Verdade? Que verdade?
Publiquei hoje n'O Globo:
Verdade? Que verdade? - MARCO ANTONIO VILLA
O GLOBO - 22/05
Foi saudada como um momento histórico a designação dos membros da Comissão da Verdade. Como tudo se movimenta lentamente na presidência de Dilma Rousseff, o fato ocorreu seis meses após a aprovação da lei 12.528. Não há qualquer justificativa para tanta demora. Durante o trâmite da lei o governo poderia ter desenhando, ao menos, o perfil dos membros, o que facilitaria a escolha.
Houve, na verdade, um desencontro com a história. O momento para a criação da comissão deveria ter sido outro: em 1985, quando do restabelecimento da democracia. Naquela oportunidade não somente seria mais fácil a obtenção das informações, como muitos dos personagens envolvidos estavam vivos. Mas — por uma armadilha do destino — quem assumiu o governo foi José Sarney, sem autoridade moral para julgar o passado, pois tinha sido participante ativo e beneficiário das ações do regime militar.
O tempo foi passando, arquivos foram destruídos e importantes personagens do período morreram. E para contentar um setor do Partido dos Trabalhadores — aquele originário do que ficou conhecido como luta armada — a presidente resolveu retirar o tema do esquecimento. Buscou o caminho mais fácil — o de criar uma comissão — do que realizar o que significaria um enorme avanço democrático: a abertura de todos os arquivos oficiais que tratam daqueles anos.
É inexplicável o período de 42 anos para que a comissão investigue as violações dos direitos humanos. Retroagir a 1946 é um enorme equívoco, assim como deveria interromper as investigações em 1985, quando, apesar da vigência formal da legislação autoritária, na prática o país já vivia na democracia — basta recordar a legalização dos partidos comunistas. Se a extensão temporal é incompreensível, menos ainda é o prazo de trabalho: dois anos. Como os membros não têm dedicação exclusiva e, até agora, a estrutura disponibilizada para os trabalhos é ínfima, tudo indica que os resultados serão pífios. E, ainda no terreno das estranhezas e sem nenhum corporativismo, é, no mínimo, extravagante que tenha até uma psiquiatra na comissão e não haja lugar para um historiador.
A comissão foi criada para “efetivar o direito à memória e a verdade histórica”. O que é “verdade histórica”? Pior são os sete objetivos da comissão (conforme artigo 3º), ora indefinidos, ora extremamente amplos. Alguns exemplos: como a comissão agirá para que seja prestada assistência às vítimas das violações dos direitos humanos? E como fará para “recomendar a adoção de medidas e políticas públicas para prevenir violação de direitos humanos, assegurar sua não repetição e promover a efetiva reconciliação nacional”? De que forma é possível “assegurar sua não repetição”?
O encaminhamento dado ao tema pelo governo foi desastroso. Reabriu a discussão sobre a lei de anistia, questão que já foi resolvida pelo STF em 2010. A anistia foi fundamental para o processo de transição para a democracia. Com a sua aprovação, em 1979, milhares de brasileiros retornaram ao país, muitos dos quais estavam exilados há 15 anos. Luís Carlos Prestes, Gregório Bezerra, Miguel Arraes, Leonel Brizola, entre os mais conhecidos, voltaram a ter ativa participação política. Foi muito difícil convencer os setores ultraconservadores do regime militar que não admitiam o retorno dos exilados, especialmente de Leonel Brizola, o adversário mais temido — o PT era considerado inofensivo e Lula tinha bom relacionamento com o general Golbery do Couto e Silva.
Não é tarefa fácil mexer nas feridas. Há o envolvimento pessoal, famílias que tiveram suas vidas destruídas, viúvas, como disse o deputado Alencar Furtado, em 1977, do “quem sabe ou do talvez”, torturas, desaparecimentos e mortes de dezenas de brasileiros. Mas — e não pode ser deixado de lado — ocorreram ações por parte dos grupos de luta armada que vitimaram dezenas de brasileiros. Evidentemente que são atos distintos. A repressão governamental ocorreu sob a proteção e a responsabilidade do Estado. Contudo, é possível enquadrar diversos atos daqueles grupos como violação dos direitos humanos e, portanto, incurso na lei 12.528.
O melhor caminho seria romper com a dicotomia — recolocada pela criação da comissão — repressão versus guerrilheiros ou ação das forças de segurança versus terroristas, dependendo do ponto de vista. É óbvio que a ditadura — e por ser justamente uma ditadura — se opunha à democracia; mas também é evidente que todos os grupos de luta armada almejavam a ditadura do proletariado (sem que isto justifique a bárbara repressão estatal). Nesta guerra, onde a política foi colocada de lado, o grande derrotado foi o povo brasileiro, que teve de suportar durante anos o regime ditatorial.
