santos, Internacional, Grêmio, Cruzeiro, etc. Ele é apenas um ganhador de uma Libertadores, nada mais. Será que os demais equipes não vão protestar e o Ministério Público questionar a legalidade desse patrocínio ? Agora, quanto ao Maluf, se a grana não é dele, eu assumo e a grana é minha, só que não devolvo também rssssss. um abração. Fulvio
# por Anônimo - 25 de novembro de 2012 às 22:18
Villa: lembro que Maluf foi reeleito deputado federal com os votos que recebeu de quase todos os municípios do Estado de São Paulo. Assim, podemos concluir que o paulista não sabe votar....