Caso Panamericano (3)

Ah, se tivesse oposição. Bastava um deputado mais atuante. Um só era o suficiente. O caso da "venda" do banco Panamericano é exemplar:


1. SS disse que só vendeu" o banco, No final de 2010, quando o rombo anunciado era de 2,5 bilhões afirmou que teria de vender tudo o que tinha e mesmo assim não teria como chegar ao valor total da dívida;

2. Ontem, SS disse que "vendeu" o banco mas "somente" o banco. Como?

3. O rombo saltou em um mês de 2,5 bilhões para 4 bilhões, Como? Para onde foi esta fortuna?

4. E as auditorias do Panamericano, da CEF (que comprou um banco falido para entrar no "segmento popular") e do BC? Nenhuma detectou o rombo?

5. Será que a CEF precisava mesmo comprar o Panamericano? E justamente em um ano eleitoral (2010)?

6. O banco Pactual disse que comprou o Panamericano por 450 milhões e que não assumirá nenhuma dívida de SS. Como?

7. Quem vai pagar os 4 bilhões? O tal Fundo Garantidor de Crédito? Piada. Vai, claro, ter dinheiro público. E muito.

8. Disse SS que "não deu prejuízo para ninguém". E o rombo de 4 bilhões? É mera ficção contábil? E as empresas de crédito que foram fraudas?

9. Como SS conseguiu pagar um rombo de 4 bilhões entregando o Panamericano por 450 milhões? Resta fazer uma campanha para apoiar SS para ministro da Fazenda (melhor ainda: para presidente da República, como em 1989).

10. E o prejuízo da CEF? Quando comprou parte do Panamericano (basta pesquisar os jornais da época) tinha sido revelado que o banco ia mal das pernas.

Não custa imaginar o que faria o PT se estivesse na oposição tendo nas mãos um escândalo desta magnitude. Daí que não é exagero afirmar que este governo é melhor representante do grande capital financeiro (mais um dado: o Bradesco divulgou ontem o maior lucro da história. Lula estava certo: nunca na história deste país um banco...............) .

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    # por Anônimo - 1 de fevereiro de 2011 às 21:57

    http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-30/chegada/o-bigode-da-modernidade-ataca-novamente/

    E veja mais em http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/ :

    José ‘Sacrifício’ Sarney: ‘Cumprirei o último mandato’

    Lindberg e Collor dão à História um formato de lenda

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    # por barbarah.net - 1 de fevereiro de 2011 às 23:18

    "Melhor que roubar um banco, é fundar um." (Bertold Brecht)

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    # por Anônimo - 2 de fevereiro de 2011 às 10:15

    Perfeito Barbarah. Aliás, completando nessa linha, lembrei de uma frase que o Dráuzio Varella cita no começo do seu livro "Estação Carandiru", que ele leu em uma plaquinha em uma das salas da Administração da penitenciária. Citando de memória, é mais ou menos assim "É mais fácil um camelo passar por um buraco de agulha, do que um rico entrar no Carandiru"

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    # por barbarah.net - 2 de fevereiro de 2011 às 10:17

    Panamericano precisa de 8 bi para ficar competitivo !!?? (Folha)

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    # por barbarah.net - 2 de fevereiro de 2011 às 13:13

    Anônimo-10:15
    Ótimo!(rs)Pobres camelos do Egito...
    Me preocupa a situação dos nossos presídios. Cadê os Direitos Humanos????

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    # por Anônimo - 2 de fevereiro de 2011 às 23:09

    The Corporation? É genial!

    http://video.google.com/videoplay?docid=1536249927801582119#

    Panamericanos & outras empresas do mundo!!!

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    # por Anônimo - 3 de fevereiro de 2011 às 11:04

    Que mágica !!! é o milagre do capitalismo SS acordou devendo 4 bi, foi dormir sem dívida e com o patrimonio de volta, incrível !

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    # por Ed Carlos Ferreira da Costa - 4 de fevereiro de 2011 às 18:24

    Mestre Villa, essa matéria do Valor vai explicar direitinho o que é FGC, sua função e quem pagara a conta pelas perdas do banco.
    A Caixa teoricamente não perdeu nada com a comprado o Panamericano, pois quem arcou com as dívidas primeiro foi o SS depois o BTG-Pactual, o único prejuízo é relativo as ações que são reversíveis como alias já esta ocorrendo.
    Na época em que ela comprou o banco todos os bancos estavam mal, para você ter idéia o Banco do Brasil quase comprou o Safra, se até o Safra estava mal imagina o Panamericano, e infelizmente para a Caixa se ela quisesse comprar um banco teria que ser o Panamericano por causa do tipo de negócio desse banco, os outros chamados bancos médios só trabalham com carteira de empresas e milionários.
    Sobre as auditorias é verdade que foram ruins, mas no meu trabalho vira e mexe tenho que analisar balanços e de longe os de bancos são os mais fáceis de se enrolar, especialmente quando existe uma quadrilha por trás, quadrilha essa capitaneada por Rafael Paladino e Wilson Aro, que certamente não serão presos.

    Matéria do Valor.
    Fundo Garantidor de Créditos, instituição privada que recebe 0,15% dos depósitos nos bancos, arcará sozinho com uma perda de cerca de R$ 3,35 bilhões no socorro ao PanAmericano.
    Segundo Gabriel Jorge Ferreira, presidente do conselho do Fundo, esse valor já foi provisionado, mas poderá ser recuperado em um prazo de 17 anos -período em que o banco BTG Pactual deve pagar os R$ 450 milhões acertados pela compra da participação do empresário Silvio Santos no banco.
    O dinheiro pago pelo Pactual a Silvio Santos vai diretamente para o fundo.
    O problema é que, mesmo com juros anuais de 13%, R$ 450 milhões em 2011 não serão R$ 3,8 bilhões daqui a 17 anos; no mínimo, o fundo perderá com o "congelamento" desse valor aportado para socorrer o PanAmericano.
    Se não viabilizasse a operação, diz Jorge, o PanAmericano seria liquidado. O Fundo, então, perderia tanto os R$ 2,5 bilhões utilizados no primeiro socorro, em novembro, quanto cerca de R$ 2,2 bilhões com o ressarcimento aos investidores que compraram CDBs do banco.
    "Estamos falando em R$ 4,7 bilhões. Fizemos isso pelo melhor interesse de todos. Foi um socorro privado; não teve dinheiro público envolvido, como no passado."
    Mesmo com a perda de R$ 3,35 bilhões com socorro, o fundo tem ainda um patrimônio de R$ 26 bilhões.
    Gabriel Jorge descarta a possibilidade de o fundo receber aportes adicionais dos bancos ou de elevar as contribuições dos correntistas.
    Para analistas, a conta só fecha para o Pactual e para a Caixa -que devem injetar dinheiro novo no PanAmericano- com uma forte renúncia fiscal do governo, assumida na forma de crédito tributário por anos seguidos de prejuízo com a operação.
    Os principais beneficiados com o socorro do FGC foram os bancos que haviam comprado carteiras de crédito do PanAmericano: Banco do Brasil, Bradesco e Itaú. As três instituições são as mesmas que comandam o fundo.
    Banqueiros como Roberto Setubal, do Itaú, eram contra o socorro -ele foi voto vencido e convencido de que a quebra do PanAmericano poderia prejudicar outros dez bancos pequenos.

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    # por Anônimo - 4 de abril de 2011 às 00:37

    Depois de tudo isso o SBT começou a gravar a novela "Amor e revolução"
    até parece piada.