A presidente poderia ter agido como uma estadista, seguindo o exemplo do sul-africano Nelson Mandela, que criou a Comissão da Verdade e Reconciliação. Lá, o objetivo foi apresentar publicamente — várias sessões foram transmitidas pela televisão — os dois campos, os guerrilheiros e as forças do apartheid. Tudo sob a presidência do bispo Desmond Tutu, Prêmio Nobel da Paz. E o país pôde virar democraticamente esta triste página da história. Mas no Brasil não temos um Mandela ou um Tutu.
Pelas primeiras declarações dos membros da comissão, continuaremos prisioneiros do extremismo político, congelados no tempo, como se a roda da história tivesse parado em 1970. Não avançaremos nenhum centímetro no processo de construção da democracia brasileira. E a comissão será um rotundo fracasso.
# por Anônimo - 22 de maio de 2012 às 09:39
Uma das Mães da Praça de Maio disse uma vez em documentário que se sente "grávida para sempre" denotando que o sentimento aí vai bem mais além do que um princípio de justiça. O movimento do Escracho na América Latina evidencia que vale tudo na hora de humilhar um ex-torturador, inclusive xingar a família, furar pneu e por que não humilhar seus filhos na escola, raspar a cabeça das esposas. Vamos fazer o linchamento... ops justiça.
# por Anônimo - 22 de maio de 2012 às 09:51
Por Luiz Felipe
Militarismo-político-golpista versus politica-partidária-eleitoral e vice-versa, é uma pauta que já dura 48 anos (para não precisar retroagir muito no tempo) e que parece não ter mais fim no Brasil. Os casos de desaparecimentos de pessoas, a menos que haja confissão comprovada dos autores dos “desaparecimentos” por parte dos agentes da repressão, de fato, a priori, em tese, nada tem a ver com a lei de anistia, e já deveriam ter sido investigados rigorosamente, à exaustão, há muito tempo pelos governos pós-militares, inclusive por dever de ofício destes, via poder de polícia preventiva, repressiva e judiciária, a quem compete a busca da verdade real. Assim como criaram muitas delegacias especializadas, poderiam ter criado delegacias com a finalidade de investigar e esclarecer os desaparecimentos. Aliás, nesse sentido, o que os mesmos fizeram nos últimos 26 anos ? Algum desaparecimento restou esclarecido durante todo esse tempo ? O fato é que o discurso anti-ditadura ainda rende muito voto e monopólio eleitoral nestas plagas. Oxalá, desta feita, a comissão da verdade recém-instalada logre êxito o mais breve possível para que possamos, finalmente, virar mais essa terrível página da História do Brasil , que já dura 48 anos, para que assim possamos colocar temas novos na pauta do debate político-partidário-eleitoral nacional, em contraponto ao velho e teimoso continuismo da mesmice cuja pretensão-mor, ao que parece, é tornar-se vitalício.
# por Athos Eichler Cardoso - 22 de maio de 2012 às 11:25
Prezado Villa,
faz tempo que procuro entrar em contato com você. Tenho 78 anos fui Asp. Of. de Infantaria da tuma MONTE CASTELO da AMAN. Testemunha ocular e participante do Movimento da Legalidade ,em 1961, Porto Alegre. Participante da Revolução de 31 de Março 64 como tenete no BGP- Brasíla DF. Assisti indignado o golpe militar de 13 de dezembro como capitão em Goiás (no famigerado 10º BC- Goiânia) .Lembrai-vos do Mauro Borges. Apresentei-me preso.
Sou filho, irmão e pai de militares.Vale a pena ouvir meu depoimento e ficar com os meus arquivos.
Contate por telefone ou e-mail.
telefone 61 32233408 athosec@gmail.com
endereço SQS 302 Bl.A ap.101 Brasilia DF 70338-010
Um abraço.
Athos
# por Reinaldo Bedim - 22 de maio de 2012 às 12:06
Para mim essa comissão é um engodo populista sem nenhuma intenção de produzir algo de útil para a sociedade.
Primeiro pelo pressuposto de que existe “a” verdade. Fatos de mais de vinte anos terão, com certeza, alto grau de subjetivismo. Se tivessem ocorrido ontem já seria assim.
Depois pelo método. Fizeram uma estrutura estatal para definir a tal da verdade. Num país com milhares de pesquisadores, com uma rede de universidades, com uma imprensa populosa, para que precisamos de sete iluminados indicados pela presidente para desempenhar esse trabalho? Se a intenção fosse “desturvar” o período, obviamente que a atitude teria sido a de abrir os arquivos e deixar a sociedade tirar suas próprias conclusões.
Agora, isso tudo é parte de um estratagema. Querem marcar os esquerdistas da época, grupo do qual a presidenta fez parte, como responsáveis pela democracia. A “Comissão da Verdade” quer perpetuar e fixar uma mentira! Por isso o pressuposto de uma única verdade. Por isso a não abertura dos arquivos.
Um engodo para atender a interesses do grupo que hoje está no poder sem benefícios nenhum para a sociedade. Pelo contrário, depois desse carimbo de “lutadores da democracia” ficará mais difícil questionar os rompantes autoritários dessa corja. Ficará mais difícil que um grupo não esquerdista consiga se firmar. Enfim, é um desserviço à democracia.
# por Anônimo - 22 de maio de 2012 às 15:38
Prezado Professor,
O senhor diz que "continuaremos prisioneiros do extremismo político, congelados no tempo, como se a roda da história tivesse parado em 1970". A partir de 1973 tivemos uma famigerada crise que teve como estopim, entre outros, a crise do petróleo... será coincidência?!
Quanto à política, para citar Juca Chaves, este é o país que vai pra frente?
http://tvuol.tv/bxc5FH
# por Anônimo - 22 de maio de 2012 às 15:52
A história de Jocimar Rodrigues Borges não é gratuita.
Veja no vídeo explicativo abaixo.
http://tvuol.tv/bgc5jZ
# por Prof. José Francisco - 22 de maio de 2012 às 16:59
Então querer saber quem matou, em que condições e onde estão os corpos de 138 desaparecidos não é uma questão de verdade histórica ?
Muitos dos desaparecidos eram do PCB, partido que não pregava a ditadura do proletariado e nem a revolução armada contra a ditadura. Basta ler os escritos do partido à época, principalmente os de Giocondo Dias.
Por favor, em seus acessos de reacionarismo, respeite ao menos a dor dos parentes das vítimas do fascismo militar brasileiro
# por Lucas - 22 de maio de 2012 às 19:08
Prezado prof. Chicão,
o senhor teria noticias de quem matou, em quais circinstâncias, e onde se encontram os restos mortais de ELIZABETH MAZZA NUNES?
No aguardo de sua resposta.
# por Anônimo - 22 de maio de 2012 às 22:02
Parabens pelo texto.Professor. Voltemos a novembro de 1935.Quantos brasileiros foram assassinados pela tentativa da Intentona Comunista,alguem recebeu indenizacao do Estado.O comunismo , um cancer social sem igual.Stalin matou mais de DEZ MILHOES de compatriotas.O que ocorreu na Ilha NAZINO deveria ser do conhecimento de toda humanidade. FIDEL no Paredon fuzilou dizem 17 mil cubanos.V E R D A D E que a Esquerda oculta!
# por Anônimo - 22 de maio de 2012 às 22:10
Prezado prof. Chicão:
Parabéns pelas tuas palavras. O Brasil tem agora a ÚLTIMA chance de passar a limpo o seu passado para enfim seguirmos em frente
# por Anônimo - 22 de maio de 2012 às 22:38
Por favor, observe o que um cidadão brasileiro comum enfrenta quando descobre ou inventa algo que contraria multinacionais e políticos poderosos como o Sarney. Sou piloto de linha aérea,estou impossibilitado de trabalhar porque, para isto, necessito renovar minha licença, entretanto, os militares da aeronáutica prometeram indeferir meu certificado de capacidade física. É uma longa história que eu precisaria um dia inteiro para contar tudo.
O motivo das perseguições: descobri a causa do acidente da TAM de 2007 e como evitar outros, há um email de 2008 em que a ANAC reconhece isto.
Agradeço pela atenção.
Por favor, confira meus blogs abaixo, que com muito custo, por conta de ataques de hackers, consigo postar.
http://robertomrmilan.blogspot.com.br/
http://atribunaderobertomilan.blogspot.com.br/
# por Anônimo - 22 de maio de 2012 às 23:03
Favor vejam estes artigos no Netartigos colocados por alguem que está me ajudando que não sei quem é!
http://artigos.netsaber.com.br/artigos_de_roberto_milan
# por Anônimo - 23 de maio de 2012 às 00:45
Prezado Villa,
Sou leitor regular de seus artigos e do Blog. De maneira geral, tendo a concordar com o Sr., principalmente por saber encontrar um equilíbrio e isenção em suas manifestações e análises. No entanto, não posso acompanhar seu posicionamento sobre a chamada "comissão da verdade". Não sou um conservador ou direitista saudoso: no período de 64-85 o Brasil viveu uma DITADURA militar, não havia democracia nem liberdades civis em sua plenitude, houve tortura, foram mortos perto de 400 indivíduos por atos da repressão - muitos deles, não se duvida, deliberadamente executados. Entretanto, o que queriam e quem eram estas pessoas que foram perseguidas? Eram todos terroristas delirantes e armados que, por meios violentos, pretendiam estabelecer uma DITADURA comunista no país. Não lutavam por democracia ou por direitos humanos; lutavam para implementar - com dinheiro Soviético - regimes espelhados em Cuba e/ou China. Ora Prof., todos sabemos o que esses tão desejados estados comunistas geraram: perto de 100 milhões de mortos ao espalhados por todos os continentes do mundo. Quer dizer, era um período em que as opções eram ditadura comunista ou ditadura militar de direita, não havia opção democrática (não com meios e forças concretas de serem empreendidas). Quem busca história são os historiadores, não governos. O que se pretende com uma comissão em que se nomeiam integrantes de apenas um dos lados da pendenga - não se deseja expor a realidade, a verdade? Meia verdade é, no máximo, a mentira. Ademais, falar em "verdade"?! Nem historiados podem falar que nos oferecerão a "verdade". Eu quero é que olhem pra frente, não para trás. Eu quero que me digam quem são os culpados por 50 mil homicídios anuais, com 92% de autores identificados. Eu quero que me expliquem a desigualdade social, as causas da desindustrialização, do analfabetismo, da corrupção endêmica . A ditadura militar foi um mal, mas um mal menor. Comparada às demais ditaduras militares, foi uma "ditabranda". Esta comissão, como é óbvio, só visa uma coisa: implementar um projeto político, uma doutrinação ideológica de um determinado partido. Só vai gerar confusões, recriar disputas e tensões que nunca existiram no meio social. Não há nada de instabilidades ou feridas abertas; o que há são tentativas intencionais de fabricá-las. Se este não fosse um país de ignorantes, os militares seriam heróis; se este fosse um país sério, a discussão atual seria o futuro, o desenvolvimento da democracia, do liberalismo e do combate à desigualdade, não o passado que, enterrado, a ninguém incomoda na atualidade - tirando alguns transtornados dinossauros vermelhos. A verdade é esta, o resto é conversa.
# por Prof. José Francisco - 23 de maio de 2012 às 04:54
ELIZABETH MAZZA NUNES era guerrilheira da VPR. Sua morte acidental, segundo testemunhas, está descrita em vários livros. Basta entrevistar seus colegas sobreviventes e apurar este caso. Isso também faz parte da verdade história que o autor do texto diz inexistir.
O engraçado é que agora o caso ELIZABETH MAZZA NUNES preocupa todos os reaças do país, inclusive os milicos que torturaram e mataram vários de seus companheiros e que, se a pegassem, fariam o mesmo com ela. Basta ver em seus sites a forma como eles falam dela. Parece até que Elizabeth foi uma defensora da ditadura. Um dos sites chama Elizabeth de "bela e inteligente universitária".
A cara de pau da extrema direita brasileira não tem limites
# por Lucas - 23 de maio de 2012 às 08:22
Continuando a lista prof. Chicão, como o sr. definiria a morte de Márcio Leite de Toledo?
A lista é grande. Citei dois nomes.
Ainda faltam 120. Pelos números oficiais de Nilmário Miranda e dos milicos,a porcentagem foi menor do que 4:1.
No Chile e na Argentina, prof. Chicão, o sr. saberia dizer?
# por Anônimo - 23 de maio de 2012 às 13:30
Exitem duas premissas, a saber:
1 - Todo marxista ou neo-marxista é um mentiroso contumaz;
2 - Se preciso for matam até a mãe pela causa.
# por João - 23 de maio de 2012 às 23:45
"Todo marxista ou neo-marxista é um mentiroso contumaz"
Pois é. Tanto que mentem ao fingir que não sabem que o fascismo tem mais a ver com eles – e ainda se dizem professores (só se for de mentira). Nem adianta pedir a esses caras que sintam um tiquinho que seja pelas vítimas inocentes deles, como comerciantes assassinados, depois de torturados, porque tentaram defender seu ganha-pão das "expropriações revolucionárias".
Não tem limite a cara-de-pau de quem justiçava seus próprios "companheiros".
# por Anônimo - 24 de maio de 2012 às 12:53
Não sou a favor da ditadura militar. Era criança na ápoca. mas hoje, fazendo um análise crítica, percebo q o país saiu ganhando porque se a esquerda tivesse ganho, estariamos pior q Cuba, com toda certeza.
# por Anônimo - 24 de maio de 2012 às 15:10
Amigos quem leu e entendu marx, são poucos, sabe que o verdadeiro socialismo esta nascendo na suiça, finlandia, noroega e não em cuba ou venezuela. Toda pessoa que se auto denomina um "ista", marxista, ambientalista, etc, tende a se um mentiroso contumaz e vende a mãe pela causa.
O século 21 chegou com informações e conhecimentos instantãnios. Não existem mais (e nunca existirão)genios que vão mudar o mundo. A evolução é um processo sem heróis.
Essa comissão da verdade chegará a conclusão que nem militares nem guerrilheiros foram heróis. Fizeram parte de um ciclo latino americano que alterna populismo e ditadura.
Entretanto, quem redemocratizou o brasil fomos nós, que saimos as ruas nos panelaços e nas diretas já e, sinceramente, não me lembro dos petistas apoiando o movimento, lembro-me deles vaiando os oradores que não eram do partido.
# por Gustavo - 24 de maio de 2012 às 16:17
Prof. Villa, parabéns por mais este texto brilhante e elucidativo. Fiz questão de transcrevê-lo na íntegra em meu blog (http://gustavo-livrexpressao.blogspot.com/). Subscreve-o totalmente.
Fico feliz em saber que mais alguém além de mim percebeu o engodo dessa "comissão" que, como 3 de seus membros já deixaram claro, será na verdade uma OMISSÃO da verdade, feita tão-somente para tentar reescrever a História à moda stalinista e ocultar os crimes cometidos pelos que lutaram pelo comunismo (e que hoje se apresentam como democratas). A esquerda armada matou 120 pessoas em seu delírio terrorista. Muitos dos assassinos receberam gordas indenizações do Estado, enquanto as famílias de suas vítimas não receberam sequer um pedido de desculpas. Agora querem rever a Lei de Anistia. É um acinte e um insulto à inteligência!
O que os órfãos da utopia marxista não podem aceitar de jeito nenhum é que haja quem os mostre como de fato são e o que fizeram, e não como as eternas "vítimas" e detentores do monopólio da moral e da virtude. Daí reações destemperadas como a desse "professor" Chicão (que além de tudo desconhece o assunto, pois do contrário não diria falsidades como "o PCB não pregava a ditadura do proletariado").
Mais uma vez: parabéns pela honestidade e pela coragem!
Gustavo
# por Anônimo - 24 de maio de 2012 às 19:18
Professor,
É sabido que comunistas do Brasil possuem uma rede de militantes cuja função é patrulhar blogs honestos como este, visto que os mesmos sabem que os autores de tais blog, bem intencionados, publicam comentários de quem pensa diferente em nome da sadia divergência de ideias. Isso, porém, é uma armadilha, pois, dessa forma, as ideias mais grotescas são divulgadas nos espaços de comentários. Não é necessária a divulgação de tais comentários; eles são facilmente identificados.
Continue firme, professor. Um abraço.
# por Gustavo - 25 de maio de 2012 às 06:26
Somente um adendo a meu comentário anterior.
Ao indivíduo que se apresenta como "professor" Chicão (aliás, professor de quê?):
- Falar em "fascismo militar" brasileiro para se referir ao regime de 64 revela abuso da História e total ignorância sobre os conceitos de fascismo e de ditadura militar. Se o tal "professor" tivesse estudado um pouquinho (lendo, por exemplo, algum livro de ciência política) perceberia facilmente que os dois conceitos são inconciliáveis, precisamente porque o fascismo se caracteriza pelo total controle dos militares pelo Partido-Estado (algo que acontencia, também, nos regimes comunistas). Ora, o regime de 64 fez exatamente o inverso, extinguindo os partidos! (depois substituidos por dois, Arena e MDB). Era um regime autoritário, não totalitário (como o fascismo e o comunismo).
E, mais uma vez: parabéns Professor Villa, por desmascarar mais essa impostura histórica dos esquerdistas.Gustavo